sexta-feira, dezembro 31, 2010
Bom ano novo
Para todos os leitores e visitantes deste blog, onde quer que estejam, aqui vai o desejo de um bom ano de 2011. Que ele traga passos novos e inovadores para tornar a educação para os media um assunto cada vez mais central nas preocupações das políticas públicas, em prol de uma cidadania esclarecida e participativa.
sábado, dezembro 18, 2010
"Não tanto, enfim, meios que falam, mas meios para falarmos"
“No que toca ao uso de medios na educação, benvindos sejam, desde que aplicados critica e criativamente ao serviço de um projecto pedagógico
Periodismo cultural- La gestión cultural ante los nuevos desafíos - Chasqui, nº 64, Dezembro 1998
- que vá para além da mera racionalidade tecnológica;
- como meios de comunicação e não como simples meios de transmissão;
- como promotores do diálogo e da participação;
- para gerar e potenciar novos emissores mais do que para continuar a fazer crescer a multidão de receptores passivos;
- não tanto, enfim, meios que falam, mas meios para falarmos"
Periodismo cultural- La gestión cultural ante los nuevos desafíos - Chasqui, nº 64, Dezembro 1998
sexta-feira, dezembro 17, 2010
Desconstruir a "neutralidade da internet"
A "neutralidade da internet" é um assunto há anos na ordem do dia, especialmente em países, como os Estados Unidos da América, que mais poder de iniciativa possuem no terreno da definição e controlo da infraestrutura. Há quem a explique de uma forma talvez simplista, mas certamente elucidativa: oposição a uma internet para ricos e outra para pobres.
O Media Literacy Project
decidiu fazer desta questão (politica e economicamente) sensível objecto de análise, partindo da desconstrução de um anúncio publicado em jornais dos EUA sobre o asunto. Vale a pena consultar aqui: Deconstruct this!
O Media Literacy Project
decidiu fazer desta questão (politica e economicamente) sensível objecto de análise, partindo da desconstrução de um anúncio publicado em jornais dos EUA sobre o asunto. Vale a pena consultar aqui: Deconstruct this!
Livro de Dan Gillmor acessível na web
De acordo com o site Boingboing, o novo livro de Dan Gillmor Mediactive, já referenciado neste blog, constitui uma masterclass do jornalismo do século XXI que supõe novos media da geração da Internet. Deste ponto de vista, ele interessará tanto a jornalistas como a todos quantos acompanham o jornalismo, enquanto produtores e utilizadores. Vale também pelo prefácio que traz da autoria de Clay Shirky.
Outra boa novidade é que Mediactive está disponível para download livre (também em PDF). Por outro lado, o site de Gillmor, também intitulado Mediactive, publica mais recursos relacionados com este livro.
Outra boa novidade é que Mediactive está disponível para download livre (também em PDF). Por outro lado, o site de Gillmor, também intitulado Mediactive, publica mais recursos relacionados com este livro.
quarta-feira, dezembro 15, 2010
Agenda Digital: Plano de Acção do 'E-Government' para facilitar o acesso aos serviços públicos da UE
A Comissão Europeia apresentou hoje um plano ambicioso de trabalho para todos os Estados Membros, relacionado com as autoridades públicas, no sentido de expandir e melhorar os seus serviços via Internet. Este novo plano, que foca sobretudo as questões colocadas à governação dos diversos países em matéria de serviços públicos online [E-Government] prevê cerca de 40 medidas específicas para os próximos cinco anos para ajudar cidadãos e empresas na utilização de recursos online: registar uma empresa, candidaturas de acesso à segurança social e benefícios de saúde, a uma vaga num estabelecimento de ensino superior, adquirir bens ou aceder aos serviços públicos de finanças, entre outros.
Em termos de medidas concretas do plano, poderíamos destacar algumas, tais como:
-implementação de uma rede de segurança de dados dos governos, através de um portal único onde as informações possam ser consultadas e os procedimentos realizados numa única plataforma online;
- desenvolvimento de um sistema de identificação europeu, uma espécie de bilhete de identidade europeu para facilmente aceder aos serviços prestados pela Comissão, como criação de empresas, deslocações aos estrangeiro por motivos académicos, trabalhar fora do país de origem e burocracia inerente, entre outros ;
- permitir que os cidadãos e as empresas possam acompanhar em tempo real o progresso das suas transacções com os serviços governamentais, num esforço de maior transparência e abertura.
Promover o 'E-Government' - defende a Comissão - pode ajudar a fomentar a competitividade na Europa e permitirá às autoridades públicas oferecer melhores serviços e reduzir custos orçamentais, bem como em termos de economia de tempo.
É por isso que este plano é considerado pela UE 'fundamental', inscrito no programa 'Agenda Digital para a Europa 2015'. A Comissão pretende, em cinco anos, que 50 por cento dos cidadãos e 80 por cento das empresas estejam já familiarizados com os serviços públicos de governação online.
Neelie Kroes, vice-presidente da Comissão para a Agenda Digital, reitera que «este plano de governação online ajudará as autoridades públicas a usar as tecnologias de informação e comunicação na oferta de melhores serviços e a preços mais reduzidos de manutenção, enquanto trabalham para facilitar a vida de pessoas e empresas, nos termos de acesso aos serviços públicos».
Para consultar o plano com mais detalhe, aqui.
terça-feira, dezembro 07, 2010
O que mostra e esconde o PISA
"Há miúdos que lêem bem, mas que, no digital, se perdem ao terceiro clic", alertava há dias, em entrevista ao diário El País, Andreas Schleicher, responsável pelo Relatório PISA, da OCDE, hoje apresentado em Lisboa, no que a Portugal diz respeito.
Habitualmente, a cobertura mediática não vai além dos resultados que os adolescentes de 15 anos apresentam em Matemática, Ciências e Leitura, bem como da posição de cada país no contexto dos 65 países participantes. Vale, por isso a pena conhecer as reflexões do responsável por este relatório.
Referindo-se a Espanha, alude aos desafios que o sistema educativo enfrenta nestes termos:
Habitualmente, a cobertura mediática não vai além dos resultados que os adolescentes de 15 anos apresentam em Matemática, Ciências e Leitura, bem como da posição de cada país no contexto dos 65 países participantes. Vale, por isso a pena conhecer as reflexões do responsável por este relatório.
Referindo-se a Espanha, alude aos desafios que o sistema educativo enfrenta nestes termos:
"Principalmente, cambiar un sistema que ha estado muy centrado en la reproducción de los contenidos de unas materias para ir a otro que enseñe a los alumnos a pensar, a aplicar de forma creativa lo que saben, en el que se deje de decir a los profesores qué tienen que hacer, qué tienen que enseñar, para articular en su lugar lo que los alumnos deben ser capaces de hacer y que los docentes decidan qué y cómo enseñar para llegar a conseguirlo. Eso es muy difícil.".O diálogo com o jornal prossegue com comentários generalizáveis também a outros contextos:
P. Pero los currículos, las escuelas, el sistema entero no está preparado para ese cambio, ni en España ni en la mayoría de países.
R. Es cierto. El sistema educativo no es capaz de ver ni oír cómo está cambiando el mundo, pero lo está haciendo y no se puede detener.
P. Los cambios vienen en gran parte de la mano de las tecnologías. Una de las novedades del último examen PISA es que se ha añadido una prueba más, de lectura digital. ¿Por qué?
R. En el pasado, si te hacían una pregunta, ibas a la enciclopedia, encontrabas una sola respuesta y podías creer que era verdad. Pero en el medio digital, buscas en Google y te aparecen 20.000 respuestas distintas. Tú tienes que decidir cuál es relevante, cuál apropiada, cuál verdadera. Tienes que manejar la ambigüedad, evaluar. Y eso es lo que queríamos medir, las estrategias de los chavales cuando manejan un hipertexto con varios niveles de los que solo ves una pequeña parte.
P. ¿Y lo han conseguido?
R. Absolutamente. De hecho, hemos visto que hay jóvenes que son perfectos lectores de libros, pero cuando manejan un hipertexto se pierden al tercer clic. Es imprescindible saber leer, pero eso no te garantiza saber leer en el mundo digital.
P. ¿Por qué cree que el informe PISA ha tenido tanto éxito, mucho más que otras pruebas internacionales?
R. A diferencia de otras pruebas, que son simplemente exámenes sobre los contenidos curriculares, PISA conecta lo que los alumnos saben hacer con el contexto de aprendizaje, los recursos, el contexto social y económico para entender por qué algunos países lo hacen mejor que otros.
domingo, dezembro 05, 2010
Jornais abrem-se aos "pequenos" jornalistas
São duas iniciativas interessantes de dois jornais diários. Uma bem fresquinha, denominada "Media Lab", inaugurada ontem , do "Jornal de Notícias" (Portugal); outra já existente há uns tempos, em Espanha, que se chama "El Pais de los Estudiantes: Periodismo en las Aulas".
JN inaugura Media Lab: espaço para "pequenos" jornalistas
O Jornal de Notícias inaugurou, este sábado, no Porto, um espaço educacional dedicado aos mais novos. No "Media Lab", os jovens poderão conhecer a história do jornal, saber como se faz o JN e tomar contacto com as diversas plataformas de informação do Jornal de Notícias.
Ver vídeo, aqui.
"El Pais de los Estudiantes: Periodismo en las Aulas"
Em Espanha, o jornal "El Pais" há já uns tempos que aposta nesta área e de uma forma aparentemente mais sofisticada e abrangente... Tem um projecto disponível em linha chamado "El Pais de los Estudiantes: Periodismo en las Aulas", em que já estão a trabalhar mais de 45 mil alunos e 7 mil professores.
Mais informação, aqui.
JN inaugura Media Lab: espaço para "pequenos" jornalistas
O Jornal de Notícias inaugurou, este sábado, no Porto, um espaço educacional dedicado aos mais novos. No "Media Lab", os jovens poderão conhecer a história do jornal, saber como se faz o JN e tomar contacto com as diversas plataformas de informação do Jornal de Notícias.
