quarta-feira, junho 30, 2010

Acesso livre à revista Comunicar nº 33



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domingo, junho 27, 2010

Crianças e Media: recomendações de Karlstad

Membros do Global Youth Media Council, uma espécie de conselho jovem, representativo de 20 países que estiveram presentes na Cimeira Mundial de Media para Crianças e Adolescentes, realizada, na semana passada, em Karlstad, na Suécia (e na qual participaram dois colegas deste blog) aprovaram seis recomendações dirigidas a diversos parceiros sociais, económicos e políticos:
  • O acesso à internet: Governos, operadoras de telefonia móvel e empresas de multimédia devem trabalhar juntos para garantir acesso gratuito à  internet ou a preços acessíveis nas escolas e bibliotecas.
  • Assegurar uma navegação segura na web: A Escola deve ensinar crianças e jovens sobre os perigos da web.
  • Mais espaço para crianças e jovens na tomada de decisões:  Mais artigos escritos por crianças e jovens em jornais nacionais e locais.
    Cada país deve ter um Conselho da Juventude de mídia – para comentar sobre o conteúdo de TV para crianças.
  • Representação negativa das crianças e dos jovens nos meios de comunicação: Os meios de comunicação devem adoptar diretrizes éticas.
  • Medieducação: A Educação para os media deve ser parte do currículo desde tenra idade, em cada país.
  • Interesse comercial X Responsabilidade social: Somente produtos relacionados com o desenvolvimento das crianças podem ser linkados com a mídia voltada para as crianças.
    Existência de mais canais de TV, jornal, rádio não comerciais e de interesses de crianças e jovens.
Fonte: Revistapontocom

segunda-feira, junho 21, 2010

Discussão de conceitos



"After looking over several models and definitions of digital / media literacy, including the overly complicated graphic above, it seems clear that the phrases "digital literacy" and "media literacy" have become nearly synonymous. I tend to think of digital literacy as more device oriented, like being able to operate a smart phone, and media literacy as being able to decipher the messages -- textual, audio, video, etc. -- delivered through such devices. But the literature I read recently about the concepts doesn't seem to back such simple delineation (maybe I should make my argument in this matter). In fact, I think the scholarship muddies the pool from many different directions, making any distinctions between the two terms virtually meaningless. So maybe it would be more worthwhile to spend energy envisioning different levels of digital/media literacy, starting with a base level and an advanced level. (...)".


Continuar a ler o post: AQUI


domingo, junho 20, 2010

Ousaria recusar-se a apoiar a UNICEF?

Recebi hoje na minha caixa de correio uma mensagem tocante, com pedido de a divulgar pela minha lista de contactos, com a garantia de ao fazê-lo, estar a doar 5 euros para a UNICEF. Irei a presentar a mensagem e, a seguir, colocar algumas questões.

A mensagem é a seguinte:
"Envie esta mensagem, ela dará € 10 à Unicef e é gratuita para você ...

Unicef & MSN Kampanyas Yard?m
Acordo de ajuda entre Unicef & MSN

Por favor, antes de deitar fora a comida que tem no seu prato pense nas pessoas que estão morrendo de fome!

Em África, existem crianças morrendo de fome. Segundo o acordo firmado entre a UNICEF e o MSN para as crianças falecidas e outras crianças, uma ajuda acaba de começar.
Por cada vez que você enviar esta mensagem aos seus contactos/amigos/colegas/familiares, 5 € serão atribuídos à conta da UNICEF.
Para as nossas crianças em África e as vítimas do tsunami, queira participar, por favor, neste 'Apelo de Amizade'.
Pelo facto de ter recebido este e-mail e o ter reenviado a outra pessoa, já deu 10 Euros a ganhar à Unicef.
Por favor, faça viver essas crianças que estão em risco de morrer. Não nos esqueçamos que a cada segundo, uma criança está em risco de morrer de fome.
Envie este e-mail a todas as pessoas que conhecer... obrigado.
"

Perante uma mensagem destas, de fazer emocionar os calhaus, é difícil ficar indiferente e não fazer aquilo a que a mensagem apela, sem grandes hesitações ou dúvidas. Mas ... e se tudo isto fosse uma maquinação hedionda de alguém que estivesse a brincar com (ou mesmo a aproveitar-se de) os nossos bons sentimentos?

