domingo, setembro 30, 2007

Como avaliar um website?

A literacia digital não pode deixar de abarcar, hoje em dia, a capacidade de analisar criticamente a validade e fiabilidade dos sites com que tropeçamos na Internet.
É frequente uma atitude perante a informação encontrada do género daquela que, em décadas passadas, topávamos relativamente à imprensa ou à TV: "Isto é verdade, vinha no jornal!" ou "É tão verdade como eu o ter visto, com estes que a terra há-de comer!". A carga simbólica associada à Internet pode levar a atitudes idênticas, com resultados potencialmente desastrosos.

São muitos os sites que nos ajudam a interrogar o valor dos sites (claro que também a estes as interrogações se aplicam, porque também neste capítulo pode haver sites e sites). Deixo algumas indicações:

Website Evaluation Questions List
[explicação das dimensões avaliadas: aqui]
  • Is the information accurate?
  • Who is the author and what are his/her credentials?
  • How objective is the source?
  • How current is the information?
  • How extensive is the coverage of information?

Les Six Questions du Cyberspace
  • Qui est la source?
  • Quelle informations obtenons-nous?
  • Comment l'information est-elle presentée?
  • Où sommes-nous?
  • Pourquoi choisir de visiter un site web?
"Media literacy"

Tanto a Wikipedia como a Wikiversity passaram a incluir entradas sobre "media literacy". Abertas a desenvolvimentos, como é próprio destes espaços e ferramentas. Vale a pena consultar as referências bibliográficas nos dois sítios.
(Via: Teach Media)
Homens e mulheres nos videojogos


"La diferencia sexual en el análisis de los videojuegos" é o título de um livro em formato digital que acaba de ser editado pelos ministérios do Trabalho e Assuntos Sociais e da Educação de Espanha. A obra colectiva foi coordenada por Enrique Javier Díez Gutiérrez, professor da Universidade de Leon, de onde provém boa parte dos restantes co-autores.

quinta-feira, setembro 27, 2007

Descobrindo Mario Kaplún

Kaplún, Mário (1998) Las teorías del aprendizaje y su relación con la comunicación.[PERIODISMO CULTURAL] Chasqui 64, diciembre

Kaplún, Mário (1993) DEL EDUCANDO OYENTE AL EDUCANDO HABLANTE
PERSPECTIVAS DE LA COMUNICACIÓN EDUCATIVA EN TIEMPOS DE ECLIPSE
. Revista DIÁLOGOS de Comunicación nº 37 (Septiembre)

Quem foi e o que pensava Mário Kaplún.

segunda-feira, setembro 10, 2007

"Infâncias possíveis - mundos reais"

O Instituto de Estudos da Criança da Universidade do Minho promove, nos dias 2, 3 e 4 de Fevereiro de 2008, em Braga, o I Congresso Internacional em Estudos da Criança, subordinado ao tema "Infâncias Possíveis, Mundos Reais". O congresso "pretende reunir profissionais que trabalham com crianças, investigadores e outros interessados nas questões relativas à infância para debater o estado actual do conhecimento sobre a condição de ser criança". Entre os aspectos a abordar, destacam-se os seguintes:
  • O Valor das Crianças
  • O Lugar das Crianças
  • Os Espaços das Crianças
  • O Tempo das Crianças
  • As Actividades das Crianças
  • As Ideias e os Projectos das Crianças
  • As Relações das Crianças
  • Famílias e Crianças
  • Os Riscos das Crianças
  • As Crianças e a Arte
  • A Ludicidade na Infância
  • Saúde, Qualidade de Vida e Bem-Estar das Crianças
  • Literacias, Aprendizagem e Desenvolvimento
  • O Real, o Virtual e o Imaginário da Infância
  • Crianças, Media e Comunicação
  • Diferenças, Diversidade e Inclusão Social
  • As Crianças e a Escola
  • Educação, Moralidade e Ética
  • As Políticas de Infância e Juventude
  • Cultura, Participação e Cidadania
  • Meio Ambiente, Desenvolvimento e Educação
  • Os Profissionais da Infância – Formação, Desenvolvimento e Identidades
  • Os Estudos da Criança - Tendências Actuais da Investigação
Os interessados em submeter propostas de comunicação podem consultar as condições na página do Congresso e fazê-lo até ao próximo dia 30.

domingo, setembro 09, 2007

As novas gerações ou o "Pesadelo de Sócrates"