Ver vídeo, aqui.
"El Pais de los Estudiantes: Periodismo en las Aulas"
Em Espanha, o jornal "El Pais" há já uns tempos que aposta nesta área e de uma forma aparentemente mais sofisticada e abrangente... Tem um projecto disponível em linha chamado "El Pais de los Estudiantes: Periodismo en las Aulas", em que já estão a trabalhar mais de 45 mil alunos e 7 mil professores.
Mais informação, aqui.
sábado, dezembro 04, 2010
"Dar o nome aos bois"
Provavelmente nunca chegaremos a uma forma consensual, e menos ainda universal, de designar "a coisa" que é objecto deste blog. Aqui, demos-lhe o nome de Educomunicação. Estamos, bem o sabemos, bem acompanhados, mas não necessariamente satisfeitos ou desatentos às movimentações e procuras que por cá e lá por fora existem.
Para termos uma ideia das veredas e caminhos para exprimir esta preocupação pelo lugar dos media, das mediações e da comunicação nas nossas vidas privadas e públicas, demo-nos ao trabalho de introduzir no motor de busca do Google aqueles termos e expressões de pesquisa que nos surgem mais frequentemente, pelo menos nas línguas que nos são mais próximas (excluímos o italiano porque cada vez mais vemos ser utilizada neste país a forma inglesa de "media education").
O resultado foi aquele que o quadro abaixo mostra e que exige algumas, quiçá muitas, notas e comentários, de que se deixam abaixo apenas os mais fáceis para a interpretação de alguns dos dados.
Relativamente aos casos de "Information literacy", a expressividade do número de resultados relaciona-se com a ênfase que lhe tem sido dada no âmbito das ciências da informação e, em particular, no âmbito das bibliotecas. Ainda que, em anos recentes, se registem cruzamentos interessantes da informação com a democracia e a cidadania participativa. Quanto ao caso da Pedagogia da Comunicação, importa observar que ela é usada há bastante tempo em contextos como o ensino das línguas e os estudos e práticas de promoção da comunicação humana.
São bem-vidas outras observações e comentários a este quadro.
Para termos uma ideia das veredas e caminhos para exprimir esta preocupação pelo lugar dos media, das mediações e da comunicação nas nossas vidas privadas e públicas, demo-nos ao trabalho de introduzir no motor de busca do Google aqueles termos e expressões de pesquisa que nos surgem mais frequentemente, pelo menos nas línguas que nos são mais próximas (excluímos o italiano porque cada vez mais vemos ser utilizada neste país a forma inglesa de "media education").
O resultado foi aquele que o quadro abaixo mostra e que exige algumas, quiçá muitas, notas e comentários, de que se deixam abaixo apenas os mais fáceis para a interpretação de alguns dos dados.
Relativamente aos casos de "Information literacy", a expressividade do número de resultados relaciona-se com a ênfase que lhe tem sido dada no âmbito das ciências da informação e, em particular, no âmbito das bibliotecas. Ainda que, em anos recentes, se registem cruzamentos interessantes da informação com a democracia e a cidadania participativa. Quanto ao caso da Pedagogia da Comunicação, importa observar que ela é usada há bastante tempo em contextos como o ensino das línguas e os estudos e práticas de promoção da comunicação humana.
São bem-vidas outras observações e comentários a este quadro.
quarta-feira, dezembro 01, 2010
Literacias do século XXI
O National Council of Teachers of English (NTCE), dos Estados Unidos da América faz uma aposta clara nas novas literacias que podem, naturalmente favorecer o desenvolvimento das competências linguísticas e tem mesmo uma "declaração" sobre o assunto. Foi aprovada em 2008 pelo seu Comité Executivo e tem por título "The NCTE Definition of 21st Century Literacies". Ei-la:
Literacy has always been a collection of cultural and communicative practices shared among members of particular groups. As society and technology change, so does literacy. Because technology has increased the intensity and complexity of literate environments, the twenty-first century demands that a literate person possess a wide range of abilities and competencies, many literacies. These literacies—from reading online newspapers to participating in virtual classrooms—are multiple, dynamic, and malleable. As in the past, they are inextricably linked with particular histories, life possibilities and social trajectories of individuals and groups. Twenty-first century readers and writers need to:Mais recursos sobre o assunto no site do NTCE: AQUI.
- Develop proficiency with the tools of technology
- Build relationships with others to pose and solve problems collaboratively and cross-culturally
- Design and share information for global communities to meet a variety of purposes
- Manage, analyze and synthesize multiple streams of simultaneous information
- Create, critique, analyze, and evaluate multi-media texts
- Attend to the ethical responsibilities required by these complex environments
segunda-feira, novembro 29, 2010
Crianças, televisão e telejornais
Os acontecimentos da última semana, em favelas do Rio de Janeiro, que culminaram ontem com o 'assalto' policial no Complexo do Alemão suscitam muitas reflexões, em particular sobre o papel dos media. Duas em especial gostaria aqui de salientar: o papel que teve, no dia de ontem, a cobertura feita a partir de dentro da favela cercada e espiolhada pelos agentes de segurança por parte de um grupo de adolescentes, ligados ao jornal "Voz da comunidade" e o impacte das notícias nos serviços noticiosos da televisão.
No primeiro caso, vale a pena rever a conta do Twitter www.twitter.com/#vozdacomunidade e rever os vídeos que, a partir de telemóveis foram feitos e emitidos via site Justin.tv. O que foi a experiência de miúdos a fazerem e a terem a consciência de fazer aquilo que os grandes e poderosos meios de comunicação não eram capazes de fazer e serem seguidos em diversas partes do mundo (a conta do Twitter passou, num instante, para mais de 20 mil seguidores). Quem acompanhou os acontecimentos pelo Twitter, pôde verificar a repercussão desta iniciativa.
Quanto ao impacto das notícias e imagens destes acontecimentos nos telejornais, refiro apenas o oportuno sinal dado pelo site revistapontocom, aqui. Ele remete-nos para o texto de uma equipa de investigadores, também do Rio de Janeiro - "Crianças, televisão e telejornais", que estudaram esta matéria, olhando-a do lado das crianças. Vale a pena dar uma olhada.
Complemento: Cf, no JN de hoje: "Adolescentes do Complexo do Alemão vencem batalha das notícias no Twitter"
No primeiro caso, vale a pena rever a conta do Twitter www.twitter.com/#vozdacomunidade e rever os vídeos que, a partir de telemóveis foram feitos e emitidos via site Justin.tv. O que foi a experiência de miúdos a fazerem e a terem a consciência de fazer aquilo que os grandes e poderosos meios de comunicação não eram capazes de fazer e serem seguidos em diversas partes do mundo (a conta do Twitter passou, num instante, para mais de 20 mil seguidores). Quem acompanhou os acontecimentos pelo Twitter, pôde verificar a repercussão desta iniciativa.
Quanto ao impacto das notícias e imagens destes acontecimentos nos telejornais, refiro apenas o oportuno sinal dado pelo site revistapontocom, aqui. Ele remete-nos para o texto de uma equipa de investigadores, também do Rio de Janeiro - "Crianças, televisão e telejornais", que estudaram esta matéria, olhando-a do lado das crianças. Vale a pena dar uma olhada.
Complemento: Cf, no JN de hoje: "Adolescentes do Complexo do Alemão vencem batalha das notícias no Twitter"
domingo, novembro 21, 2010
"Dez livros para entender que o mundo que vem aí já chegou"
A proposta é de José Luis Orihuela e vem publicada no eCuaderno:
- Boschma, Jeroen: Generación Einstein. Más listos, más rápidos y más sociables, Gestión 2000, Barcelona, 2008.
- Bringué, Jaivier y Charo Sádaba (coords.): La generación interactiva en España. Niños y adolescentes ante las pantallas, Ariel, Barcelona, 2009.
- Carr, Nicholas: El gran interruptor. El mundo en red, de Edison a Google, Deusto, Barcelona, 2008.
- Dans, Enrique: Todo va a cambiar. Tecnología y evolución: adaptarse o desaparecer, Deusto, Barcelona, 2010.
- García Fernández, Fernando: Nativos interactivos. Los adolescentes y sus pantallas: reflexiones educativas, Foro Generaciones Interactivas, Madrid, 2009.
- Pardo Kuklinski, Hugo: Geekonomía. Un radar para producir en el postdigitalismo, Universidad de Barcelona, Barcelona, 2010.
- Pisani, Francis y Dominque Piotet: La alquimia de las multitudes. Cómo la web está cambiando el mundo, Paidós, Barcelona, 2008.
- Piscitelli, Alejandro: Nativos digitales. Dieta cognitiva, inteligencia colectiva y arquitecturas de la participación, Santillana, Buenos Aires, 2009.
- Piscitelli, Alejandro, Iván Adaime e Inés Binder: El Proyecto Facebook y la posuniversidad. Sistemas operativos sociales y entonos abiertos de aprendizaje, Ariel, Barcelona, 2010.
- Scolari, Carlos, Hipermediaciones. Elementos para una Teoría de la Comunicación Digital Interactiva, Gedisa, Barcelona, 2008.
- Relacionados: Educar a la Generación Net, El futuro de la universidad y Blogs en el aula: un decálogo para docentes.
quarta-feira, novembro 17, 2010
terça-feira, novembro 16, 2010
Cidadania e redes digitais
O anúncio é feito pelo blog de Renato Cruz, no site do Estado de São Paulo: vai ser hoje apresentado o livro Cidadania e Redes Digitais, obra colectiva organizada por Sergio Amadeu da Silveira. Tem a particularidade de estar escrito em português e inglês e de ter sido disponibilizado na web ainda antes do lançamento formal.