Analisemos mais de perto:
  - Quais as fontes da mensagem? Aparentemente, nenhuma. Mas as marcas envolvidas mereceriam alguma consideração: UNICEF e Microsoft. Aqui surge logo a primeira dúvida: instituições desta envergadura enviariam mensagens deste teor, sem contactos, sem provas, sem garantias de fiabilidade e, para mais, escritas num português que deixa a desejar?
- Mais: seria aceitável que a UNICEF utilizasse assim, sem mais, de forma despudorada e sensacionalista, a imagem da criança que a foto documenta?
- Finalmente e pegando no assunto de outra perspectiva: suponhamos que há dúvidas quanto à veracidade do apelo. A quem poderia interessar que uma mensagem deste tipo circule aos milhares pela Internet? Basta pensar que se eu, movido pela vontade de ajudar a resolver miraculosamente o problema da fome, enviasse a mensagem para os meus contactos (e não tivesse o cuidado - como a maioria não tem - de tornar invisíveis os endereços de mail) e que uma boa parte desses contactos tão ou mais sensíveis aos dramas do mundo do que eu próprio amplificassem ainda mais o meu gesto (e repare-se que foi numa cadeia dessas que o mail me veio parar ás mãos), facilmente veríamos a mensagem em dezenas, se não centenas de milhar de mails. Aí bastaria a uma empresa dessas que comercializam a venda de pacotes de mails para fins comerciais - e que nos proporcionam o tão conhecido spam - colocar duas ou três pessoas a rastrear cuidadosamente a net para recuperar, em diferentes dos seus pontos as listas de e-mail postas a circular, a propósito de tão comovente mensagem. Então, valeria a pena colocar agora, de novo, a pergunta: a quem poderia interessar que uma mensagem deste tipo circule aos milhares pela Internet?

Dei por mim a fazer essas perguntas e decidi recorrer à ferramenta mais óbvia: ao Google. E no espaço de endereços do meu browser coloquei lá a seguinte expressão de pesquisa, tirada do título da mensagem citada: "Unicef & MSN Kampanyas Yard?m". Obtive como resultado 48 sítios, sendo o logo o primeiro um post do blog "Da Condição Humana", intitulado "Mails da treta: Envia este mail a favor da UNICEF. .. 5€por cada email enviado".
O que lá li, ainda que num tom que eu não usaria, por respeito pelos que são vítimas desta forma de iliteracia digital e cultural, não aponta num sentido muito diverso daquele que aqui adopto. Mas o que não deixa margem para dúvidas é a resposta que o autor do blog recebeu da própria UNICEF (na sequência de uma consulta que em boa hora decidiu fazer) e que aqui transcrevo:
Através de um doador, recebemos o mesmo e-mail que nos deixou bastante incomodados, pois nada tem a ver com a UNICEF.
Lamentamos o abuso por parte de pessoas sem escrúpulos que se servem de imagens terríveis de crianças e usam indevidamente o nome da UNICEF para fins que desconhecemos.  
Agradecendo o seu alerta, enviamos os melhores cumprimentos.
Carmen Serejo
Assistente da Direcção

Quanto ao caso em si, não são necessárias mais palavras. São precisas é mais acções para combater estas novas modalidades de iliteracia.

quinta-feira, junho 17, 2010

Um "tour" do Google pela literacia digital

As iniciativas do Google não páram e uma das mais recentes diz respeito à literacia digital. Intitula-se mesmo "Digital Literacy Tour" e consta de um conjunto de workshops que compreendem, cada uma, um vídeo, um manual do professor, um manual do aluno e uma proposta de apresentação na aula.
Os temas tratados são os seguintes:
  • Detecting Lies and Staying True
  • Playing and Staying Safe Online
  • Steering Clear of Cyber Tricks

terça-feira, junho 15, 2010

Cimeira Mundial sobre Media, Crianças e Jovens


Está a decorrer em Karlstad, Suécia, desde ontem e até sexta-feira próxima, a World Summit on Media for Children and Youth "Towards a New Global Vision for Children, Youth and Media - Challenges in Young People's World of Communication".
O Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade da Universidade do Minho está representado por Sara Pereira e Luís Pereira com duas apresentações: "Navigating with Magalhães - What are children doing with their own laptop?" e "Making Sense of TV for Children - the Portuguese Case".
De Portugal estão também presentes Cristina Ponte e Lidia Maropo, da Universidade Nova de Lisboa, e Vítor Tomé, de Castelo Branco.

quarta-feira, junho 09, 2010

A escola em debate

O Gabinete de Comunicação e Educação da Universidade Autónoma de Barcelona (UAB) em parceria com um grupo de alunos do Mestrado Internacional de Comunicação e Educação da UAB organizam a jornada 'Convivência e Mediação Escolar na Escola 2.0', no próximo dia 17 de Junho.

