terça-feira, agosto 28, 2007

A escola do século XXI

Quer participar no debate sobre o que deve ser a escola do futuro, na União Europeia? Pode dizer o que pensa através do mail eac-schools-consult@ec.europa.eu, até 15 de Outubro próximo.
Isto porque a Comissão Europeia lançou em Julho último uma consulta pública sobre este assunto, tendo também disponibilizado um documento de apoio intitulado "ESCOLAS PARA O SÉCULO XXI"
Os resultados serão apresentados numa conferência sobre "As escolas face a novos desafios", organizada pela presidência portuguesa da União Europeia, até ao final do ano.
(Via: Joana Santos, Educare)
Oito competências fundamentais

Terá passado discretamente (ou terá sido rapidamente esquecido) um documento - "The Key Competences Framework" - da União Europeia, que definiu "as competências de que qualquer cidadão necessita para uma vida bem sucedida na sociedade do conhecimento". São elas:
The Reference Framework sets out eight key competences:
1) Communication in the mother tongue;
2) Communication in foreign languages;
3) Mathematical competence and basic competences in science and technology;
4) Digital competence;
5) Learning to learn;
6) Social and civic competences;
7) Sense of initiative and entrepreneurship; and
8) Cultural awareness and expression.
Anota, sobre esta lista, o documento:
"The key competences are all considered equally important, because each of them can contribute to a successful life in a knowledge society. Many of the competences overlap and interlock: aspects essential to one domain will support competence in another. Competence in the fundamental basic skills of language, literacy, numeracy and in information and communication technologies (ICT) is an essential foundation for learning, and learning to learn supports all learning activities. There are a number of themes that are applied throughout the Reference Framework: critical thinking, creativity, initiative, problem solving, risk assessment, decision taking, and constructive management of feelings play a role in all eight key competences".

Competência digital

A competência digital é assim definida e operacionalizada:

"Digital competence involves the confident and critical use of Information Society Technology (IST) for work, leisure and communication. It is underpinned by basic skills in ICT: the use of computers to retrieve, assess, store, produce, present and exchange information, and to communicate and participate in collaborative networks via the Internet. Essential knowledge, skills and attitudes related to this competence:

Digital competence requires a sound understanding and knowledge of the nature, role and opportunities of IST in everyday contexts: in personal and social life as well as at work. This includes main computer applications such as word processing, spreadsheets, databases, information storage and management, and an understanding of the opportunities and potential risks of the Internet and communication via electronic media (e-mail, network tools) for work, leisure, information sharing and collaborative networking, learning and research. Individuals should also understand how IST can support creativity and innovation, and be aware of issues around the validity and reliability of information available and of the legal and ethical principles involved in the interactive use of IST.
Skills needed include the ability to search, collect and process information and use it in a critical and systematic way, assessing relevance and distinguishing the real from the virtual while recognising the links. Individuals should have skills to use tools to produce, present and understand complex information and the ability to access, search and use internet-based services. Individuals should also be able use IST to support critical thinking, creativity, and innovation.
Use of IST requires a critical and reflective attitude towards available information and a responsible use of the interactive media. An interest in engaging in communities and networks for cultural, social and/or professional purposes also supports this competence".

domingo, agosto 26, 2007

Ver televisão antes dos dois 2 anos

Li com atenção o artigo de Bárbara Wong, que vem hoje no caderno P2 do Público, intitulado "Menos televisão e mais conversa com os bebés", e segundo o qual "séries com cariz pedagógico e educacional podem não ajudar as crianças a desenvolver-se". Refere-se a uma investigação feita nos Estados Unidos da América, que se inscreve numa posição defendida desde há anos pela American Academy of Pediatrics (AAP), segundo a qual os bebés com menos de dois anos não deveriam ver televisão. Nem mesmo programas educativos de qualidade, conclui a pesquisa agora referenciada neste artigo, já que "por cada hora que os bebés dos oito aos 16 meses vêem os filmes de vídeo ou desenhos animados feitos a pensar nas suas idades, sabem seis a oito vezes menos palavras do que as outras crianças".
Os autores da investigação(Frederick J. Zimmerman, Dimitri A. Christakis e Andrew N. Meltzoff), da universidade de Washington e de um centro de pesquisa de um hospital de crianças de Seattle, não vão tão longe e, cientes de que a indicação da AAP não é seguida, concluem que os pais que têm por hábito deixar os filhos verem programas de TV ou vídeos educativos deveriam, pelo menos, acompanhá-los nesses tempos.
E o caso não é de somenos: segundo os resultados apurados, pelos três meses, cerca de 40 por cento das crianças vêem regularmente TV, DVDs ou vídeos e aos dois anos essa percentagem sobe para 90 por cento.
Espicaçado pelo artigo do Público, fui à procura do texto original que vem publicado e está integralmente acessível nos Archives of Pediatric and Adolescent Medicine (2007; nº 161:473-479). Intitula-se Television and DVD/Video Viewing in Children Younger Than 2 Years.

