quarta-feira, abril 30, 2003

O NECS - Núcleo de Estudos em Comunicação e Sociedade da Universidade do Minho promove, na próxima segunda-feira, dia 5 de Maio, a partir das 11 horas, na sala de reuniões do Instituto de Ciências Sociais, um seminário com Dominique Wolton. Estarão em debate as principais obras deste investigador das Ciências da Comunicação, designadamente "War Game", "Éloge du Grand Public", "Penser la Communication" e "L'Internet et Après?". A iniciativa, especialmente pensada para os investigadores de Ciências da Comunicação, é aberta a todos os interessados.
Entretanto, no mesmo dia, às 14h30, no Anf. BII, da Universidade do Minho, Dominique Wolton profere uma conferência aberta a todos os interessados, intitulada "Os desafios da comunicação no mundo globalizado". A iniciativa é do Departamento de Estudos Franceses.

terça-feira, abril 29, 2003

Os III Encontros de Viana – Cinema e Vídeo

Viana do Castelo de 05 a 11 de Maio próximo.

As actividades dos Encontros irão dividir-se pelas áreas da exibição, workshops, divulgação e debates sobre cinema.

Na área da exibição, os III Encontros apresentam a programação distribuída por 7 ciclos, que correspondem a 50 sessões de cinema:

· Cinema Infantil:
para as escolas do ensino pré-primário – todos os dias, de 05 a 09 de Maio, duas sessões de Socorro, Sou um Peixe, de Stefan Fjelmark e Michael Hegner, às 9.00 e às 11.00h, no Cinema Verde Viana.

para as escolas do ensino básico – todos os dias, de 05 a 09 de Maio, duas sessões do filme A Viagem de Chihiro, de Hayao Miyazaki, às 9.00 e às 11.00h, no Teatro Municipal Sá de Miranda.

para o público em geral – Sábado e Domingo, às 11.00h, no Cinema Verde Viana.
- Dia 10 - Peter Pan em A Terra do Nunca, de Robin Budd e Donovan Cook
- Dia 11 - O Planeta do Tesouro, de John Musker e Ron Clements

· Ciclo Diferenças – sobre a temática da deficiência, aberto ao público em geral, mas direccionado para os estudantes do ensino secundário; às 14.30h, no Teatro Municipal Sá de Miranda.
- Dia 05 – Uma Mente Brilhante, de Ron Howard
- Dia 06 – Dancer in the Dark, de Lars Von Trier
- Dia 07 – O Oitavo Dia, de Jaco Van Dormael
No Auditório do Grupo Desportivo e Cultural dos Estaleiros Navais:
- Dia 06 - O País dos Surdos, de Nicolas Philibert
- Dia 09 - O Mínimo, de Nicolas Philibert

· Ciclo Aprender a Vida – aberto ao público em geral, mas também em especial para os estudantes do ensino secundário, no Teatro Municipal Sá de Miranda.
- Dia 08 de Maio, às 14.30h - A Bicicleta de Pequim, de Wang Xiaoshuai
- Dia 09 de Maio, às 14.30h - Os Rapazes Regressam, de Takeshi Kitano
- Dia 09 de Maio, às 17.30h - A Promessa, de Luc e Jean-Pierre Dardenne

· Ciclo de Cinema Europeu – para o público em geral. O Ciclo de Cinema Europeu é nesta edição dos Encontros dedicado ao realizador finlandês Aki Kaurismaki; às 17.30h, no Teatro Municipal Sá de Miranda.
- Dia 05 – Contratei um Assassino, de Aki Kaurismaki
- Dia 06 – Nuvens Passageiras, de Aki Kaurismaki
- Dia 07 – Juha, de Aki Kaurismaki
- Dia 08 – O Homem sem Passado, de Aki kaurismaki

· Ciclo Óscares – exibição de filmes nomeados e premiados na última edição; às 21.30h, no Teatro Municipal Sá de Miranda.
- Dia 05 – O Pianista, de Roman Polanski
- Dia 06 – Caminho para Perdição, de Sam Mendes
- Dia 07 – Inadaptado, de Spike Jonze
- Dia 08 – Chicago, de Rob Marshall
- Dia 09 – O Senhor dos Anéis – As Duas Torres, de Peter Jackson
- Dia 10 – Fala com Ela, de Pedro Almodóvar
- Dia 11 – As Horas, de Stephen Daldry

