quinta-feira, janeiro 25, 2007

Mensagem do Papa para Dia Mundial
Crianças e Media: desafio à educação


O Dia Mundial das Comunicações Sociais, promovido anualmente pela Igreja Católica, e que este ano recairá a 20 de Maio, terá por tema «As crianças e os meios de comunicação social: um desafio para a educação». O anúncio foi ontem feito pelo Vaticano, dia em que a Igreja evoca S. Francisco de Sales e em que é tradicionalmente dada a conhecer a mensagem para o Dia Mundial.

Dado o interesse da mensagem, aqui a publicamos na íntegra:

"1. O tema do 41º Dia Mundial das Comunicações Sociais, «As crianças e os meios de comunicação social: um desafio para a educação», convida-nos a reflectir sobre dois assuntos de imensa importância. A formação das crianças é o primeiro. O segundo, talvez menos óbvio mas não menos importante, é a formação dos meios de comunicação social.

Os complexos desafios que se apresentam para a educação nos dias de hoje estão freqüentemente vinculados à ampla influência dos meios de comunicação social no nosso mundo. Como um dos aspectos do fenómeno da globalização, e facilitados pelo rápido desenvolvimento da tecnologia, os meios de comunicação social modelam profundamente o ambiente cultural (cf. Papa João Paulo II, Carta Apostólica O rápido desenvolvimento, 3). Com efeito, algumas pessoas afirmam que a influência formativa dos meios de comunicação social concorre com a da escola, da Igreja e talvez mesmo do lar. «Para muitas pessoas, a realidade corresponde ao que os mass media definem como tal» (Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais, Aetatis novae, 4).

2. A relação entre crianças, meios de comunicação social e educação pode ser considerada a partir de duas perspectivas: a formação das crianças por parte dos mass media; e a formação das crianças para que respondam apropriadamente aos mass media. Sobressai um tipo de reciprocidade que indica as responsabilidades dos meios de comunicação social como indústria e a necessidade de uma participação activa e crítica dos leitores, dos espectadores e dos ouvintes. Nesta perspectiva, formar-se no uso apropriado dos meios de comunicação social é essencial para o desenvolvimento cultural, moral e espiritual das crianças.

Como é que se há-de salvaguardar e promover o bem comum? Educar as crianças a serem judiciosas no uso dos mass media é uma responsabilidade que cabe aos pais, à Igreja e à escola. O papel dos pais é de importância primordial. Eles têm o direito e o dever de assegurar o uso prudente dos meios de comunicação social, formando a consciência dos seus filhos a fim de que expressem juízos sadios e objectivos, que sucessivamente há-de de orientá-los na escolha ou rejeição dos programas disponíveis (cf. Papa João Paulo II, Exortação Apostólica Familiaris consortio, 76). Ao agir deste modo, os pais deveriam contar com o encorajamento e a assistência das escolas e das paróquias, para garantir que este aspecto difícil mas estimulante da educação é apoiado pela comunidade mais vasta.

A educação aos mass media deveria ser positiva. As crianças expostas ao que é estética e moralmente excelente são ajudadas a desenvolver o apreço, a prudência e as capacidades de discernimento. Aqui é importante reconhecer o valor fundamental do exemplo dos pais e os benefícios da apresentação aos jovens dos clássicos infantis da literatura, das belas-artes e da música edificante. Enquanto a literatura popular terá sempre o seu espaço na cultura, a tentação do sensacionalismo não deveria ser passivamente aceite nos lugares de ensino. A beleza, uma espécie de espelho do divino, inspira e vivifica os corações e as mentes mais jovens, ao passo que a torpeza e a vulgaridade têm um impacto depressivo sobre as atitudes e os comportamentos.

Como a educação em geral, a educação aos mass media exige a formação no exercício da liberdade. Trata-se de uma tarefa exigente. Muitas vezes a liberdade é apresentada como uma busca implacável do prazer e de novas experiências. Contudo, isto é uma condenação, não uma libertação! A verdadeira liberdade jamais poderia condenar o indivíduo – especialmente a criança – a uma busca insaciável de novidades. À luz da verdade, a liberdade autêntica é experimentada como uma resposta definitiva ao «sim» de Deus à humanidade, enquanto nos chama a escolher, não indiscriminada mas deliberadamente, tudo o que é bom, verdadeiro e belo. Assim os pais, como guardiães de tal liberdade, concederão gradualmente uma maior liberdade aos seus filhos, introduzindo-os ao mesmo mesmo na profunda alegria da vida (cf. Discurso no V Encontro Mundial das Famílias, Valência, 8 de Julho de 2006).

