quarta-feira, janeiro 28, 2009

“A pedagogia do consumidor de imagens em mais nada consistiria do que em aceitar o desafio e descobrir no que nos fascina uma autêntica mensagem libertadora, uma palavra que preserve a parte de silêncio necessária à respiração da existência humana e contra a qual o rolo compressor das imagens planetárias seria impotente, ou é, no fundo, impotente. Em última análise essa pedagogia consistiria em recuperar o silêncio do tempo antes da televisão, apagar simplesmente a famosa caixa mágica. Simbolicamente ou praticamente. Sem remorso” (p. 40)

in Eduardo Lourenço, 1998
O Esplendor do Caos. Gradiva: Lisboa

terça-feira, janeiro 27, 2009

Inventar uma pedagogia do consumidor

“Mais interessante me parece um dispositivo cultural que coloque no seu centro o consumidor de imagens. Não para o convencer a não ver americano e preferir europeu, pretensão absurda e mesmo grotesca. Mas para inventar uma pedagogia do consumidor, quer dizer, uma maneira de olhar, de aprender, de descriptar essa imago-esfera que tomou o lugar de uma autêntica revelação”. (p. 39)

in Eduardo Lourenço, 1998
O Esplendor do Caos. Gradiva: Lisboa

segunda-feira, janeiro 26, 2009

Direito ao silêncio


“(…) temos o sentimento de vivermos num mundo, não com um défice, uma carência de informação, mas saturado de informação e incapaz de gerir ou de integrar de modo construtivo a massa colossal de dados de informação que já circula nas já famosas auto-estradas da comunicação” (p. 31)

“Simbolicamente, em matéria de informação, vivemos sob o regime de absoluto bombardeamento informativo, numa espécie de vigília contínua, sem termos a possibilidade, por assim dizer, de fecharmos os olhos. Assim o que parece urgente é escapar a esse fluxo, descobrir um refúgio, em suma, defender «o direito a não ser informado». Ou, com maior dose de provocação, o direito ao silêncio.
Dir-se-á que é um «desiderato» fácil de atingir. Basta calar a rádio ou apagar o televisor. Possível como gesto individual ou utopia às avessas, esse cenário tem menor verosimilhança que o de imaginar deter as cataratas do Niagara ou de Iguassu” (p. 32)

“(…) caudal de mensagens que, independentemente do seu conteúdo – como profetizou MacLuhan – se tornaram uma noosfera, ou antes uma imagosfera”. (p. 33)

in Eduardo Lourenço, 1998
O Esplendor do Caos. Gradiva: Lisboa

"O Esplendor do Caos"

Tenho lido partes de "O Esplendor do Caos", livro de Eduardo Lourenço, editado em 1998, pela Gradiva. Nele figura um capítulo intitulado “A Nova Comunicação” (pp.31-40) do qual deixarei aqui, nos próximos dias, alguns excertos que me pareceram mais significativos.

quinta-feira, janeiro 22, 2009

Tese sobre a socialidade adolescente nas redes sociais

Taken Out of Context
American Teen Sociality in Networked Publics
by
danah michele boyd

A dissertation submitted in partial satisfaction of the
requirements for the degree of
Doctor of Philosophy
in
Information Management and Systems
and the Designated Emphasis
in New Media
in the
University of California, Berkeley

Fall 2008

quarta-feira, janeiro 14, 2009

Internet, novos media e jovens: duas leituras

Dois documentos recentes:

PALFREY, J. (dir.) (2008) Enhancing Child Safety and Online Technologies - Final Report of the Internet Safety Technical Task Force to the Multi-State Working Group on Social Networking of State Attorneys General of the United States. Berkman Center for Internet & Society at Harvard University

ASSOULINE, M. David (2008) Rapport d'information fait au nom de la Commission d'Affaires culturelles sur l'impact des nouveaux médias sur la jeunesse. Paris : Sénat, nº 46.

sexta-feira, janeiro 09, 2009

Literacia e imaginação

We take literacy for granted, but it is a rather recent invention in the evolution of the human species. The advent of literacy was the result of a confluence of factors that have long been the province of evolutionary biology, centering primarily on the development of the cerebral cortex.
Mimesis, cave painting, hieroglyphics, ideograms, the invention of primitive alphabets, and the Gutenberg printing press are frequently noted as watersheds in the making of man as a literate creature. From a neurophysiological perspective, literacy itself could be viewed as a shaping factor in the development of the human brain, along with certain verbal patterns that constitute oral traditions and, in turn, literature.
Is literacy just an episode in the larger history of human consciousness and intelligence? What are the elements of human imagination that facilitate the growth of literacy? This roundtable will consider the history of literacy from a scientific and humanistic point of view, examining it as an element of brain structure, a path to knowledge, and an expression of the imagination.

Fonte: apresentação de uma mesa-redonda do Philoctetes Center