· Ciclo Cinema Fantástico – para o público em geral; às 24.00h, no Teatro Municipal Sá de Miranda.
- Dia 05 – 28 Dias Depois, de Danny Boyle
- Dia 06 – Jeepers Creepers, de Victor Salva
- Dia 07 – Cubo 2, de Andrzej Sekula
- Dia 08 – Vidocq, de Pitof
- Dia 09 – Nas Costas do Diabo, de Guillermo del Toro
- Dia 10 – O Aviso, de Gore Verbinski
- Dia 11 – Pacto dos Lobos, de Christophe Gans

· Ciclo Nicolas Philibert – apresenta documentários deste consagrado realizador, destinado ao público em geral; às 21.45h, no Auditório do Grupo Desportivo e Cultural dos Trabalhadores dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo.
- Dia 05 – A Cidade Louvre, de Nicolas Philibert
- Dia 06 – O País dos Surdos, de Nicolas Philibert
- Dia 07 – Um Animal, Animais, de Nicolas Philibert
- Dia 09 – O Mínimo, de Nicolas Philibert
No Auditório do Grupo Desportivo e Cultural dos Estaleiros Navais:
- Dia 10 - Ser e Estar, de Nicolas Philibert

Acresce ainda a exibição de :

· Bowling for Colombine, de Michael Moore e de A Morte do Cinema, de Pedro Sena Nunes, no dia 08 de Maio, às 21.45h, no Cinema Verde Viana;

· trabalhos realizados pelos alunos que participaram nas Histórias na Praça dos II e III Encontros de Viana-Cinema e Vídeo, no dia 09 de Maio, às 14.30h, no Auditório do Grupo Desportivo e Cultural dos Trabalhadores dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo;

· exercícios fílmicos da Escola de Cinema da Finlândia, inserida na secção Olhares Frontais, do dia 10 de Maio, das 10.45 às 13.00h, no Teatro Municipal Sá de Miranda;

· documentários de autores portugueses, das 15.00 às 16.30h e do documentário Ser e Estar, de Nicolas Philibert, às 17.00h, também integrados nos Olhares Frontais do dia 10, no Teatro Sá de Miranda (ver programação).

· trabalhos dos Ateliers Varan (França), apresentados por um representante desta reconhecida escola, no dia 11 de Maio, das 10.00 às 12.30h, no Teatro Municipal Sá de Miranda;

· dos documentários En construcción, de José Luís Guerín, Entre Muros, de José Filipe Costa e João Ribeiro e de Moleque de Rua de Joaquim Pinto, também inseridos na secção Olhares Frontais da 3ª edição dos Encontros de Viana-Cinema e Vídeo; das 14.30 às 18.15h, no Teatro Municipal Sá de Miranda.

Na área dos workshops, os III Encontros de Viana - Cinema e Vídeo promovem quatro acções:

· Curso Iniciação ao Vídeo – Olhar o Real – De 28 a 26 de Julho de 2003, no qual se pretende dotar os formandos de conhecimentos da linguagem audiovisual, principalmente do vídeo enquanto suporte específico e de conhecimentos técnicos que permitam o planeamento, a organização e a construção de uma narrativa audiovisual, concluindo o curso com a elaboração individual de um documentário. Este ano os formadores serão João Alberto Vilaça e Pedro Sena Nunes.

· Histórias na Praça – a decorrer de 05 a 09 de Maio, onde turmas das escolas secundárias do concelho poderão experimentar o meio audiovisual, pondo em curso ideias próprias sob a orientação de Pedro Sena Nunes e com uma equipa técnica da Ao Norte. No realizar de cada projecto, os alunos receberão orientação para concretizarem a proposta que querem filmar.

· “Desafio, experiência, pedagogia” – acção a decorrer na Escola Superior de Educação de Viana do Castelo, na qual os professores e futuros professores poderão aperceber-se das possibilidades pedagógicas do audiovisual, orientada por Ângelo Peres.

· Registo de Som Directo – workshop que será ministrado por Joaquim Pinto e que se destina ao aperfeiçoamento dos conhecimentos técnicos adquiridos em edições passadas do curso de iniciação Olhar o Real.