A actividade está incluída nas 'Semanas Educomunicativas' e tem como objectivos promover a discussão sobre o papel das novas tecnologias no contexto escolar como forma de capacitação das relações entre alunos e professores. A jornada contará igualmente com os painéis sobre 'Conflitos na organização escolar', 'A escola que queremos', 'Pensar no presente e imaginar o futuro: a escola 2.0'. Durante o evento serão apresentados projectos e experiências que estão relacionadas com esta temática.

As 'Semanas Educomunicativas', que decorrem na Faculdade de Ciências da Comunicação na UAB, vão ainda incluir jornadas sobre a cooperação educativa, a investigação e divulgação científicas, a exploração e aventura educativa, a televisão educativa e cultural e o cinema educativo.

O programa da jornada em detalhe aqui.

P.S. - O protagonismo que a escola terá ao longo desta jornada fez-me recordar, contudo, um debate que tem sido feito por alguns investigadores que se têm dedicado às questões da literacia mediática, nomeadamente entre aqueles que defendem a inclusão de uma disciplina de educação para os media nos curricula escolares. Até que ponto poderemos estar eventualmente a sobrecarregar a escola com mais esta tarefa? Terão as escolas e os professores real capacidade e consciência para desempenharem esta tarefa? Que outras instituições públicas poderiam ser incluídas neste propósito de disseminação de uma cultura crítica em relação aos media? Seria interessante perceber o que pensam os leitores deste blogue sobre todas estas questões.

Nunca é demais repetir...

... algo que, ainda por cima, é lei.

"1 - A concessionária do serviço público de televisão deve (...) apresentar uma programação que promova a formação cultural e cívica dos telespectadores, garantindo o acesso de todos à informação, à educação e ao entretenimento de qualidade."

Art. 51º da Lei 27/2007, de 30 de Julho de 2007, a chamada Lei da Televisão.

terça-feira, junho 08, 2010

Segurança dos mais novos na Internet sob exame


Acaba de sair um importante relatório do Online Safety and Technical Working Group(OSTWG), uma task force constituída em 2008, no âmbito das actividades do Congresso dos Estados Unidos da América. Intitula-se Youth Safety on a Living Internet.
O documento dá conta de uma crescente re-focagem das atenções, nesta matéria, de uma perspectiva de pânico ou medo para uma perspectiva de capacitação, fazendo, ao mesmo tempo, uma vigorosa chamada de atenção das autoridades e da sociedade civil para o papel da literacia mediática e digital em todo o país.

Outras referências a este relatório:

segunda-feira, junho 07, 2010

Mestrado em Comunicação Cidadania e Educação abertura no próximo ano lectivo

O Departamento de Ciências da Comunicação da Universidade do Minho vai dar início, no ano lectivo de 2010-2011, ao novo Curso de Mestrado em Comunicação, Cidadania e Educação.
Este curso tem como objectivos centrais proporcionar o estudo aprofundado dos fenómenos comunicacionais no contexto das sociedades actuais, focando em especial os cruzamentos e interacções entre os universos dos media, da comunicação, da educação e da cidadania, bem como desenvolver estratégias de promoção da educação para os media no sentido de aumentar os níveis de literacia mediática dos cidadãos portugueses, nomeadamente dos mais jovens.
Sendo a Educação/Literacia para os Media, actualmente, um domínio de investigação, de estudo e de intervenção fundamental à promoção de uma cidadania esclarecida e interveniente, pretende-se com este curso desenvolver os referenciais teóricos e metodológicos adequados ao desenvolvimento da investigação e da intervenção nesta área.
Pretende-se, deste modo, contribuir para colocar este vector das políticas públicas na agenda das preocupações políticas e da consciência colectiva, no seguimento das recomendações da União Europeia, da UNESCO e do Conselho da Europa.

Mais informação pode ser encontrada aqui.

Literacia mediática com crianças pequenas

The Media Literacy of Primary School Children:
The Media Literacy of Primary School Children

How far do Primary School children have the knowledge and skills to access media, make sense of the representations and images produced and to create their own?
By Grant Strudley (April 2008)
The University of Reading (UK)
M.A. in Teaching and Learning

Entre a juventude perdida e a polícia social

Muitas vezes ouvimos críticas - ou somos mesmo os emissores dessas críticas - contra o forte teor sexual de vídeos musicais ou de outros formatos direccionados a públicos adolescentes. Contudo, pelo menos pessoalmente, poucas vezes encontro informação sobre os elementos ideológicos que dominam essas mesmas críticas.