3. Esta aspiração sincera dos pais e professores de educar as crianças pelos caminhos da beleza, da verdade e da bondade somente pode ser sustentada pela indústria dos meios de comunicação social, na medida em que ela promover a dignidade humana fundamental, o valor genuíno do matrimónio e da vida familiar, e as conquistas e as finalidades positivas da humanidade. Deste modo, a necessidade que os mass media têm de se comprometerem na formação efectiva e nos padrões éticos é considerada com particular interesse e mesmo urgência, não só pelos pais e professores, mas também por todos aqueles que têm um sentido de responsabilidade cívica.

Mesmo quando estamos convencidos de que muitas pessoas comprometidas nos meios de comunicação social desejam realizar o que é justo (cf. Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais, Ética nas Comunicações, 4), devemos reconhecer também que as que trabalham neste campo enfrentam «pressões psicológicas e dilemas éticos particulares» (Aetatis novae, 19), que por vezes vêem a concorrência comercial impelir os comunicadores para níveis mais baixos. Qualquer tendência a realizar programas e produtos – inclusive desenhos animados e videojogos – que, em nome do entretenimento, exalta a violência e apresenta comportamentos anti-sociais ou a banalização da sexualidade humana constitui uma perversão, e é ainda mais repugnante quando tais programas são destinados às crianças e aos adolescentes. Como é que se poderia explicar este «entretenimento» aos numerosos jovens inocentes que realmente são vítimas da violência, da exploração e do abuso? A este propósito, todos deveriam reflectir sobre o contraste entre Cristo, que «as tomou [as crianças] nos braços e as abençoou, impondo-lhes as mãos» (Mc 10, 16) e aquele que «escandaliza... estes pequeninos», a quem «seria melhor... que lhe atassem ao pescoço uma pedra de moinho» (Lc 17, 2). Uma vez mais, exorto os responsáveis da indústria dos meios de comunicação social a salvaguardarem o bem comum, a promoverem a verdade, a protegerem a dignidade humana de cada indivíduo e a fomentarem o respeito pelas necessidades da família.

4. A própria Igreja, à luz da mensagem de salvação que lhe foi confiada, é também uma mestra de humanidade e valoriza a oportunidade de oferecer assistência aos pais, aos educadores, aos comunicadores e aos jovens. Os seus programas paroquiais e escolares deveriam ocupar um lugar de vanguarda na educação aos mass media nos dias de hoje. Sobretudo, a Igreja deseja compartilhar uma visão da dignidade humana que é central para toda a comunicação humana digna. «Eu vejo com os olhos de Cristo e posso dar ao outro muito mais do que as coisas externamente necessárias: posso dar-lhe o olhar de amor de que ele precisa» (Deus caritas est, 18).

Desde o Vaticano,24 de janeiro de 2007, festa de São Francisco de Sales.

BENEDICTUS PP. XVI"

quarta-feira, janeiro 24, 2007

O tempo que a TV consome

Em Portugal, gastou-se, no ano passado, uma média ligeiramente superior a 33 milhões de horas diárias a ver televisão, dado que, segundo a Marktest, cada português viu, em 2006, em média, 3,5 horas de televisão por dia (base de cálculo: 9,459 milhões, que constituem o universo de telespectadores).
A discriminação destes dados por varáveis como a idade, a região, o nível sócio-económico e o sexo dá o seguinte retrato:

audiTV2006

Guia de análise:
- Quem vê mais e quem vê menos?

- Onde estão os que vêem mais?

- Que significam 3,5 horas de 'consumo'?

- O que significa 'ver televisão'?

segunda-feira, janeiro 22, 2007

Educação para os Media 25 anos depois

Completam-se precisamente hoje 25 anos sobre a data em que um grupo de peritos de vários países, reunidos pela UNESCO, na cidade alemã de Grunwald, redigia e acordava sobre uma "Declaração sobre a Educação para os Media" que constitui, ainda hoje, uma referência importante.
Notava essa Declaração, a abrir:
"Mais do que condenar ou justificar o inquestionável poder dos media, urge aceitar o seu significativo impacto e a sua difusão através do mundo como factos consumados, valorizando ao mesmo tempo a sua importância enquanto elemento de cultura no mundo hodierno. O papel da comunicação e dos media no processo de desenvolvimento não deveria ser subestimado, tal como a função desses meios enquanto instrumentos ao serviço da participação activa dos cidadãos na sociedade. Os sistemas político e educativo devem reconhecer as respectivas obrigações na promoção de uma compreensão crítica do fenómeno da comunicação entre os seus cidadãos".
É impressionante o quadro de mudanças ocorridas, se olharmos para o mundo nestes 25 anos. Mas o apelo a que se aprenda a comunicar melhor e se aprenda a olhar com espírito crítico o mundo que nos rodeia e o modo como os media o apresentam continua de pé, mais pertinente do que nunca.
Hoje, para muitos, o problema continua a ser de escassez de informação e de recursos para terem acesso a ela e dela tirarem benefícios. Para outros, o drama é precisamente o oposto: mergulhados em tanta informação, sem mapa que os guie nem bússola para fazerem caminho, vagueiam (surfam) como tontos, sem origem nem destino.
Aprender a dar sentido ao mundo e à vida, a tornar este nosso mundo habitável e acolhedor, fazendo com que o ambiente simbólico da informação e dos media se torne respirável e solidário - eis o desafio da tal Educação para os Media, hoje e aqui.
Wrestling e TV