O debate sobre cinema terá lugar na secção Olhares Frontais. Durante o fim-de-semana (10 e 11 de Maio), no Teatro Municipal Sá de Miranda, serão exibidos os primeiros trabalhos da Oficina de Cinema da Associação Ao Norte, exercícios da Escola de Cinema da Finlândia, trabalhos dos Ateliers Varan e vários documentários portugueses e estrangeiros. As diversas sessões serão comentadas por, entre outros, Manuela Penafria, Ângelo Peres, João Mariano, Pedro Sena Nunes e Joaquim Pinto, um representante da escola finlandesa e um representante dos Ateliers Varan. (ver programa específico)

No âmbito da divulgação, os Encontros têm previstas quatro exposições. “Lubitel Diaries”, de João Mariano, em torno das Histórias da Praça de há um ano; outra de pintura, da autoria de Pinto Meira, reproduzindo cartazes de clássicos do cinema, a terem lugar nas instalações do Instituto Português da Juventude; Cine-Teatros de Portugal, de Jochen Dietrich e “WhateverWhereverHoweverForeverLOMO”, colectiva Lomo, nos Antigos Paços do Concelho (piso térreo e 1º andar). Ainda no âmbito da divulgação, decorrerá no Salão Nobre do Teatro Municipal Sá de Miranda uma Feira do Livro de Cinema, a qual estará aberta ao público de 2ª a 6ª, das 14.00 às 22.30h e das 10.00 às 22.30h durante o fim-de-semana.

quinta-feira, abril 24, 2003

Sob o título "Información y educación, una fórmula rentable para captar a la audiencia del futuro", em que se trata da ligação entre os meios jornalísticos e a educação escolar, escreve-se no Mediabriefing:
"(...) En esta maraña de intentos por lograr el favor de los lectores del futuro, los esfuerzos para cubrir la guerra en Irak parecen haber propiciado un nuevo híbrido informativo, en parte información, en parte educación, desarrollado por periodistas y profesores. El invento se debe a NewsHour Extra, un medio que ha estado produciendo material informativo online para ser utilizado en las escuelas desde 1998 y que está asociado a la cadena pública de televisión estadounidense PBS.
Fue el mes pasado, al comenzar el ataque aliado contra Irak, cuando este sitio inició su proyecto de educación e información que mezcla las clases planificadas con la actualidad y que empieza a crear escuela y un subgénero de periodismo online novedoso, eficaz y que puede ser muy rentable.
NewsHourExtra se ha dado cuenta de la fuerza que puede tener un equipo de periodistas y de profesores que sepan integrar el temario escolar con la información de actualidad, haciendo mucho más atractivo lo obligatorio (los planes escolares) y de obligada consulta aquello que normalmente ignoran los más jóvenes (la información diaria). Nada mejor para acompañar a una árida lección sobre la historia de Mesopotamia que un minisitio web que incluya, con un tratamiento periodístico impecable, las noticias, análisis y opiniones sobre el saqueo de los tesoros arqueológicos tras la toma de Bagdad."

quarta-feira, abril 23, 2003

Recomendo vivamente uma visita ao site do NCE - Núcleo de Comunicação e Educação da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (Brasil). A equipa do NCE organizou em 1998 o I Congresso Internacional de Comunicação e Educação e as comunicações então apresentadas, várias delas de alguns dos maiores especialistas internacionais de educação para os media, encontram-se disponíveis on-line.
A Criança na Mídia/Bahía é o tema de um estudo de 68 páginas, relativo ao ano 2000, que procura analisar a cobertura dos assuntos relacionados com a infância e adolescência nos três principais jornais da Baía (Brasil). A leitura exige que se tenha instalado o acrobater reader.

segunda-feira, abril 21, 2003

Está a decorrer em diferentes partes do mundo a Semana Sem TV (em inglês: "TV Turnoff Week 2003"). São numerosas as instituições envolvidas nesta iniciativa, sobretudo nos países anglosaxónicos. Um anúncio disponível no site Adbusters explica o sentido da iniciativa:
"Do you spend more time
watching nature programs
than experiencing the real thing?
More time laughing at TV jokes
than joking around yourself?
More time watching TV sex
than making love yourself?
Then there's something you're missing.
Television isn't real, but the addiction is.".