Renato Cruz transcreve, da apresentação, este trecho:
Renato Cruz transcreve, da apresentação, este trecho:
“O objetivo da iniciativa foi explorar as relações entre as tecnologias de informação e comunicação e a construção e manutenção de direitos nas sociedades em rede. (…) O livro reúne textos que tratam de diversos aspectos do mundo informacional e suas interfaces com a expansão da cidadania, bem como exploram as ambivalências e as possibilidades da comunicação em redes digitais diante dos desafios de uma esfera pública interconectada. Um dos pontos cruciais dos debates sobre uma cibercidadania é a análise do princípio de neutralidade da rede em relação às possibilidades de bloquear ou discriminar os fluxos informacionais, reivindicado pelos controladores da infraestrutura de conexão. Tal discussão também compõe o cenário de batalhas pela reconfiguração da rede, captadas nesta coletânea como confrontos pela alteração de direitos sociais.”O download do PDF completo do livro pode ser feito aqui.
segunda-feira, novembro 15, 2010
Media Smart lança concurso nas escolas
Mais mais de cinco mil escolas do 1º e 2º ciclos foram convidades pelo programa Media Smart a realizar campanhas publicitárias sobre a vida das instituições que frequentam. Os do 1.º ciclo prepararão uma campanha de promoção da escola junto da comunidade. Os alunos de 2.º ciclo, por sua vez, são desafiados a criar uma campanha de combate ao abandono escolar, "com destaque para o estudo e a importância da escolaridade".
Depois de ter sensibilizado os alunos para o universo dos anúnicos, o programa pretende agora pô-los a produzir. Em Junho do ano que vem serão conhecidas as escolas premiadas.
Depois de ter sensibilizado os alunos para o universo dos anúnicos, o programa pretende agora pô-los a produzir. Em Junho do ano que vem serão conhecidas as escolas premiadas.
domingo, novembro 14, 2010
Conferência inaugural do Mestrado Educación y Comunicación Audiovisual
Los retos de la alfabetización mediática en el siglo XXI foi o tema da conferência proferida no passado dia 8 por José Manuel Pérez Tornero, professor na Universidade Autónoma de Barcelona, na sessão inaugural do Mestrado Interuniversitário Educación y Comunicación Audiovisual. Este curso, coordenado por Ignacio Aguaded, é ministrado pela Universidade de Huelva e pela Universidade Internacional de Andalucía e conta com a colaboração de professores portugueses, nomeadamente do Departamento de Ciências da Comunicação da UM.
O video da conderência pode ser visionado aqui.
O video da conderência pode ser visionado aqui.
quinta-feira, novembro 11, 2010
quarta-feira, novembro 10, 2010
Literacia Digital e Mediática - um plano de acção
Acaba de sair, da autoria de Renée Hobbs, o livro branco "Digital and Media Literacy: A Plan of Action". O índice é este:
- From Report to Action
- Executive Summary
- The Knight Commission Recommendation
- The Heritage of Digital and Media Literacy
- Meeting the Needs of All
- Where Learning Occurs
- Learning and Teaching: What Works
- Issues to Consider When Implementing Digital and Media Literacy Programs
- A Plan of Action: 10 Recommendations
- Who Should Do What
- Conclusion: Imagining the Future
terça-feira, novembro 09, 2010
UM acolhe Congresso Nacional sobre Literacia, Media e Cidadania
Vai realizar-se na Universidade do Minho, nos dias 25 e 26 de Março de 2011, um Congresso Nacional sobre Literacia, Media e Cidadania. Esta iniciativa servirá para uma tomada de consciência daquilo que vai sendo feito na área e para uma definição mais clara do muito que falta fazer e dos melhores caminhos para avançar nessa direcção.
O Congresso é da responsabilidade de várias entidades que têm vindo a desenvolver reuniões há cerca de um ano, entre as quais figura o CECS, constituindo um grupo informal de que também fazem parte a Comissão Nacional da UNESCO, o Conselho Nacional da Educação, a Entidade Reguladora para a Comunicação Social, o Gabinete para os Meios de Comunicação Social, o Ministério da Educação e a UMIC – Agência para a Sociedade do Conhecimento.
O Congresso Nacional sobre Literacia, Media e Cidadania terá cinco vertentes: intervenção, formação, investigação, políticas e mostra de serviços e produtos.
Destina-e a professores e responsáveis de todos os níveis e tipos de ensino e educação, profissionais e gestores das diferentes áreas dos media, investigadores ligados aos cruzamentos das áreas da comunicação, educação, indústrias culturais, TIC, animadores de projectos e programas orientados para a educação para os media e literacia digital, bibliotecários, e a agentes de diversos âmbitos ligados à definição e implementação de políticas relacionadas com a educação para os media e literacia digital.
Toda a informação pode ser consultada no site do Congresso:
http://literaciamediatica.pt/congresso/
O Congresso é da responsabilidade de várias entidades que têm vindo a desenvolver reuniões há cerca de um ano, entre as quais figura o CECS, constituindo um grupo informal de que também fazem parte a Comissão Nacional da UNESCO, o Conselho Nacional da Educação, a Entidade Reguladora para a Comunicação Social, o Gabinete para os Meios de Comunicação Social, o Ministério da Educação e a UMIC – Agência para a Sociedade do Conhecimento.
O Congresso Nacional sobre Literacia, Media e Cidadania terá cinco vertentes: intervenção, formação, investigação, políticas e mostra de serviços e produtos.
Destina-e a professores e responsáveis de todos os níveis e tipos de ensino e educação, profissionais e gestores das diferentes áreas dos media, investigadores ligados aos cruzamentos das áreas da comunicação, educação, indústrias culturais, TIC, animadores de projectos e programas orientados para a educação para os media e literacia digital, bibliotecários, e a agentes de diversos âmbitos ligados à definição e implementação de políticas relacionadas com a educação para os media e literacia digital.
Toda a informação pode ser consultada no site do Congresso:
http://literaciamediatica.pt/congresso/
sexta-feira, novembro 05, 2010
Nicholas Negroponte em entrevista ao "El Pais"
El arquitecto y evangelizador tecnológico puso en marcha un centro tecnológico de referencia mundial, el MediaLab del MIT, en Boston. Desde hace más de una década ha hecho de la educación su bandera. Su última cruzada fue la creación de un ordenador de reducidas dimensiones y menos de cien dólares para los niños en países pobres.
A reter:
P. Desde que escribió su libro, la forma de hacer política también ha cambiado mucho. ¿Cómo lo ve en el futuro?
R. En las últimas semanas he visto el mayor cambio en mucho tiempo. Pusieron una fotografía de papel delante de una niña de tres años. Para verla mejor, dio un pellizco en ella, como si fuera una pantalla, pero se dio cuenta de que no tenía efecto sobre el papel. La manera de entender el mundo de esa niña no tiene nada que ver con la nuestra. Cuando tenga que votar habrá sido mucho más activa durante toda su vida. Hablarán diferente, se comunicarán de otra manera. En los últimos años la ciudadanía se ha hecho más activa. Da igual que se haga una declaración en una universidad o en un gran acto porque se difunde por Twitter, Facebook, blogs. Cualquier acto público pasa a ser relevante. Es todo un mundo nuevo.
Entrevista completa no "El Pais".
A reter:
P. Desde que escribió su libro, la forma de hacer política también ha cambiado mucho. ¿Cómo lo ve en el futuro?
R. En las últimas semanas he visto el mayor cambio en mucho tiempo. Pusieron una fotografía de papel delante de una niña de tres años. Para verla mejor, dio un pellizco en ella, como si fuera una pantalla, pero se dio cuenta de que no tenía efecto sobre el papel. La manera de entender el mundo de esa niña no tiene nada que ver con la nuestra. Cuando tenga que votar habrá sido mucho más activa durante toda su vida. Hablarán diferente, se comunicarán de otra manera. En los últimos años la ciudadanía se ha hecho más activa. Da igual que se haga una declaración en una universidad o en un gran acto porque se difunde por Twitter, Facebook, blogs. Cualquier acto público pasa a ser relevante. Es todo un mundo nuevo.
Entrevista completa no "El Pais".
Etiquetas:
Educação,
Escola e Tecnologias,
Futuro,
Negroponte
quarta-feira, novembro 03, 2010
Discussão do dia
Porque já não faz sentido que nos fiquemos pela citação do dia, parece-me que seria interessante discutir o mais recente editorial de Francisco José Viegas na revista Ler, à luz da citação que coloquei no blogue ontem.
Apelo à paciência dos leitores porque segue-se um excerto significativo, necessário para enquadrar as ideias do director da publicação. Partindo do livro de Maria do Carmo Vieira, O Ensino do Português, Francisco José Viegas tece duras críticas ao trabalho do Ministério da Educação nos últimos anos. Aqui fica o pedaço que mais dirá respeito a este blogue:
"A leitura do magnífico livro de Maria do Carmo Vieira fornecerá abundantes casos de estudo, exemplos de como o absurdo se instalou nas escolas a partir de directivas elaboradas por técnicos insensatos e imunes à discussão e à crítica, além de mostrar que ainda é possível recuperar o tempo perdido. Como? Em primeiro lugar, acabando com o poder absoluto da classe de «pedagogos teóricos» que adquiriram o estatuto de inimputabilidade no Ministério da Educação e que, como escreve Carlos Ceia - citado no livro - transformou «o programa de Língua Portuguesa» num «programa de Práticas de Secretariado». A substituição da «Literatura» pelos altíssimos ideais da «competência comunicativa», da produção e leitura dos «textos reais», da «interacção oral» e da «linguística pragmática», obedece ao princípio não só absurdo, mas também preguiçoso e pernicioso, de que o « fundamental é saber que eles saibam ouvir, falar, ler e escrever» - o que é suficiente para a produção de uma classe de burocratas ignorantes, com pouca vontade de aprender ou melhorar os seus conhecimentos, aptos a servir máquinas comerciais ou o aparelho de Estado.Exagero? Não. Basta ler alguns dos documentos fornecidos por esses buracos negros que tomaram conta do Ministério da Educação nas últimas décadas. O seu empenho no «real» leva-os a menosprezar, com altivez e a arrogância dos medíocres, tudo o que seja o contacto com a Literatura, a História ou a Filosofia (vistas como excrescências e excedentes), em benefício da leitura de textos publicitários, comerciais ou «jornalísticos», de «adequação ao real», como se o «real» fosse uma categoria e a escola uma fábrica de funcionários do Estado e das grandes corporações (por este caminho, as aulas de Português incluirão o estudo de quadros de Excel, acrescentando-se à análise de «telejornais, noticiários, entrevistas, concursos, publicidade, pequenos anúncios, horóscopos, palavras cruzadas, regulamentos, requerimentos, atestados médicos», etc.)."