"Ricardo agarra o amigo pelo pescoço e simula que vai atirá-lo ao chão. Têm nove anos e estão a brincar ao wrestling no pátio da escola. Imitam o que vêem na televisão. Não são os únicos, há miúdos de todas as idades, do 1.º ao 9.º ano, que brincam sem medir forças e por vezes vão parar aos hospitais. "


Assim começava uma reportagem de Bárbara Wong, no Público de ontem que acrescentava:
"O fenómeno do wrestling não é novo, mas está a chegar aos recreios portugueses, sobretudo depois de o programa de televisão ter começado, no início do mês, a passar na SIC generalista - desde 2004 que vai para o ar na SIC Radical.
A Associação para a Promoção da Segurança Infantil (APSI) e a Associação de Consumidores dos Media já receberam queixas. A primeira de pais preocupados com o que se passa nas escolas; a segunda de pais e educadores que reagem contra o conteúdo do programa, que dizem que é agressivo e pouco adequado para estar num horário familiar, ao domingo à tarde. Mas o programa também passa durante a semana".

Não pode ser a televisão a única responsável por eventuais consequências psicológicas e físicas decorrentes do visionamento deste tipo de programas. Mas tem de assumir responsabilidades. Não pode ser aceite como a coisa mais natural do mundo que um canal generalista passe estes conteúdos em horários diurnos, lavando as mãos das eventuais consequências.

quarta-feira, janeiro 17, 2007

UE anuncia ofensiva contra videojogos violentos

A União Europeia (UE) anunciou hoje que vai lançar uma ofensiva contra os videojogos violentos.
O comissário de Justiça, Segurança e Liberdades da UE, Franco Frattini, anunciou hoje a iniciativa, conforme ficou decidido na reunião informal de ministros de Justiça e Interior da UE, realizada na cidade alemã de Dresden.
A base da nova estratégia é concentrar a luta contra a venda de videojogos violentos a menores, mas também é necessário impedir a difusão dos jogos pela Internet.A vontade comum de todos os Estados-membros é «lutar» e «avançar» rumo à proibição desses jogos, disse Frattini.
Entretanto, o comissário admitiu que não há critérios comuns entre os 27 países da UE sobre que jogos devem ser proibidos. Além disso, não existe em todos os países um controlo sobre se o comprador é menor de idade, o que dificulta a criação de mecanismos de sanção uniformizados.
Um objectivo imediato é criar uma espécie de «lista negra» centralizada, com os produtos proibidos em cada Estado-membro, para que os demais possam decidir sobre a sua retirada do mercado.

in Diário Digital, 16.1.2007

terça-feira, janeiro 16, 2007

Tese sobre publicidade a causas sociais

Realiza-se no próximo dia 19, sexta-feira, pelas 14:30 horas, em Braga, a prova de Mestrado em Ciências da Comunicação, área de especialização em Comunicação, Cidadania e Educação, de Sara Balonas.
A tese a ser discutida intitula-se “A Publicidade a Favor de Causas Sociais: evolução, caracterização e variantes do fenómeno em Portugal”, sendo comentada pelo Prof. José Manuel Paquete de Oliveira. A orientação coube à Prof. Rosa Cabecinhas, da Universidade do Minho.
A prova decorrerá na Sala de Seminários do Instituto de Ciências Sociais, Piso 0.

segunda-feira, janeiro 15, 2007

Um kit da UNESCO sobre Educação para os Media

A UNESCO acaba de editar um livro intitulado, na sua versão francesa, "Éducation aux Médias - Un kit à l’intention des enseignants, des élèves, des parents et des professionnels", cuja redacção coube à Prof. Divina Frau-Meigs (a edição em língua inglesa intitula-se "Media Education - A Kit for Teachers, Students, Parents and Professionals" e encontra-se igualmente disponível em linha).
Eis como a autora enuncia o sentido e alcance deste guia:

La socialisation des jeunes par les médias est un phénomène qui gagne en ampleur. Une grande partie du capital culturel de la planète leur est transmise par toutes sortes de supports avec lesquels ils sont très familiers. Ceci implique un changement d’attitude de la part des différentes personnes-ressources qui accompagnent enfants et adolescents dans leur développement, y compris la possibilité pour elles de s’approprier ce phénomène par auto-formation. C’est ce que suggère l’organisation de ce kit : traiter à la fois les moyens d’éduquer aux médias et de s’éduquer aux médias, tout au long de la vie. Il indique une double démarche possible pour l’utilisateur, tantôt en position d’apprenant, tantôt en position d’enseignant. Ce kit propose un prototype de programme d’éducation aux médias pour la qualification de base des professeurs d’école secondaire. Cette éducation devient bien plus importante avec l’introduction des nouvelles technologies numériques, car il devient essentiel que chaque citoyen puisse rechercher et produire de l’information et qu’il puisse communiquer sur les réseaux, en toute autonomie. Eduquer et s’éduquer, informer et s’informer, tels sont les besoins actuels.(...)"