Para consulta de materiais em espanhol. clicar aqui
Idem para materiais em francês: "Brisons nos chaînes".

sexta-feira, abril 18, 2003

USA senators push for research on how electronic media affect children
Senators Joe Lieberman (D-Conn.) and Sam Brownback (R-Kan.) announced plans (...) to introduce legislation that would fund research on how the media impact children". They "claim violence in video and computer games and the Internet could harm children, but a media advocacy organization worries that the plan could lead to censorship".

quinta-feira, abril 17, 2003

"Le Potentiel du Jeu Vidéo pour l´Education" é o tema de uma tese da autoria de Catherine Frété, recentemente defendida na Universidade de Genève (Suiça) e que foi orientada por Daniel Schneider. Além de uma caracterização geral dos jogos e de um ensaio de classificação, a autora estuda este tipo de produtos do ponto de vista da cognição e do desenvolvimento de competências. Faz ainda uma aplicação ao caso de "O Principezinho". Uma chamada de atenção para um dos anexos da tese, dedicado a uma breve história dos suportes de jogos vídeo.
"Le Potentiel du Jeu Vidéo pour l´Education" é o tema de uma tese da autoria de Catherine Frété, recentemente defendida na Universidade de Genève (Suiça) e que foi orientada por Daniel Schneider. Além de uma caracterização geral dos jogos e de um ensaio de classificação, a autora estuda este tipo de produtos do ponto de vista da cognição e do desenvolvimento de competências. Faz ainda uma aplicação ao caso de "O Principezinho". Uma chamada de atenção para um dos anexos da tese, dedicado a uma breve história dos suportes de jogos vídeo.
Os jogos electrónicos e a Internet

O tema continua a merecer alguma atenção, embora não aquela que a importância do assunto tornaria desejável.
Desta vez, é a publicação digital Enredando, que traz, na sua última edição o trabalho "La guerra de los que juegan", da autoria de Daniel Gómez Cañete, um especialista no tema.
Algumas notas, transcritas desse texto:
"Si el extraterrestre ha sido uno de los personajes recurrentes en la historia del videojuego, ya sea como metáfora del extranjero o como recurso políticamente correcto en tiempos de hipocresía, en la actualidad se vive una recuperación exhaustiva de la realidad como argumento en torno al cual han de girar los videojuegos modernos".
"En los últimos años (mucho antes del 11 de septiembre, por cierto) el terrorismo ha pasado a ser protagonista de muchos videojuegos, y con él toda una retórica, que sin ser absolutamente relevante para el desarrollo de los juegos, toma el papel de envoltorio argumental necesario para construir un conjunto coherente de su puesta en escena".
"...los argumentos de los juegos de la guerra buscan la complicidad del jugador, asegurándole que lo que va a jugar se acerca mucho más a la realidad de lo que la televisión le ofrece...".
"La prensa especializada vive de muy diferentes maneras la dualidad entre la violencia real que experimenta el mundo y la representación virtual que se da en los videojuegos. Valgan como ejemplo dos publicaciones españolas dedicadas al mundo de los videojuegos. La revista Micromanía, con casi una década de historia, opta por la asepsia y un tono neutro en su relato en la calificación de los videojuegos que, de alguna manera u otra, incluyen la violencia o reflejan el orden mundial vigente en cuanto a la seguridad. La revista Game Live, mucho más joven, emplea un tono más cómplice con el lector, y no tiene reparos en mostrar en sus contenidos editoriales la postura de la redacción frente a los encontronazos de la ficción con el mundo real."
"cuando juegas a un juego de estos (Counter Strike, etc.) no imaginas que estés matando a otros seres humanos, sino que cada partida te supone un RETO, el reto es lo que le da emoción al juego, y lo que lo hace divertido. El entorno (una guerra entre orcos y humanos, formar parte de un cuerpo antiterrorista, etc.) no es mas que un aderezo que te presenta dichos retos dentro de un entorno mas inmersivo.” (depoimento de Javi2k)

Neste contexto, é interessante consultar as respostas de um fórum (em inglês) entre jogadores que, tendo as suas posições sobre a guerra no Iraque, expressam os seus sentimentos sobre jogar à guerra nos videojogos e jogos de computador.

terça-feira, abril 15, 2003

O último número da revista ZER, da Universidade do País Basco, traz alguns artigos que merecem atenção. Destaco dois:

- "Adolescentes e Internet. Mitos y realidades de la sociedad de la información", de Magdalena Albero, Profesora Titular na Facultad de Ciencias de la Comunicación de la Universidad Autónoma de Barcelona.
"El objetivo de este artículo es presentar los resultados de un estudio exploratorio sobre el uso de Internet por parte de los adolescentes que intenta aportar algunos datos significativos sobre los posibles usos sociales, emocionales y simbólicos de Internet entre los adolescentes (de 12 a 17 años), residentes en Barcelona y sus alrededores. El estudio intenta explorar como la familia, la cultura de grupo, la escuela, y la experiencia previa con otros medios de comunicación están orientando el uso de Internet entre los adolescentes".