Eu próprio, na minha tenra idade, serei produto do sistema atrás criticado.
terça-feira, novembro 02, 2010
Citação do dia (atrasada)
Com um atraso de alguns dias, que atribuirei ao fim-de-semana prolongado, aqui fica algo que considero merecer algum destaque para discussão, retirado da entrevista de Fernando Savater na revista Atual da mais recente edição do jornal Expresso:
Expresso: Se a escola estivesse organizada em ambiente democrático, os estudantes não poderiam aprender a cidadania pelo exemplo e prática?FS: A escola não é democrática. Nem deve sê-lo. A escola é a preparação para a democracia. Uma aula é hierárquica. O professor está sempre acima dos alunos. A escola deve estar a preparar os jovens para ser cidadãos. A escola não tem os mecanismos da democracia nem deve ter.(...)As aulas não são uma reunião de amigos nem um recreio. São um lugar onde se transmite conhecimento. Toda a gente aceite e entende que um treinador de futebol dê ordens aos seus jogadores. Já o mesmo modelo numa escola parece que começou a ser (erradamente) entendido como algo escandaloso.
quinta-feira, outubro 28, 2010
Novidade: blog do Público na Escola
Página 23 é o nome do Blog do Projecto Público na Escola, há mais de 20 anos proposto às escolas e aos professores pelo jornal Público.
Uma atenção particular aos jornais escolares, às leituras interessantes e inteligentes e, em geral, à educação para os media.
A seguir, pois.
[De resto, e a propósito da presença da educação para os media na web, espero que tenhamos, dentro de dias, mais novidades].
Uma atenção particular aos jornais escolares, às leituras interessantes e inteligentes e, em geral, à educação para os media.
A seguir, pois.
[De resto, e a propósito da presença da educação para os media na web, espero que tenhamos, dentro de dias, mais novidades].
segunda-feira, outubro 25, 2010
BBC inicia campanha 'First Connect'
A cadeia pública britânica BBC acaba de lançar a iniciativa 'First Connect', um site sobre algumas das questões básicas das diversas plataformas online. Em traços gerais, a página organiza-se em torno de quatro temas:
- How to... Beginner's guides to using computers, getting online and keeping in touch:
Use a Computer
Get Online
Email
Chat Online
Watch TV and Video Online
- Need to Know...The place to find articles on subjects from online banking to safety and copyright:
Safety Online
Your Rights Online
Copyright
Security
Shopping and Banking Online
- Behind the Scenes...How the experts make TV, Radio and News, also information on careers in the media:
How Television is Made
How Radio is Made
How The News is Made
How Websites are Made
Media Careers
- Make and Play...Tips, tricks and fun activities to help you get more from digital technology and media production:
Making Radio
Digital Photography
Digital Video
Music
Writing Scripts
sábado, outubro 23, 2010
A família digital
No Medialog, um dos especialistas internacionais da área da educação para os media, Pier Cesare Rivoltella, da Universidade Católica de Milão (vai estar dentre de dias em castelo Branco) escreve sobre La famiglia digitale. Está em italiano, mas com um pouco de esforço, mesmo quem não domina a língua consegue ler.
'Nativos Digitais', um programa TV de educação para os media
Estreia amanhã na RTP2, pelas 14h.15, o programa 'Nativos Digitais', um documentário que visa reflectir sobre a vida social e política através dos media. Produzido pela 'Farol de Ideias' com a consultadoria científica de três docentes do Departamento de Ciências da Comunicação - Manuel Pinto, Joaquim Fidalgo e Sara Pereira - o programa tem também por objectivo a educação para os media. O segundo canal da televisão pública responde, deste modo, ao compromisso de "participar em actividades de educação para os meios de comunicação social, garantindo, nomeadamente, a transmissão de programas orientados para esse objectivo", conforme estabelecido no Contrato de Concessão do Serviço Público de Televisão de 2008 (Cláusula 7ª, nº2)g).
O primeiro dos 13 episódios previstos é dedicado às audiências televisivas.
Mais informações podem ser encontradas aqui.
sexta-feira, outubro 15, 2010
Projecto de promoção da cidadania
Conectando Mundos é o nome de um projecto - vai agora para a 8ª edição - que combina actividades na aula e o trabalho em rede entre alunos dos 6 aos 17 anos, "inseridos em diferentes realidades culturais, económicas e sociais, na qual participam escolas de todo o mundo".
Dos objectivos que se procura atingir, destaco dois:
Desde esta semana, estão abertas as inscrições para as escolas que queiram participar neste projecto, com financiamento de várias entidades públicas espanholas.
Dos objectivos que se procura atingir, destaco dois:
- Participar, comprometer-se e contribuir para a comunidade a diversos níveis, desde os locais aos globais, com o objectivo de alcançar um mundo mais justo e sustentável.
- Conhecer como funciona o mundo a nível económico, político, social, cultural, tecnológico e ambiental, sempre com a constante vontade de procurar e analisar a informação.
Desde esta semana, estão abertas as inscrições para as escolas que queiram participar neste projecto, com financiamento de várias entidades públicas espanholas.
E-mail continua a ser plataforma preferida para partilha de conteúdos
De acordo com um estudo divulgado hoje pelo instituto Chadwick Martin Bailey, o e-mail continua a ser o meio online preferido para partilhar conteúdos. Este observatório de mercado de Boston, nos EUA, concluiu que 3 em cada 4 inquiridos prefere enviar conteúdos para amigos e família e quase metade realiza esta tarefa pelo menos uma vez por semana. Apesar do crescente êxito das redes sociais, pensadas e construídas para facilitar a partilha de diversos assuntos entre utilizadores, o estudo revela a importância e a primazia que o e-mail continua a ter neste contexto.
Desta forma, a investigação refere que 86 por cento dos inquiridos continua a preferir o correio electrónico, numa tendência que se verifica com maior insistência à medida que se analisam as respostas dos inquiridos de idades mais avançadas. Por outra parte, os indivíduos compreendidos entre a faixa etária dos 18 aos 24 anos utilizam o correio electrónico apenas em 70 por cento dos casos.
No que diz respeito às motivações, o estudo refere que são maioritariamente egoístas: 72 por cento prefere enviar conteúdos que pensam ser divertidos ou interessantes. O estudo realça ainda que, nesta matéria, não existem diferenças susbtanciais quanto ao género. Contudo, no que se refere à idade, as motivações são diferentes: os inquiridos mais velhos preocupam-se com a qualidade do que enviam. Nos maiores de 55 anos, a qualidade é destacada como um valor importante para 67 por cento dos inquiridos, já na faixa 18-24 anos é valorizada apenas por 47 por cento da amostra.
O estudo parece ser interessante na questão da valorização do que se publica em confronto com as plataformas escolhidas para concretizar esta intenção. No fundo - e é o que me ocorre como súmula desta investigação - parece-me que ainda não estamos, de facto, a dar o devido tempo às redes sociais para podermos estudá-las com a devida profundidade. Só com a consolidação efectiva destes processos poderemos compreender se estas plataformas estão, de facto, a produzir alguma alteração real na vida quotidiana, em termos macro-sociais, se assim poderíamos designar. Parece-me, e talvez seja o mais relevante perceber daqui em diante, que razões destacam os que nada partilham. Parece-me existir nesta discussão aquilo que um dos autores deste blogue chamaria de 'silêncio', interessante de abordar.
quarta-feira, outubro 13, 2010
Novo Mestrado em Comunicação, Cidadania e Educação já abriu
O novo mestrado em Comunicação, Cidadania e Educação da Universidade do Minho (Departamento de Ciências da Comunicação), abriu oficialmente na passada sexta-feira (8 de Outubro). A recepção aos alunos do curso, que funcionará pela primeira vez este ano lectivo, foi feita na sala de Actos do Instituto de Ciências Sociais. Na oportunidade a directora, Profª Sara Pereira, disponibilizou todas as informações necessárias e abordou as linhas gerais em que assentam as unidades curriculares. A abertura do novo mestrado seguiu-se a uma conferência do Prof. Doutor José Manuel Paquete de Oliveira, Provedor do telespectador da RTP e professor jubilado do ISCTE, sobre o tema “Media, Públicos e Cidadania”.
O novo curso tem como objectivo central proporcionar o estudo aprofundado dos fenómenos comunicacionais no contexto das sociedades actuais, focando em especial os cruzamentos e interacções entre os universos dos media, da comunicação, da educação e da cidadania.
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Currículo de Educação para os Media em 3 vols
No seguimento do post anterior, aí vai a notícia de que uma das principais especialistas de Educação para os media dos Estados Unidos, a Prof. Renée Hobbs, disponibiliza online um currículo de 18 módulos, em três volumes, dedicado a servir de recurso a actividades de ensino-aprendizagem em Educação para os Media.
O trabalho, que existia apenas em suporte impresso, foi desenvolvido no âmbito das actividades do Media Education Lab da Escola de Comunicações e Teatro da Universidade de Temple por encomenda do Departamento de Educação do Estado de Maryland.
O currículo é composto por fichas de texto, em formato pdf e por vídeos de apoio. Eis as temáticas, com os respectivos links:
Elementary School: Introduction
O trabalho, que existia apenas em suporte impresso, foi desenvolvido no âmbito das actividades do Media Education Lab da Escola de Comunicações e Teatro da Universidade de Temple por encomenda do Departamento de Educação do Estado de Maryland.