A preocupação é expressa por Maryanne Wolf, no International Herald Tribune, de quinta-feira passada, ao questionar-se "como é que a imersão num mundo cada vez mais digital configurará a relação da próxima geração com a leitura, a aprendizagem e com o próprio conhecimento".
Porquê "pesadelo"?
"As a cognitive neuroscientist and scholar of reading, I am particularly concerned with the plight of the reading brain as it encounters this technologically rich society. Literacy is so much entwined in our lives that we often fail to realize that the act of reading is a miracle that is evolving under our fingertips. Over the last 5,000 years, the acquisition of reading transformed the neural circuitry of the brain and the intellectual development of the species. Yet, the reading brain is slowly becoming endangered - the unforeseen consequences of the transition to a digital epoch that is affecting every aspect of our lives, including the intellectual development of each new reader".
Porquê Sócrates?
"At the core of Socrates' arguments lay his concerns for the young. He believed that the seeming permanence of the printed word would delude them into thinking they had accessed the heart of knowledge, rather than simply decoded it. To Socrates, only the arduous process of probing, analyzing and ultimately internalizing knowledge would enable the young to develop a lifelong approach to thinking that would lead them ultimately to wisdom, virtue and 'friendship with [their] god'. To Socrates, only the examined word and the "examined life" were worth pursuing, and literacy short-circuited both. How many children today are becoming Socrates' nightmare, decoders of information who have neither the time nor the motivation to think beneath or beyond their googled universes? Will they become so accustomed to immediate access to escalating on-screen information that they will fail to probe beyond the information given to the deeper layers of insight, imagination and knowledge that have led us to this stage of human thought? Or, will the new demands of information technologies to multitask, integrate and prioritize vast amounts of information help to develop equally, if not more valuable, skills that will increase human intellectual capacities, quality of life and collective wisdom as a species?"
Para esta especialista, "[c]hildren need to have both time to think and the motivation to think for themselves, to develop an expert reading brain, before the digital mode dominates their reading. The immediacy and volume of information should not be confused with true knowledge".

Uma posição que se pretende distanciada quer dos apologistas quer dos detrractores do digitalismo é a do sociólogo espanhol Enrique Gil Calvo que, no jornal El País se pergunta: "Quién teme al hipertexto feroz?". Para ele "la educación sentimental de los menores de la e-generación está guiada por el influjo de la lectura digital, y ya no por el espíritu de la lectura impresa como se cree que sucedía con las generaciones previas. Y al decir de los oráculos, ese cambio educativo ejercerá consecuencias decisivas, venturosas para los panglosianos que ensalzan las virtudes mágicas del digitalismo, desastrosas para los agoreros que denuncian sus vicios perversos. Pues aunque unos lo interpreten como un impacto providencial y los otros catastrófico, tecnófilos y tecnófobos coinciden en atribuir una importancia desmedida al cambio de soporte lector, sin que se les haya ocurrido que estemos ante otro caso de vino viejo en odres nuevos."
(Imagem: "Mulher a ler", Pablo Picasso, 1935)

domingo, setembro 02, 2007

Como traduzir 'Digital Literacy'?

Na quarta-feira passada, no post Digital literacy: qu’en pensez vous?, Francis Pisani colocou um desafio aos leitores do seu blogue de língua francesa, que não deixa de ser pertinente para os de língua portuguesa: como traduzir o sintagma inglês 'digital literacy'? A pergunta não era apenas linguístico-formal, mas também de substância: que queremos dizer quando adoptamos uma tradução determinada? Que conteúdos lhe metemos 'dentro'?
Visto que a ideia de literacia anda muito associada às competências de leitura e escrita, Pisani propõe “Culturas e práticas digitais”. E explica:
"J’y mets les logiques du monde numérique que nous avons besoin de comprendre pour nous y retrouver (réseaux et leurs effets, communication horizontale, etc. ) ainsi que les outils que nous avons intérêt à savoir utiliser: des flux RSS aux wikis en passant par les podcasts, les blogs et autres mashups".
Mais de meia centena de sugestões e comentários foram trazidos pelos leitores do blogue. Comentando ontem, num outro post, as respostas recebidas, o autor, além de referir a diversidade de designações sugeridas, exprime alguma pena por o fundo da questão não ter sido agarrado. Para além da sugestão de uma outra nomenclatura - 'ciberliteracia' - recoloca-nos perante um novo desafio, certamente mais fecundo:
La question est maintenant “De quoi devrait être faite cette ‘digital literacy’ dont nous avons tous besoin dans le monde d’aujourd’hui?”
Vale a pena seguir a conversa e, quam sabe, participar nela.