- "Operación Triunfo o el restablecimiento del orden social", de María Dolores Cáceres, Professora Titular da Fac. de CC. de la Información de la U. Complutense de Madrid.
"Esta colaboración trata sobre el programa de televisión Operación Triunfo. En ella se plantea un análisis de su estructura argumentativa y el modelo narrativo que se articula a partir de ella, que se ha denominado "la gesta". Este modelo propone un orden social conservador basado en valores tradicionales".

segunda-feira, abril 14, 2003

Com o objectivo de promover hábitos de leitura de imprensa junto dos jovens, a AIND - Associação Portuguesa de Imprensa Não Diária está a promover uma campanha de sensibilização, segundo notícia do "Diário Económico" de hoje.
O objectivo é incentivá-los ao consumo de jornais e revistas, numa tentativa de reduzir os baixos níveis de leitura que actualmente caracterizam o país. A campanha aparecerá, nomeadamente, na imprensa, na televisão e em algumas salas de cinema da RMB. Rádio, ‘indoor’, ‘outdoor’ e internet serão também aproveitados.
A expressão ‘Hã?’será o motor da campanha. «Queremos com o ‘Hã?’ estimular a auto-crítica, fazendo com que os jovens (…) procurem a informação escrita, como forma de se afirmarem como pessoas grandes, ou quase», destacou a AIND.

sexta-feira, abril 11, 2003

Sobre os conceitos relevantes para entender o fenómeno da concentração dos media e as suas incidências na qualdade e diversidade da informação, é muito interessante a leitura da parte inicial do tomo 2 de um relatório recentemente publicado no Canadá (Québec). Eis os dados e os links aceder:

"Les effets de la concentration des médias au Québec (Rapport Saint-Jean)"
Comité conseil sur la qualité et la diversité de l'information; SAINT-JEAN, Armande; SAINT-JEAN, Charles-Olivier
Rapport. Janvier 2003, 2 tomes
"En septembre 2002, le Comité conseil, constitué d'un groupe de dix experts provenant d'horizons différents, a reçu le mandat d'analyser les pistes de réflexion soumises par la ministre et de lui faire des recommandations quant à des avenues que pourrait emprunter une éventuelle intervention du gouvernement québécois en matière d'information".

Tome 1 : analyse et recommandations (35 pages)
Tome 2 : problématique, recherche et consultations (82 pages)

Alguns conceitos constantes do Relatório:

Définitions

Concentration
Marc Raboy, professeur en Communication à l’Université de Montréal, propose d’appliquer au champ des médias la définition suivante, qui est reprise par plusieurs auteurs : «La concentration est le processus économique et financier qui caractérise un marché marqué à la fois par la réduction du nombre des acteurs et par l’augmentation de leur envergure ».4 Certains auteurs font une distinction entre la concentration sous forme de monopole, la situation où une seule entreprise offre un service sur un marché donné, ou encore d’ oligopole, le cas d’un marché où un nombre limité d’entreprises, reliées ou non entre elles, ont le monopole de l’offre. Concentration des médias et intégration des médias sont parfois utilisés comme synonymes.

Concentration horizontale
Il s’agit d’une forme de concentration qui se situe dans un même secteur de l’industrie des médias, par exemple le contrôle par une même entreprise de plusieurs journaux ou de plusieurs stations de radio dans un même marché géographique. Cette forme de concentration est souvent une réaction à la concurrence qui incite une entreprise à acheter ses concurrents pour générer des économies d’échelle et des profits oligopolistiques. Historiquement, la concentration horizontale est un processus qui existe depuis les premiers médias, c’est-à-dire il y a plus d’un siècle dans le cas de la presse écrite.