O currículo é composto por fichas de texto, em formato pdf e por vídeos de apoio. Eis as temáticas, com os respectivos links:
Elementary School: Introduction
- Unit 1: Asking Critical Questions
- Unit 2: Understanding Media Genres
- Unit 3: In the Real World
- Unit 4: Heroes and Villains
- Unit 5: Ratings and Reviews
- Unit 6: Kenan's World
- Unit 1: Asking Critical Questions
- Unit 2: The Art of Slapstick
- Unit 3: What's Real and What's Reel
- Unit 4: History and Media
- Unit 5: Entertainment Warriors
- Unit 6: Media Mania!
terça-feira, outubro 12, 2010
Dezenas de videos
O Media Education Lab da Universidade norteamericana de Temple disponibiliza no YouTube um 'canal' com dezenas de vídeos que se propõem apoiar o trabalho de professores e investigadores que se dedicam à Educação para os Media, em particular nos ensinos básico e secundário.
Um exemplo:
Um exemplo:
quarta-feira, outubro 06, 2010
Professores e alunos aprovam os quadros digitais
85 por cento dos professores considera que o uso dos quadros digitais nas salas de aula aumenta a atenção, motivação e participação dos alunos, segundo um estudo elaborado pela Universidade Autónoma de Barcelona (UAB) e pela empresa de tecnologia didáctica Promethean.
A investigação foi realizada no ano lectivo passado e envolveu mais de 4800 alunos e 80 professores de 22 centros educativos espanhóis e conclui que os Quadros Digitais Interactivos (QDI - tradução de Pizarras Digitales Interactivas) estão em franca expansão nas salas de aula espanholas. 90 por cento dos professores e cerca de 82 por cento dos alunos acreditam que com estas plataformas digitais aprende-se com maior facilidade. Por outro lado, a grande maioria de docentes (85%) e estudantes (91%) reconhece que a incorporação desta vertente digital nas aulas é bastante positiva.
Logo após ter dado a conhecer os resultados do estudo, o responsável pela investigação e professor da UAB, Pere Marquès, destacou que «os modelos didácticos mais utilizados estão centrados na actividade e controlo do professor. Estamos também a atingir um nível de elevada utilização dos modelos centrados na actividade e iniciativa dos estudantes.»
Fonte: Portaltic.es/gadgets
sexta-feira, outubro 01, 2010
Competição - pesquisar informação na Internet
Oeiras Internet Challenge é o nome de uma competição organizada pelas Bibliotecas Municipais de Oeiras, tendo como principais objectivos "estimular a utilização da Internet como recurso informativo, sensibilizar para o uso e aplicação eficaz das ferramentas de pesquisa e recuperação de informação, realçar a importância de adoptar uma atitude selectiva e de rigor quanto à avaliação criteriosa dos conteúdos e resultados obtidos". Por outro lado, esta actividade procura cativar os jovens a partir dos 13 anos a frequentarem as bibliotecas.
Podem participar até 98 equipas de jovens, gratuitamente, sendo proporcionado aos participantes 14 horas de desafios e acção. De acordo com o site do projecto, os participantes têm a oportunidade de testar e melhorar as suas competências de pesquisa e a correcta utilização de diversas ferramentas de busca, ao longo de cinco desafios, havendo prémios para os vencedores. Este concurso está marcado para o dia 20 de Novembro.
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quarta-feira, setembro 29, 2010
TV: mais reconhecimento que conhecimento
(...) a comunicação se tornou para nós
questão de mediações mais do que de
meios, questão de cultura e, portanto,
não só de conhecimentos mas de re-conhecimento.
Um reconhecimento que
foi, de início, operação de deslocamento
metodológico para re-ver o processo
inteiro da comunicação, a partir de seu
outro lado, o da recepção, o das resistências
que aí têm seu lugar, o da apropriação
a partir de seus usos.
Martín-Barbero, Jesús (2001). Dos meios às mediações: comunicação, cultura e hegemonia. Rio de Janeiro: Editora da UFRJ
Via: A TV pelo Olhar de Quem Vê
questão de mediações mais do que de
meios, questão de cultura e, portanto,
não só de conhecimentos mas de re-conhecimento.
Um reconhecimento que
foi, de início, operação de deslocamento
metodológico para re-ver o processo
inteiro da comunicação, a partir de seu
outro lado, o da recepção, o das resistências
que aí têm seu lugar, o da apropriação
a partir de seus usos.
Martín-Barbero, Jesús (2001). Dos meios às mediações: comunicação, cultura e hegemonia. Rio de Janeiro: Editora da UFRJ
Via: A TV pelo Olhar de Quem Vê
segunda-feira, setembro 27, 2010
Mestrado Comunicação, Cidadania e Educação - Inscrições Abertas
A partir de hoje, dia 27, e até ao dia 1 de Outubro, está aberto o período de candidaturas ao novo curso de Mestrado em Comunicação, Cidadania e Educação.
As candidaturas realizam-se on-line, através do Portal Académico em http://alunos.uminho.pt/candidaturasPG
Para mais informações consultar ou contactar:
http://www.comunicacao.uminho.pt
secposgrag@ics.uminho.pt
Telef.: 253 60 46 96
As candidaturas realizam-se on-line, através do Portal Académico em http://alunos.uminho.pt/candidaturasPG
Para mais informações consultar ou contactar:
http://www.comunicacao.uminho.pt
secposgrag@ics.uminho.pt
Telef.: 253 60 46 96
domingo, setembro 26, 2010
O impacto das TIC na Educação - guia publicado pela UNESCO
A UNESCO disponibilizou um trabalho sobre as transformações que as TIC têm operado na educação, mais concretamente na região da Ásia-Pacífico, que tem como título: ICT transforming education: A regional guide.
Ficam alguns excertos e um esquema como motivação para aceder a esta publicação:
«To be effective in the 21st century, citizens and workers must be able to exhibit a range of functional and critical thinking skills, such as:
- Information Literacy- Media Literacy
- ICT (Information, Communications and Technology) Literacy
(...) Information literacy, media literacy and ICT literacy form one of the four broad sets of skills identified by P21 that students need to acquire to be effective citizens and workers in the 21st century. Since the focus of this Guide is on ICT in education, this grouping of skills is now expanded further in order to foreshadow what implications there are for teachers and teacher educators.
Digital literacy (or in the plural digital literacies), e-literacy, new literacies, screen literacy, multimedia literacy, information literacy, ICT literacies – these are all terms to describe clusters of skills that students (and their teachers) need in the digital age of the 21st century. Because of ICT, concepts of literacy have extended well beyond the traditional notions of print-based literacy.»
Fonte: ICT transforming education: A regional guide (informação recolhida a partir do Ministério da Educação)
quinta-feira, setembro 23, 2010
Uso do Facebook na educação
Time to focus on Facebook literacy in our education system | The Vancouver Observe:
A sugestão refere-se ao sistema educativo em Vancouver, Canadá, mas é razoavelmente transponível:
Um potencial currículo em media digitais poderia incluir:
A sugestão refere-se ao sistema educativo em Vancouver, Canadá, mas é razoavelmente transponível:
Um potencial currículo em media digitais poderia incluir:
- Understanding social media
- Social media: reputation, identity, and authority
- Privacy, security, and ethical issues
- Critical thinking and reasoned choices
- Anti-cyber bullying strategies
- Guidelines for adult interaction with students
- The educational benefits/risks of social media
- Using social media to enhance student learning
- Best practices
terça-feira, setembro 21, 2010
Congresso sobre competências digitais e de literacia dos media
Media & Learning 2010 é um congresso que terá lugar em Bruxelas, nos dias 25 e 26 de Novembro. Destina-se, segundo o própio site, a todos aqueles que estão interessados nos últimos desenvolvimentos, serviços e usos dos media na educação e na formação.
Visando tanto os decisores políticos como os profissionais, o objetivo deste evento é "identificar as políticas e iniciativas que promovem as competências digitais e mediáticas em todos os níveis de educação e formação". Por isso, os temas em discussão serão:
• a urgência de desenvolver as competências digitais e de literacia dos media nos trabalhadores europeus;
• qual a melhor forma de convencer todas partes envolvidas sobre a importância da incorporação das competências digitais e mediáticas entre profissionais e alunos em todos em todo níveis de educação e formação.
Mais informações, nomedamente sobre o programa, podem ser consultadas no website.
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segunda-feira, setembro 13, 2010
Citação do dia
Sobre a importância da literacia mediática (mais um argumento):
«Media literacy, in short, is about more than the analysis of messages, it is about an awareness of why those messages are there. It is not enough know that they are produced, or even how, in a technical sense, they are produced. To appreciate the significance of contemporary media, we need to know why they are produced, under what constraints and conditions, and by whom»
Lewis, J. & Jhally, S. (1998) The Struggle Over Media Literacy in Journal of Communication, volume 48, pp. 109-120.
quinta-feira, setembro 09, 2010
Parabéns ao Reconquista!
Com as devidas desculpas ao Fábio por lhe estar sempre a empurrar os posts para baixo, acho que se impõe dar os parabéns ao jornal Reconquista por ter recebido uma menção especial nos prémios deste ano de "Jovens Leitores" da Associação Mundial de Jornais e de Editores de Notícias, na secção "Jornais na Educação". A par do Reconquista também o australiano The Age recebeu uma menção nesta secção.
O trabalho de Educação para os Media no distrito de Castelo Branco desenvolvido no campo dos jornais escolares tem sido um caso de destaque em Portugal, sendo possivelmente o mais ambicioso do país dentro deste tema.
"Isto é o começo de uma abordagem excelente e multifacetada com o potencial para ajudar cidadãos do século XXI a desenvolverem capacidades críticas de literacia ao analisarem mensagens mediáticas e ao serem capazes de produzir as suas próprias mensagens. Apesar de os resultados terem sido modestos inicialmente, esperamos grandes coisas desta equipa", refere o júri do concurso.