Algumas conclusões mais deste estudo que seria interessante replicar e enriquecer numa realidade como a nossa:
  • The results here show that only 32% of parents report watching television or videos with their child every time the child watches. Responses to similar questions in 2 previous studies range from 26% to 47%. This finding is noteworthy in the context of the claim by producers of content for young children that their goal is to promote parent-child interaction.
  • It is a common view that parents turn to television and DVDs/videos as an electronic babysitter for their children. The results here support a more nuanced picture that has emerged in the literature, one that suggests that babysitting is in fact not the single overriding reason children watch television.In reporting on the reasons for having their children watch television or DVDs/videos, parents themselves emphasize the educational potential first.
  • Another reason is that viewing is perceived by the parents to be fun or relaxing for the child. About 1 in 5 parents cited a need to get things done as a major reason for having their children watch television or videos.
Zimmerman and Christakis são autores de um livro intitulado The Elephant in the Living Room, Make Television Work for Your Kids
(Crédito da foto: Science)

sexta-feira, agosto 24, 2007

Os touros e as pessoas

A TVE, estação pública espanhola, "deixou de emitir touradas em directo quando estas se realizam no horário da tarde", segundo noticia o JN. "O motivo - acrescenta o diário - deve-se ao facto de nessa altura muitas crianças se encontrarem a ver televisão e de nas corridas do país vizinho se matarem os touros na arena".
Em si mesma, a decisão até será positiva, ainda que não agrade, naturalmente, aos 'aficcionados' da 'fiesta'.
Mas vem a propósito uma pergunta: e que deveria então fazer a televisão pública espanhola relativamente àqueles programas que certamente emite, que passam em horários diurnos e em que também se enxovalha e mata ... pessoas?

quinta-feira, agosto 23, 2007

Literacia mediática: uma mina de recursos

Um sítio onde se volta muitas vezes: Media Literacy Clearinghouse - critical thinking about media messages (Resources for K-12 Educators), da responsabilidade de Frank Baker.
Estão as crianças europeias demasiado
confiantes perante os riscos da Internet?


A pergunta foi objecto de um estudo qualitativo realizado pelo Eurobarómetro, mas com uma inovação significativa: é a "primeira vez que se pergunta directamente às crianças europeias como utilizam as tecnologias em linha, quanto tempo navegam por prazer ou por necessidades de estudo e como lidam com os riscos," segundo declarou Viviane Reding, Comissária Europeia responsável pela Sociedade da Informação e os Meios de Comunicação Social.
O 'press release' sobre os resultados deste trabalho refere, a dado passo, esta declaração da referida comissária:

"A capacidade de utilizar activamente os novos meios de comunicação é fundamental para o desenvolvimento, na Europa, de uma sociedade baseada no conhecimento. Ao mesmo tempo, os resultados deste inquérito alertam para a necessidade de uma educação pró-activa em matéria de meios de comunicação em linha. Além disso, é necessário continuar a sensibilizar as pessoas, sobretudo os pais, para as oportunidades e os riscos dos novos meios de comunicação. Quando está em causa a segurança dos nossos filhos, todo o cuidado é pouco."

O texto com os resultados do inquérito do Eurobarómetro sobre a utilização das tecnologias em
linha pelas crianças encontra-se disponível online, em inglês e francês.
...
O jornal Le Monde, através do qual tive conhecimento do estudo do Eurobarómetro, traz hoje um texto sobre este assunto, intitulado Les jeunes Européens sont conscients des risques du Web.

quarta-feira, agosto 22, 2007

Competências dos alunos britânicos do secundário

"Podem perceber muito de novas tecnologias - e nisso dão cartas aos empregadores - mas entram no mercado de trabalho com cada vez mais deficiências no que se refere a leitura, escrita e contas". Assim se poderia resumir os resultados de um inquérito recente promovido pela Confederação Britância da Indústria junto dos alunos que terminam o ensino secundário. Globalmente, orém, os patrões parecem estar satisfeitos. Algumas notas sobre o inquérito, através desta notícia do ZDnet:

"The Confederation of British Industry (CBI) and Pertemps Employment Trends Survey found 92 percent of employers are happy with the IT skills of students taking General Certificate of Secondary Education qualification exams, which typically are administered to students aged 14 to 16.

The CBI chalks this up to the familiarity of "generation text" with Web and mobile-based technologies and a 47 percent increase in the number of pupils taking the information and communications technology GCSE exam over the last decade. About 110,000 students took the exam last year.

"Their fluency with iPods, mobiles and MySpace has translated well into the workplace, and often gives them an edge over their bosses. The greater focus on IT in schools and investment in computers is also helping," Richard Lambert, CBI's director general, said in the report.

But the report found that those leaving secondary-school programs increasingly lack basic abilities in English and math. More than half (52 percent) of the employers questioned in the survey said they are dissatisfied with the basic literacy of those who have completed secondary school, and half said the same about numerical skills.

(...)".

Ver, sobre o mesmo assunto, a notícia do Daily Mail: iPod generation struggling to read and write