Concentration verticale
Ce terme définit la situation d’une entreprise qui contrôle plusieurs ou toutes les étapes de la production d’un média donné, par exemple l’impression, la production du contenu, la promotion et la distribution dans le cas d’une entreprise de la presse écrite. La concentration verticale a pour principal avantage de simplifier les processus de planification et d’établissement de contrats, ce qui peut constituer un avantage compétitif. D’après une recherche réalisée aux États-Unis par Dan Shaver et Mary Alice Shaver6, cet avantage pourrait toutefois être limité au court terme.

Propriété croisée
Aussi nommée propriété mixte, cette forme de concentration définit la situation d’une entreprise qui contrôle plusieurs médias différents dans un même marché ou dans plusieurs marchés. Elle permet de faire de la promotion croisée, c’est-à-dire de promouvoir les contenus d’un média au moyen d’un autre. Cette forme de concentration permet aussi dans certains cas de réduire les coûts de production.

Concentration sous forme de conglomérat
Parfois nommée intégration multisectorielle ou (surtout dans les textes anglais) concentration diagonale, elle désigne la situation où la propriété croisée de médias se double de la propriété d’actifs dans d’autres secteurs économiques. Ce type d’intégration augmente la taille, le pouvoir financier et politique d’une entreprise ainsi que ses capacités de mise en marché, mais ne réduit pas nécessairement la concurrence. Elle est devenue un phénomène majeur depuis une décennie, en lien avec une stratégie de convergence. La notion d’intégration internationale définit la situation des médias qui se situent dans une forme ou une autre de
concentration sur un territoire qui couvre plusieurs pays. Il convient aussi de passer en revue les significations des termes suivants qui sont fréquemment associés aux questions de concentration.

Synergie
Le principe de synergie industrielle est à la base de nombreuses stratégies de concentration. Il suppose que l’association et l’action coordonnée de plusieurs médias produisent des résultats supérieurs à ce que serait la somme des résultats de chacun de ces médias fonctionnant séparément. Dans le domaine de la presse, ce principe se vérifie dans certaines situations, par exemple lorsqu’il s’agit de réaliser la version étrangère d’un magazine. Les synergies dans le domaine de l’audiovisuel sont moins
probantes, du fait des barrières linguistiques. La synergie internationale peut fonctionner sur le plan commercial en offrant la possibilité de faire des économies d’échelle, par exemple au moyen d’achats groupés de programmes. Quant à la synergie entre médias, d’après Catherine Conso, il s’agit de: la possibilité de faire jouer les interactions supposées existantes entre des activités pourtant différentes, [… ce qui] suppose qu’il existe un terrain fertile commun et/ou un savoir-faire minimal entre les activités de communication que leur multiplication exploiterait de meilleure façon.7

Convergence
La convergence technologique est le processus par lequel les canaux de distribution tendent a diminuer du fait des innovations technologiques (par exemple, le cable coaxial ou la fibre optique), alors que les contenus (transmis sous forme digitale) augmentent. Par exemple, les informations diffusées par Internet peuvent associer des éléments qui sont traditionnellement imprimés (texte et photographies) à des éléments radiodiffusés (son et vidéo). La convergence fonctionnelle, parfois nommée le multimédia, désigne les nouveaux services hybrides combinant la voix, les données, le texte et l’image. La convergence économique décrit l’évolution des entreprises médiatiques traditionnelles qui intègrent des activités dans plusieurs formats. Elle est le fruit de fusions, d’associations et de diversifications dans des secteurs qui, traditionnellement, opéraient de façon séparée. Elle se situe dans un contexte d’apparition de nouveaux marchés résultant de la convergence technologique et de l’avantage économique que procure la diffusion des contenus par plusieurs canaux. Ces contenus peuvent soit être simplement reformatés, soit être modifiés pour mettre à profit les capacités d’un média différent. Par exemple des articles de journaux quotidiens peuvent être diffusés chaque jour sur Internet, ou encore intégrer du son et du vidéo et être mis à jour à mesure que de nouvelles informations sont disponibles.8 D’après Babe, la convergence est le contraire de la situation qui lui préexistait, la divergence, alors que le domaine de l’information et des communications comprenait trois secteurs distincts : l’édition, les télécommunications et la radiodiffusion".
Para uma percepção do fenómneo da concentração mediática no plano internacional, sugiro os seguintes sites:
- Dossier da Columbia Jounalism Review;
- Diversity, Democracy And Access, dossier do Media Channel;
- The Media Ownership Chart, cartaz que dispõe de uma modalidade de impressão mais "amigável";
- Hoover´s Media