Citada pela Lusa, a professora do Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB) e investigadora responsável da iniciativa Helena Menezes afirmou que "este prémio é importante para o país, mas também para a região, e mostra que é possível desenvolver bons projectos fora dos grandes centros".
O papel do Reconquista na região tem sido muito visível desde a década de 1970 quando começaram a imprimir na gráfica do semanário jornais escolares. Desde então que o jornal tem desenvolvido esforços nesta área, sendo uma das pedras fundamentais das actividades de Educação para os Media no distrito. Mais do que publicar jornais escolares, já lançaram suplementos com textos escritos pelos alunos das escolas abrangidas e deram visibilidade a esta actividade.
Foi feita formação de professores e houve uma enorme aposta e incentivo da produção de jornais escolares por alunos de escolas de 2º e 3º ciclo, bem como de secundárias.
Para além de investigadores quer do IPCB quer das universidades Clássica e Nova de Lisboa e do Instituto Piaget, o projecto tem à cabeça um jornalista do periódico albicastrense, Vítor Tomé, que tem dinamizado de forma estonteante este trabalho, financiado desde 2007 pela Fundação para a Ciência e Tecnologia.
O prémio será entregue em Novembro numa cerimónia em São Francisco, nos EUA.
Edit para acrescentar as declarações de Vítor Tomé, citado pelo Reconquista, e para corrigir as instituições associadas. “Este prémio tem de ser partilhado com os professores e os alunos das 24 escolas que estão a trabalhar com a equipa de investigação desde 2008. Tem de ser partilhado com a equipa do Reconquista e com muitos colaboradores, desde a empresa Netsigma a alguns docentes da Escola Superior de Artes Aplicadas e a várias outras pessoas que nos incentivaram a apoiaram desde a primeira hora”, afirmou o jornalista e investigador.
Aproveito também para destacar que os resultados do projecto vão ser apresentados em Castelo Branco, no dia 6 de Novembro, com a presença dos avaliadores externos (Pier Cesare Rivoltella da Universidade Católica de Milão e Evelyne Bevort do Ministério francês da Educação) e de todos os membros da equipa.
O evento também vai receber vários nomes da Educação para os Media nacional e internacional, em particular o fundador deste blogue e professor da Universidade do Minho Manuel Pinto, mas também Aguaded-Gomez (Universidade de Huelva), Vitor Reia-Baptista (Universidade do Algarve) e António Fidalgo (Universidade da Beira Interior), como refere o texto do jornal albicastrense.
O trabalho de Educação para os Media no distrito de Castelo Branco desenvolvido no campo dos jornais escolares tem sido um caso de destaque em Portugal, sendo possivelmente o mais ambicioso do país dentro deste tema.
"Isto é o começo de uma abordagem excelente e multifacetada com o potencial para ajudar cidadãos do século XXI a desenvolverem capacidades críticas de literacia ao analisarem mensagens mediáticas e ao serem capazes de produzir as suas próprias mensagens. Apesar de os resultados terem sido modestos inicialmente, esperamos grandes coisas desta equipa", refere o júri do concurso.
Citada pela Lusa, a professora do Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB) e investigadora responsável da iniciativa Helena Menezes afirmou que "este prémio é importante para o país, mas também para a região, e mostra que é possível desenvolver bons projectos fora dos grandes centros".
O papel do Reconquista na região tem sido muito visível desde a década de 1970 quando começaram a imprimir na gráfica do semanário jornais escolares. Desde então que o jornal tem desenvolvido esforços nesta área, sendo uma das pedras fundamentais das actividades de Educação para os Media no distrito. Mais do que publicar jornais escolares, já lançaram suplementos com textos escritos pelos alunos das escolas abrangidas e deram visibilidade a esta actividade.
Foi feita formação de professores e houve uma enorme aposta e incentivo da produção de jornais escolares por alunos de escolas de 2º e 3º ciclo, bem como de secundárias.
Para além de investigadores quer do IPCB quer das universidades Clássica e Nova de Lisboa e do Instituto Piaget, o projecto tem à cabeça um jornalista do periódico albicastrense, Vítor Tomé, que tem dinamizado de forma estonteante este trabalho, financiado desde 2007 pela Fundação para a Ciência e Tecnologia.
O prémio será entregue em Novembro numa cerimónia em São Francisco, nos EUA.
Edit para acrescentar as declarações de Vítor Tomé, citado pelo Reconquista, e para corrigir as instituições associadas. “Este prémio tem de ser partilhado com os professores e os alunos das 24 escolas que estão a trabalhar com a equipa de investigação desde 2008. Tem de ser partilhado com a equipa do Reconquista e com muitos colaboradores, desde a empresa Netsigma a alguns docentes da Escola Superior de Artes Aplicadas e a várias outras pessoas que nos incentivaram a apoiaram desde a primeira hora”, afirmou o jornalista e investigador.
Aproveito também para destacar que os resultados do projecto vão ser apresentados em Castelo Branco, no dia 6 de Novembro, com a presença dos avaliadores externos (Pier Cesare Rivoltella da Universidade Católica de Milão e Evelyne Bevort do Ministério francês da Educação) e de todos os membros da equipa.
O evento também vai receber vários nomes da Educação para os Media nacional e internacional, em particular o fundador deste blogue e professor da Universidade do Minho Manuel Pinto, mas também Aguaded-Gomez (Universidade de Huelva), Vitor Reia-Baptista (Universidade do Algarve) e António Fidalgo (Universidade da Beira Interior), como refere o texto do jornal albicastrense.
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Citação do dia
Várias vezes já discutimos aqui o papel dos mais variados conteúdos que percorrem o universo online. Encontrei há pouco um conceito que me pareceu interessante pela forma como é descrito: «usability» ou «utilidade», numa possível tradução para português. O termo poderá nem ser propriamente difícil de definir, ainda assim deixo a interpretação recolhida num texto de Renita Coleman, Paul Lieber, Andrew Mendelson e David Kurpius.
«The concepts of usability and user-centered design also stress the importance of understanding what the user brings to the site. Usability has been heavily examined for the past 30 to 40 years, mostly in the computer science area. A definition of usability is the ease with which a system can be learned and used (Mills et al., 1986).This requires understanding who the users are and what they will be doing on the site (Shank, 2002). Usability is measured by how easy a website is to learn, how quickly a user can accomplish a task, how error-proof the site is, how satisfied the user is with the experience and how often users return to the site (Gould and Lewis, 1985; Hale et al., 1995; Nelson et al., 1999).»
Serão, de facto, úteis, os sites que regularmente visitamos? Que estratégias de edição online podemos verificar tendo em vista a compreensão desses conteúdos?
quarta-feira, setembro 01, 2010
Citação do dia
"Muita da discussão em torno da entrevista de Schmidt [CEO da Google, ao Wall Street Journal] centrava-se num comentário: a sugestão de que os jovens que expõem catastroficamente as suas vidas privadas por via de sites de redes sociais podem precisar de ver permitida a mudança do seu nome e a obtenção de uma nova identidade ao chegarem a adultos. Isto, curiosamente, liga-se ao facto de a Google deixar cair as fichas da sociedade onde quer que calhem, para que sejam arrumadas por legisladores e legislação da melhor forma possível, enquanto a erecção de uma nova arquitectura mundial continua.Se a Google estivesse preocupada o suficiente com isto talvez a companhia devesse dar às crianças 'identidades de treino' à nascença, que terminassem com a maioridade. Cada um poderia, então, escolher ligar a sua identidade adulta à da infância, ou não. Ficar sem infância, sendo obviamente suspeito num currículo, daria origem a uma indústria de criação de falsas adolescências, retro-inseridas de forma dispendiosa, a criação das quais daria emprego a muitos escritores de ficção. Haveria um lado positivo, de certa forma.Não vejo isto como uma ideia muito realista, apesar de o pensamento de milhões de pessoas a viverem as suas vidas em programas de protecção de testemunhas individuais, prisioneiras da sua própria folia enquanto jovens, apelar às minhas glândulas Kafkaescas. Nem encontro muito conforto no pensamento de que a Google teria de ser confiada de modo a nunca ligar a idade adulta de um indivíduo à sua louca juventude, algo que o motor de busca, na posse de até aqui imaginárias ferramentas de transparência, mais tarde ou mais cedo poderia fazer e faria."
- William Gibson, "Google's Earth", The New York Times, 31 de Agosto de 2010.
Não resisti a publicar aqui este excerto do artigo de opinião do conhecido escritor, criador do conceito de "ciberespaço". Nem consigo resistir a fazer referência, apesar da distância que vai à Educação para os Media, ao tema de capa da Wired deste mês. Escrito pelo director da revista, Chris Anderson, autor do livro Free: The Future of a Radical Price, com outro redactor da publicação, o artigo The Web is Dead. Long Live the Internet é de leitura obrigatória para quem acompanha estes temas.
terça-feira, agosto 31, 2010
Entre realidade e representação
No sempre excelente blogue de filosofia do The New York Times o mais recente artigo, da autoria de Alexander Nehamas, professor da Universidade de Princeton, estabelece um paralelo entre a situação da Grécia de outros tempos e a relação da sociedade actual com os media.
Segundo Nehamas, Platão ignora na sua República nomes como o de Homero, autor da Odisseia e da Ilíada, concluindo que o filósofo "censurou" o trabalho do poeta por o considerar nocivo para a educação da sociedade. "Nós também censuramos os materiais educativos das nossas crianças de forma tão segura e com base nos mesmos fundamentos que Platão. Como ele, muitos de nós acreditamos que a emulação se torna em 'hábito e segunda natureza', que maus heróis (hoje dizemos 'modelos') produzem más pessoas", escreve Nehamas.
Tal como a poesia de Homero criava "maus" exemplos para quem a lesse, também os media hoje reproduzem imagens que podem ser encaradas como perniciosas.