sábado, janeiro 13, 2007

Educar para a geração digital

Their Space - Education for a digital generation é o título de um estudo que acaba de ser publicado em Inglaterra pela agência Demos, da autoria de Hannah Green e de Celia Hannon.
Algumas conclusões do estudo:
"The baseline finding from our research was that the use of digital technology has been completely normalised by this generation, and it is now fully integrated into their daily lives. The majority of young people simply use new media as tools to make their lives easier, strengthening their existing friendship networks rather than widening them. Almost all are now also involved in creative production, from uploading and editing photos to building and maintaining websites. However, we discovered a gap between a smaller group of digital pioneers engaged in groundbreaking activities and the majority of children who rarely strayed into this category. Meanwhile, contrary to society’s assumptions about safety, this generation is also capable of self-regulation when kept well informed about levels of risk. Finally, many children we interviewed had their own hierarchy of digital activities when it came to assessing the potential for learning. In contrast to their teachers and parents they were very conscious that some activities were more worthwhile than others. All these young people have something in common – they all use technology in a way that in the past would have labelled them ‘geeks’. But they are not all using it in the same way. Our research has pointed to a number of different user ‘types’, which we use throughout the report".

quarta-feira, janeiro 10, 2007

Leitura

De Valeria Fernández Hasan, da Universidade de Cuyo, Argentina, este texto que acaba de vir a lume no site da Revista Iberoamericana de Educação: "Escuela y Medios de Comunicación: lógicas diferenciales en la transmisión de la cultura común y la construcción de la ciudadanía?".
A publicidade na vida das crianças

Commercialisation of Childhood é o título de um estudo sobre o impacte da publicidade na vida das crianças, recentemente divulgado no Reino Unido.
Trata-se de uma matéria da maior relevância, não apenas educacional e cultural, mas também política e económica. Basta dizer que só o mercado da publicidade orientada para os mais pequenos envolve naquele país um montante da ordem dos 30 mil milhões de libras, tocando em todos os sectores davida quotidiana das crianças: aprendizagem, alimentação, jogos.
Um caso partiuclarmente abordado neste estudo refere-se à publicidade que tira partido dos novos media interactivos.
Um estudo a não perder, eventualmente inspirador de réplicas na nossa própria realidade.
A propósito deste tema, a organização promotora do estudo lançou uma campanha em torno da pergunta "Can children be children before they are consumers?" O debate pode ser seguido aqui.

terça-feira, janeiro 09, 2007

Adolescentes dos EUA
Maioria usa redes sociais na Internet

O Pew Internet & American Life Project acaba de divulgar alguns resultados de um inquérito feito a adolescentes dos Estados Unidos da América, que conclui que 55 por cento dos "teens" que frequentam a Internet criam perfis e utilizam redes sociais. Da autoria de Amanda Lenhart, o estudo indica que, para as raparigas, essas redes são sobretudo lugares de reforço de amizades pré-existentes, ao passo que para os rapazes as mesmas redes proporcionam oportunidades para novas relações.
Outras conclusões do mesmo estudo, intitulado "Social Networking Websites and Teens: An Overview":
  • • "55% of online teens have created a personal profile online, and 55% have used social networking sites like MySpace or Facebook.
  • • 66% of teens who have created a profile say that their profile is not visible to all internet users. They limit access to their profiles.
  • • 48% of teens visit social networking websites daily or more often; 26% visit once a day, 22% visit several times a day.
  • • Older girls ages 15-17 are more likely to have used social networking sites and created online profiles; 70% of older girls have used an online social network compared with 54% of older boys, and 70% of older girls have created an online profile, while only 57% of older boys have done so.
  • Teens say social networking sites help them manage their friendships
  • • 91% of all social networking teens say they use the sites to stay in touch with friends they see frequently, while 82% use the sites to stay in touch with friends they rarely see in person.
  • • 72% of all social networking teens use the sites to make plans with friends; 49% use the sites to make new friends.
  • • Older boys who use social networking sites (ages 15-17) are more likely than girls of the same age to say that they use social networking sites to make new friends (60% vs. 46%).
  • • Just 17% of all social networking teens say they use the sites to flirt.
  • • Older boys who use social networking sites are more than twice as likely as older girls to say they use the sites to flirt; 29% report this compared with just 13% of older girls."