Para a realidade portuguesa, a fonte mais proveitosa é o OBERCOM - Observatório da Comunicação.

domingo, abril 06, 2003

No jornal La Vanguardia de hoje:

Dios, Gandhi y una abuela
VÍCTOR-M. AMELA

LA TELEVISIÓN ES UN HÁBITO, no una necesidad. La televisión es una opción, no una obligación. La televisión es una posibilidad (de informarme y entretenerme), no una fatalidad omnímoda. Sólo eso, sólo una posibilidad, una opción, un hábito. Me dirás que no necesitabas que te recordase tal obviedad, pero de cuando en cuando yo sí me lo repito, para ordenar ideas, poner cada cosa en su sitio y seguir adelante.

Total, que la tele es una circunstancia y cada adulto le da en su vida el lugar que quiere darle. Hay quien le da tanto espacio, tanto, que acaba hasta peleándose con ella, como cuando te peleas contigo mismo mientras caminas por la calle hablando solo. “Quien habla solo es que espera hablar con Dios un día”, según Machado. Hay quien lo hace ya: habla con la tele.

Cada adulto le da el lugar que quiere, digo. Y digo adulto porque un niño no es quién para elegir a su libre albedrío: los adultos debemos guiarle. Por eso me gusta esto que leo en las memorias de Fernando Savater: “Cuando me preguntan si considero nocivo que los niños vean televisión, lo primero que exijo saber es si la ven solos o acompañados de familiares adultos, sensatos y con buen humor. En este último caso, no creo que haya peligro real, por violenta o pornográfica que sea la imagen; de otro modo, incluso la vida de Gandhi o san Francisco pueden convertirse en malos ejemplos...”.
Estoy de acuerdo: la tele no es un peligro para el niño, el peligro es su propia familia. Savater evoca sus recuerdos infantiles, cuando se veía la tele en familia (“haciéndonos comentarios y chistes”), algo muy bien retratado en la serie “Cuéntame” (TVE, jueves). Luego el trabajo y el progreso han dispersado a las familias, y la tele se ha quedado a solas con cada uno de nosotros, colonizándonos... No a la abuela de Savater, que si unos locutores llevaban demasiado rato hablando en la pantalla, le decía muy seria a su hija: “Maruja, me parece que estos señores querrán tomar algo...”.
E também no mesmo jornal:
"Polémica en Italia sobre el efecto de las imágenes de la guerra en los niños", na sequência da revelação de dados de audimetria que indicam que três milhões de crianças italianas seguem diariamente os desenvolvimentos do conflito no Iraque. E estas afirmações:
“Nunca como ahora se hace tan urgente la vigilancia activa de los padres, que deben dar esperanza, hablar de reconstrucción”
“Esta vez no se trata de dibujos animados, es algo muy grave; los niños necesitan que alguien responda a sus preguntas” .

quinta-feira, abril 03, 2003

Alguns recursos pedagógicos para abordar, reflectir e agir em torno da guerra no Iraque:

- Cómo responder a las inquietudes de los niños sobre la guerra?

- Education aux Médias - Irak/ Ressources pédagogiques;

- E este texto de J.J.Rousseau:

Du Contrat social (cap. 3):