Contudo, o problema aqui é outro. O problema é um de elementos do processo comunicativo. E um de abrupta divisão entre realidade e representação. "Ser realista é apresentar o mundo sem artifício ou convenção, sem mediação - a realidade pura e simples. E a cultura popular, enquanto permanecer popular, parece sempre realista: os polícias na televisão usam sempre cintos de segurança", explica o autor.
Entre a realidade e representação há uma grande diferença e saber que o que nos é transmitido é apenas representação é essencial. "Nós passamos, como Platão, da representação para a realidade? Se sim, então devemos mesmo preocupar-nos com os efeitos da televisão ou dos videojogos". Ou seja, se aceitamos as representações como realidade, então, de facto, temos um problema em mãos.
Como argumenta Nehamas, se nos apercebemos de que a reacção a representações não tem de determinar o nosso comportamento então a influência dos media será menor do que se teme. "Se o contrário for verdade, em vez de limitar o acesso ou de remodelar o conteúdo dos media, deveríamos garantir que nós, e em particular as nossas crianças, aprendem a interagir com eles de forma inteligente e consciente".
Se hoje lemos e estudamos as obras do passado grego, então o que será lido e visto da nossa era dentro de dois mil anos? E em que ficamos: realidade ou representação?
A confiança nos conteúdos online
Um estudo publicado no último volume do International Journal of Communication procurou compreender as dinâmicas que estão relacionadas com a confiança nos conteúdos acedidos através do universo online. Numa amostra de jovens adultos, que envolveu estudantes universitários, os resultados indicaram que este grupo atribui maior legitimidade aos conteúdos com maior número de visitas, em detrimento, por exemplo, da credibilidade da fonte de informação. A noção de credibilidade da informação, tarefa que pode ser inscrita no âmbito das competências da literacia mediática, dependerá exclusivamente do número de cliques e das visitas a um site? Será este o único critério para avaliar a credibilidade de um determinado texto, documento ou informação online?
O abstract (resumo) do estudo refere o seguinte:
Little of the work on online credibility assessment has considered how the information-seeking process figures into the final evaluation of content people encounter. Using unique data about how a diverse group of young adults looks for and evaluates Web content, our paper makes contributions to existing literature by highlighting factors beyond site features in how users assess credibility. We find that the process by which users arrive at a site is an important component of how they judge the final destination. In particular, search context, branding and routines, and a reliance on those in one’s networks play important roles in online information-seeking and evaluation. We also discuss that users differ considerably in their skills when it comes to judging online content credibility.
Para consultar o texto integral, aqui.
segunda-feira, agosto 30, 2010
Edupunk
Clicar aqui, para ver nas dimensões originais: Edupunk-Educación informal en las redes sociales (Universidad Internacional de Andalucía), por Dolors Reig
quinta-feira, agosto 26, 2010
Revista científica sobre Literacia Digital
Num ano de ampla e fecunda colheita no que se refere a revistas sobre Educação para os Media e Literacia Mediática e Digital, apraz-nos registar a saída do número 1 de uma nova revista, o Nordic Journal of Digital Literacy. O foco são os media digitais (incluindo a Internet, as consolas de jogos e os computadores) e os respectivos usos. Este primeiro número especial aborda as práticas digitais das crianças, procurando - teorica e metodologicamente, valorizar as perspectivas das próprias crianças.
Títulos dos artigos deste número inaugural:
CORRECÇÃO (28/8):
De facto, não se trata de uma nova revista, mas sim da disponibilização dos números de Nordic Journal of Digital Literacy até hoje publicados em formato PDF. A revista começou em 2006 e, até hoje, já foi publicada uma dúzia de números. O que se refere acimea, neste post, é o nº1 de 2010. Aqui fica a reposição das coisas no seu lugar, graças a uma informação obtida aqui. Fica também, deste modo, aberta a possibilidade de consultar os numerosos textos até hoje editados, cerca de metade dos quais em inglês.
Títulos dos artigos deste número inaugural:
- Understanding children’s and young adolescents’ media practices: reflections on methodology
- From Chat in Public to Networked Publics
- Young Boys Playing Digital Games
- Educating the Digital Generation
- A Critical Perspective on Online Safety Measures
CORRECÇÃO (28/8):
De facto, não se trata de uma nova revista, mas sim da disponibilização dos números de Nordic Journal of Digital Literacy até hoje publicados em formato PDF. A revista começou em 2006 e, até hoje, já foi publicada uma dúzia de números. O que se refere acimea, neste post, é o nº1 de 2010. Aqui fica a reposição das coisas no seu lugar, graças a uma informação obtida aqui. Fica também, deste modo, aberta a possibilidade de consultar os numerosos textos até hoje editados, cerca de metade dos quais em inglês.
segunda-feira, agosto 23, 2010
A lição fundamental: saber ouvir os alunos
"(...) A lição fundamental [retirada da experiência de longos anos na educação para os media]exige que nós, professores, continuamente escutemos os nossos alunos quanto ao modo como atribuem sentido ao seu mundo. Devo sempre lembrar que o modo como os alunos constroem sentido de um documento dos media não é provavelmente o mesmo significado que eu produzo. Para compreender o seu significado, eu preciso de aprender a ouvir bem, e não poderei fazer isso se estou sempre a falar com eles e a tentar inundá-los com os meus conhecimentos".
Chris Sperry (2010) "The Epistemological Equation: Integrating Media Analysis into the Core Curriculum". Journal of Media Literacy Education, vol.1 (2), p. 89
quinta-feira, agosto 19, 2010
«Vês o que vês?» - Oficina no Museu Berardo
«Vês o que vês?» é o tema de uma oficina de formação em fotografia, que o serviço educativo do Museu Berardo - Arte Moderna e Contemporânea promove de 23 a 27 deste mês, em Lisboa, orientada por Mário Rainha Campos e Carlos Carrilho e inserida no programa "Férias de Verão 2010".
No flyer de apresentação da iniciativa pode ler-se: "Tu vês, eu vejo, ele vê. Mas o quê? Se só vemos o que sabemos, vamos lá a saber o que é que vemos! Nesta oficina, através da fotografia, vamos explorar e partilhar as diversas possibilidades do acto de ver. Confuso? Vais ver que não. O Verão vai ser uma diversão!"
Contacto: servico.educativo@museuberardo.pt
Fonte: Educare.pt
No flyer de apresentação da iniciativa pode ler-se: "Tu vês, eu vejo, ele vê. Mas o quê? Se só vemos o que sabemos, vamos lá a saber o que é que vemos! Nesta oficina, através da fotografia, vamos explorar e partilhar as diversas possibilidades do acto de ver. Confuso? Vais ver que não. O Verão vai ser uma diversão!"
Contacto: servico.educativo@museuberardo.pt
Fonte: Educare.pt
domingo, agosto 15, 2010
Está a Internet a mudar a forma como pensamos?
É um debate que já circula há muito, mas aproveito a publicação de um bom artigo no The Observer de hoje para colocar aqui no blogue algo sobre isso. Em 2008, Nicholas Carr publicou um texto na The Atlantic que, desde então, tem gerado uma fértil controvérsia. Is Google Making Us Stupid?, entretanto desenvolvido para um livro de título The Shallows: How the Internet is Changing the Way We Think, Read and Remember, segue a tese de que a Internet (e não só o Google) está a modificar as componentes neurológicas dos nossos cérebros.
Escrevia Carr em 2008: "ao longo dos anos tenho vindo a ter uma sensação desconfortável de que alguém, ou algo, está a mexer com o meu cérebro, reestruturando os circuitos neurais, reprogramando a memória. A minha mente não se está a ir, mas está a mudar. Não penso como dantes. Noto-o em particular quando estou a ler. Ficar imerso num livro ou num longo artigo costumava ser fácil. A minha mente era agarrada pela narrativa ou pelos argumentos e eu passava horas a virar páginas com largos pedaços de prosa. Isso raramente acontece hoje. A minha concentração começa a divagar depois de duas ou três páginas".
O artigo do The Observer faz uma recolha variada dos argumentos a favor e contra esta ideia. Pelo que me é dado a perceber, a maioria dos cientistas são contra a existência de tal manipulação. Num artigo de opinião recente no Los Angeles Times, dois professores de psicologia mostravam-se veementemente contra esta sugestão. Contudo, deixavam um alerta pendente. "O Google não nos está a tornar estúpidos, o PowerPoint não está a destruir a literatura e a Internet não está a mudar os nossos cérebros. Mas podem bem estar a fazer-nos pensar que somos mais inteligentes do que realmente somos e isso é perigoso".
Outro professor de psicologia, desta vez no New York Times, seguia a mesma ideia. "Os críticos dos novos media usam, por vezes, ciência para apoiar os seus argumentos, mostrando como 'a experiência pode mudar os cérebros'. Mas os neurocientistas cognitivos reviram os olhos perante tais conversas. (...) A experiência não altera as capacidades básicas de processamento de informação do cérebro."
Um outro interessante artigo do The Guardian também retratava o debate actual sobre estes temas, ao falar da emergência do slow reading, na sequência dos movimentos de slow food.
Sendo época de férias, porém, aproveite-se para pôr à prova estas ideias ao ler um livro na praia ou no jardim e depois ver se se chega a alguma conclusão.
terça-feira, agosto 03, 2010
Presidente Barroso destaca a importância da literacia digital para a empregabilidade e para o crescimento económico sustentável
11 Mar 2009
Este vídeo já é de Março de 2009, mas vale a pena registar aquilo que o Presidente da Comissão Europeia referiu na altura em que recebe responsáveis da Fundação ECDL*:
* ECDL é - como se lê no seu site - "uma certificação internacional de competências nas TIC para utilizadores orientada para o mercado de trabalho, que atesta que o seu detentor possui as competências e conhecimentos que lhe permitem utilizar eficaz e produtivamente as principais aplicações informáticas para PC".
Este vídeo já é de Março de 2009, mas vale a pena registar aquilo que o Presidente da Comissão Europeia referiu na altura em que recebe responsáveis da Fundação ECDL*:
Accepting the ECDL Skills Card, President Barroso stressed that digital literacy skills are essential for Europeans.
Prior to the presentation ceremony, in a meeting on the contribution of digital literacy to making Europe a leading knowledge-based economy, the ECDL Foundation delegation welcomed President Barrosos view that digital skills training enables society to fully reap the benefits of technology.
* ECDL é - como se lê no seu site - "uma certificação internacional de competências nas TIC para utilizadores orientada para o mercado de trabalho, que atesta que o seu detentor possui as competências e conhecimentos que lhe permitem utilizar eficaz e produtivamente as principais aplicações informáticas para PC".
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Comissão Europeia,
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Literacia digital
sábado, julho 31, 2010
Citação do fim-de-semana
"Nos últimos 30 anos, houve uma alteração radical na educação e na frequência da escola. Uma educação que não se transforma não está a melhorar. Mas às vezes as pessoas agarram-se a uma ideia romântica, de que o que havia antes continua a servir muito bem".
sexta-feira, julho 30, 2010
Avaliação do conteúdo da web pelos mais novos
Vem no International Journal of Communication 4 (2010), 468–494:
Trust Online: Young Adults’ Evaluation of Web Content
ESZTER HARGITTAI, LINDSAY FULLERTON, ERICKA MENCHEN-TREVINO, KRISTIN YATES THOMAS
Northwestern University
Abstract:
Little of the work on online credibility assessment has considered how the informationseeking process figures into the final evaluation of content people encounter. Using unique data about how a diverse group of young adults looks for and evaluates Web content, our paper makes contributions to existing literature by highlighting factors beyond site features in how users assess credibility. We find that the process by which users arrive at a site is an important component of how they judge the final destination. In particular, search context, branding and routines, and a reliance on those in one’s networks play important roles in online information-seeking and evaluation. We also discuss that users differ considerably in their skills when it comes to judging online content credibility.
Via: Net Gen Skeptic
Trust Online: Young Adults’ Evaluation of Web Content
ESZTER HARGITTAI, LINDSAY FULLERTON, ERICKA MENCHEN-TREVINO, KRISTIN YATES THOMAS
Northwestern University
Abstract:
Little of the work on online credibility assessment has considered how the informationseeking process figures into the final evaluation of content people encounter. Using unique data about how a diverse group of young adults looks for and evaluates Web content, our paper makes contributions to existing literature by highlighting factors beyond site features in how users assess credibility. We find that the process by which users arrive at a site is an important component of how they judge the final destination. In particular, search context, branding and routines, and a reliance on those in one’s networks play important roles in online information-seeking and evaluation. We also discuss that users differ considerably in their skills when it comes to judging online content credibility.
Via: Net Gen Skeptic
quinta-feira, julho 29, 2010
Uma corrida frenética até à totalidade do digital
Através do boletim de literacia dos media do Ofcom fico a conhecer a iniciativa Race Online 2012, lançada este mês no Reino Unido. Apresenta-se como um "manifesto para uma nação em rede" e tem como objectivo a inclusão online dos dez milhões de pessoas no país que nunca acederam à Internet.
Até ao fim desta legislatura (a decorrer até 2015) o propósito é passar a cobrir esse quinto da população que ainda está fora do digital. Segundo o site do projecto há três motivos fundamentais para uma pessoa não estar online: falta de motivação, falta de acesso e falta de capacidades. "Então precisamos de trabalhar em conjunto para inspirar mais pessoas a experimentarem a Internet; encorajar e recompensar o uso online e ajudar aqueles que precisam".
O derradeiro objectivo é que toda a população em idade activa esteja online e que ninguém se reforme sem as capacidades adequadas para aceder à Internet.
Vejamos, agora, como começa o texto do prefácio: "Os dez milhões de pessoas no Reino Unido que nunca estiveram online já estão a perder grandes poupanças em termos de consumo, acesso a informação e a educação". Esperemos que isto não seja uma ordem de prioridades, porque está construído como um anúncio publicitário a um produto aleatório.
Mais à frente encontramos isto: "Há um argumento social e moral a ser feito para nos assegurarmos que mais gente está online, mas um claro argumento económico também". A introdução do conceito de moral nesta dinâmica é, a meu ver, preocupante e repete-se ao longo dos textos. Dá-se numa mescla com o fundamental do económico e o relevo que a "literacia digital" tem enquanto "poderosa arma no combate à pobreza". Ou seja, é dado a parecer que esta iniciativa é a que vai erradicar os males socioeconómicos do país, com uma forte componente moral no desenvolvimento da mesma.
De que forma é que é imoral não ter Internet? Poder-se-á conceber que há uma escolha consciente de não a utilizar ou o futuro passa por uma obrigatoriedade nesse sentido? Caminhamos para o estabelecimento do acesso à Internet como um direito humano (lembremos que esta semana a ONU declarou, de forma não-vinculativa, o acesso a água potável um direito humano)?
Até ao fim desta legislatura (a decorrer até 2015) o propósito é passar a cobrir esse quinto da população que ainda está fora do digital. Segundo o site do projecto há três motivos fundamentais para uma pessoa não estar online: falta de motivação, falta de acesso e falta de capacidades. "Então precisamos de trabalhar em conjunto para inspirar mais pessoas a experimentarem a Internet; encorajar e recompensar o uso online e ajudar aqueles que precisam".
O derradeiro objectivo é que toda a população em idade activa esteja online e que ninguém se reforme sem as capacidades adequadas para aceder à Internet.
Vejamos, agora, como começa o texto do prefácio: "Os dez milhões de pessoas no Reino Unido que nunca estiveram online já estão a perder grandes poupanças em termos de consumo, acesso a informação e a educação". Esperemos que isto não seja uma ordem de prioridades, porque está construído como um anúncio publicitário a um produto aleatório.
Mais à frente encontramos isto: "Há um argumento social e moral a ser feito para nos assegurarmos que mais gente está online, mas um claro argumento económico também". A introdução do conceito de moral nesta dinâmica é, a meu ver, preocupante e repete-se ao longo dos textos. Dá-se numa mescla com o fundamental do económico e o relevo que a "literacia digital" tem enquanto "poderosa arma no combate à pobreza". Ou seja, é dado a parecer que esta iniciativa é a que vai erradicar os males socioeconómicos do país, com uma forte componente moral no desenvolvimento da mesma.
De que forma é que é imoral não ter Internet? Poder-se-á conceber que há uma escolha consciente de não a utilizar ou o futuro passa por uma obrigatoriedade nesse sentido? Caminhamos para o estabelecimento do acesso à Internet como um direito humano (lembremos que esta semana a ONU declarou, de forma não-vinculativa, o acesso a água potável um direito humano)?
Citação do dia
Walter Lippman, em 1922, escreveu sobre a pouca consciência política para promover a aprendizagem do ambiente social. Quase um século depois, o paradigma é assim tão diferente? Que 'instrumentos do conhecimento' potenciados pela classe política concorrem para, no âmbito da educação para os media, uma maior consciência e formação nesta área?
«Thus democratic theory, starting from its fine vision of ultimate human dignity, was forced by lack of the instruments of knowledge for reporting its environment, to fall back upon the wisdom and experience which happened to have accumulated in the voter.» (1922:147)
Walter Lippman, Public opinion
quarta-feira, julho 28, 2010
Ensinar sobre a Literacia Mediática, na revista The Atlantic
A revista norte-americana The Atlantic publica este mês um texto sobre a importância da literacia mediática, na coluna «The Ideas Report, an Atlantic special edition on the themes that shape our times»:
In the Internet age of unlimited information, clear truths and facts are often in short supply, a problem frequently exacerbated by performers in the blogosphere and the 24-hour news cycle. Not only has the participatory net led to a surge of sites, aggregators, and blogs espousing different ideologies or values, but rampant competition among them to be your most trusted source in news.
One must learn to weed out incendiary polemics and agitprop from the whirling online maelstrom to become an informed and thoughtful citizen. To better equip our youth to navigate this fray, we should make media literacy a feature of public education. This would help young people think critically about media, and turn a discerning eye to the onslaught of coverage, opinions, and analysis that permeate our increasingly wired culture.
Classes in media literacy are a pressing need. According to a Pew study, the Millennialgeneration--people born in the late 1980s and 1990s--are more likely to engage in new media and thus be more exposed to the information overload from competing voices. The dependence on the Web for information is not likely to subside; already, 92 percent of Americans use multiple platforms to get their daily news, and 61 percent of American adults get news from online sources.
Teaching media literacy can also help close the "digital divide" between minority and low-income students and their white or more affluent peers. While the disparity in access to communication technologies has significantly diminished since the Pew Internet & American Life Project highlighted the issue in 2007, recent studies continue to show vast differences in digital skill level.
Media literacy courses are the logical outgrowth of high school civics, where students gain a basic understanding of American political institutions. Part of their emphasis could be technical, teaching students how to use news aggregation services, perform data searches, and fact-check for themselves. The other part may be steeped in the principles of debate, such as identifying fallacies, or understanding bias. Perhaps a little media sociology (or a crash course in journalistic ethics) will allow youngsters to look at the day-to-day digital spats and slugfests in a broader context.
Critics might claim that a given curriculum suffers from a liberal or conservative bias, or promotes a certain agenda. But these risks are marginal given the potential to build a generation that can navigate the media landscape, without relying solely on the Huffington Post or Drudge Report as their compass.
Aproveito o texto para sublinhar um ponto que me parece crucial: o acesso às tecnologias ou, como prefere o cliché norte-americano da literatura a este respeito, o digital divide. Se os ensinamentos e pressupostos da literacia mediática se prestam, como enuncia o texto, à diminuição do fosso digital, por que motivo ainda não existem sinais claros para uma aposta definitiva nessa disciplina? Ou será apenas um objectivo demasiado ambicioso? Seria interessante perceber o que pensam os nosso leitores sobre este tema que, como diria a revista, «está a moldar os nossos tempos».
Para aceder ao site da revista, aqui.
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