"Le plus fort n'est jamais assez fort pour être toujours le maître, s'il ne transforme sa force en droit et l'obéissance en devoir. De là le droit du plus fort; droit pris ironiquement en apparence, et réellement établi en principe. Mais ne nous expliquera-ton jamais ce mot? La force est une puissance physique; je ne vois point quelle moralité peut résulter de ses effets. Céder à la force est un acte de nécessité, non de volonté; c'est tout au plus un acte de prudence. En quel sens pourra-ce être un devoir? Supposons un moment ce prétendu droit. Je dis qu'il n'en résulte qu'un galimatias inexplicable. Car sitôt que c'est la force qui fait le droit, l'effet change avec la cause; toute force qui surmonte la première succède à son droit. Sitôt qu'on peut désobéir impunément on le peut légitimement, et puisque le plus fort a toujours raison, il ne s'agit que de faire en sorte qu'on soit le plus fort. Or qu'est-ce qu'un droit qui périt quand la force cesse? S'il faut obéir par force on n'a pas besoin d'obéir par devoir, et si l'on n'est plus forcé d'obéir on n'y est plus obligé. On voit donc que ce mot de droit n'ajoute rien à la force: il ne signifie ici rien du tout. Obéissez aux puissances. Si cela veut dire : cédez à la force, le précepte est bon, mais superflu, je réponds qu'il ne sera jamais violé. Toute puissance vient de Dieu, je l'avoue; mais toute maladie en -vient aussi. Est-ce à dire qu'il soit défendu d'appeler le médecin? Qu'un brigand me surprenne au coin d'un bois : non seulement il faut par force donner la bourse, mais, quand je pourrais la soustraire, suis-je en conscience obligé de la donner? Car, enfin le pistolet qu'il tient est aussi une puissance. Convenons donc que force ne fait pas droit, et qu'on n'est obligé d'obéir qu'aux puissances légitimes. ».
(Uma leitura deste e de outros textos filosóficos sobre a guerra: clicar AQUI).

quarta-feira, abril 02, 2003

"Un periódico para niños ha de ser un verdadero periódico". É esta a teoria implícita de um grupo mediático francês que aposta em jornais de actualidade para os mais pequenos. O tratamento da guerra no Iraque é um ponto sensível, mas um teste à teoria referida. Um texto do site espanhol Mediabriefing permite reflectir um pouco sobre o assunto.
Vale a pena ler a coluna de Joaquim Fidalgo, no Público de hoje, intitulada "As novas redes". Só um cheirinho:
"Contava-me em tempos um professor provisório, daqueles que ano a ano eram colocados numa escola desconhecida, o truque que usava para meter conversa com novos colegas e, assim, rapidamente encontrar um grupo com que, à partida, presumisse sentir afinidades. Chegado à sala dos professores, reparava em quem lia qual jornal. Então ele, um fiel e quase militante leitor do PÚBLICO recém-nascido, acercava-se de quem estivesse a ler também o PÚBLICO. Essa simples circunstância punha-o, a ele que era tímido, suficientemente à vontade para começar a falar com um "estranho", pois a bem dizer já não era um estranho: lia o mesmo jornal...
Explicava-me ele que, na sua maneira de ver, gente que lesse o mesmo jornal (e então um jornal com as características inovadoras muito próprias que o PÚBLICO revelou ao nascer, em 1990) era gente que, em princípio, partilhava algo de mais fundo (...)".
Paul Bolt, director do Broadcasting Standards Commission (BSC) do Reino Unido, defende, em entrevista ao jornal The Independent, que as emissões televisivas, nomeadamente de prime time, deveriam ser obrigadas a uma classificação do género da adopatada para cinema. Para ele, são motivo de preocupação os conteúdos emitidos antes das 21 horas, pelo que os espectadores deveriam ter acesso a uma classificação de programas análoga à dos filmes, jogos de computador, vídeos e DVD (em Portugal, como estamos?)

terça-feira, abril 01, 2003

A campanha cívica pela preservação da redacção do Porto da “Notícias Magazine” não produziu efeitos: o grupo PT acaba de fechar as instalações da revista dominical do JN e do DN, despedindo os quatro jornalistas que lá trabalhavam. A notícia é dada pela newsletter do Sindicato de Jornalistas.
O jornal Le Monde publica um trabalho com algumas pistas sobre um tema oportuno: como ajudar as crianças a descodificar as imagens da guerra que entram, por estes dias, pela casa dentro? Uma docente da Universidade de Besançon declara, na peça publicada, aquilo que todos nós de algum modo intuimos: as crianças (e, se calhar, também muitos adultos) não estão preparados para ler criticamente as imagens e as notícias da guerra.
Este parece ser um assunto da maior relevância pública e cívica, atendendo ao papel que os media, não apenas em tempos como este, têm no quotidiano das gerações mais novas.
Lembro-me sempre daquele ditado, creio que oriental, que diz: se te for dado viver à beira-mar, mais vale ensinar os teus filhos a nadar do que construir uma parede junto à praia.Eis alguns links úteis que surgem na peça de Le Monde:
- GRREM - Groupe de Recherche sur la Rélation Enfants-Médias;
- France 5 - Éducation.