Exactamente por isso chamo a atenção para um trabalho recente da Universidade de Cambridge, ainda por publicar mas com resumo disponível no site da instituição, que sugere que as preocupações de vários sectores da sociedade com os produtos massificados para adolescentes podem estar assentes em motivos ligados ao estatuto social e aos comportamentos adequados em comunidade. Por outras palavras, o sociólogo Robbie Duschinsky afirma que podemos estar perante um comportamento que, ao criticar, tem como objectivo "policiar a sociedade".

O artigo, que vai ser publicado no Media International Australia, analisa dois lados da questão: um lado que alega que há uma crescente obsessão com a imagem da parte dos jovens e um outro que diz que esta preocupação não passa de um excesso de puritanismo que impede a discussão sobre temas mais sérios de abuso de crianças. Ambas, diz o autor, podem tornar-se problemáticas à luz desta perspectiva de "policiamento".

Pareceu-me particularmente interessante a afirmação de que estas críticas "escondem" um elemento de marginalização da cultura negra e da classe trabalhadora como sendo pouco aceitáveis para uma classe média dita "respeitável".

Saliento, também, a ausência de um nível de agência para os media, "meros" transmissores de imagens e concepções, quase sem vontade própria ou sem qualquer tipo de filtros. Visto o cubo por outro lado, talvez essa visão possa ser tão preocupante como a anterior.

quinta-feira, junho 03, 2010

Os media na vida das crianças: 7h e 38m por dia!

"Há cinco anos, uma das principais conclusões do segundo inquérito nacional da Kaiser Family Foundation (KFF) ao uso dos media pelos mais novos, nos Estados Unidos da América, foi a de que o tempo disponível para dedicar aos media tinha atingido um tecto, ao chegar às 6 h e 20 m por dia. Desde então, no entanto, as novas tecnologias da comunicação possibilitaram um acesso aos media 24/horas, incidindo nas vidas quotidianas de crianças e de adolescentes. O resultado é este: os mais novos dedicam hoje uma média de 7h e 38m por dia aos media de entretenimento"

[Texto da convocatória da jornada Generation M2: Media in the Lives of U.S. 8- to 18-year-olds, que se realizará no próximo dia 15, em Londres, sob a presidência de Sonia Livingstone e com a intervenção do investigador que tem dirigido os estudos da KFF).

"Cátedra" de Literacia mediática

O Gabinete de Comunicação e Educação da Universidade Autónoma de Barcelona e a Universidade do Cairo, no Egipto acolherão ao primeiro ano da Cátedra UNESCO UNITWIN AoC de "Literacia mediática e diálogo intercultural", segundo informa o site da primeira daquelas instituições universitárias.

Esta Cátedra resulta de um protocolo de cooperação instituído entre a UNESCO e a Alliance of Civilizations (AoC), fixado no programa de acção para 2009-2011 da AoC, e ganhou forma no decurso do III Forum que se realizou no Rio de Janeiro, em 28 e 29 de Maio último. A Cátedra é assumida por uma rede de universidades que desenvolverão iniciativas, investigação e recursos que incorporam a formação para a literacia mediática no quadro do diálogo intercultural.

A AoC é uma instituição lançada por iniciativa dos governos da Espanha e da Turquia em 2005, no seguimento dos acontecimentos relacionados com o 11 de Setembro, e que tem o ex-presidente da República Portuguesa Dr Jorge Sampaio como Alto Representante do secretário-geral da ONU. Com uma centena de estados aderentes e várias outras organizações de âmbito internacional, propõe-se promover o diálogo e a cooperação entre diferentes comunidades, culturas e civilizações, em ordem à prevenção dos conflitos e à construção da paz. Questões como a diversidade cultural, os direitos humanos, a literacia mediática human rights, media e a formação acerca das religiões estão no centro das actividades e programas da Aliança. De resto, a organização possui um site interessante especificamente dedicado à Educação para os media.

quarta-feira, junho 02, 2010

EduFilosofia?

Já tem quase dois meses, mas só agora reparei num artigo do New York Times sobre experiências de introdução de filosofia em aulas com crianças do ensino básico. As discussões são feitas em torno de questões filosóficas levantadas por livros ilustrados e não de forma formal sobre quem foi o filósofo que disse o quê.

Fiquei desapontado, porém, quando li que um dos professores que coordena a experiência diz que "as aulas de filosofia podem melhorar a compreensão e outras capacidades de que as crianças necessitam para irem ao encontro dos padrões curriculares impostos a nível estadual e para brilharem nos testes padronizados". Parece-me que, dado o sucesso da experiência, podiam almejar outros horizontes.

"O mundo é um lugar enigmático e quando somos novos não faz sentido", diz o professor Wartenberg, responsável pelo projecto. "O que lhes estamos a dar é o tipo de capacidades para pensar sobre estas coisas". As frases do professor deixaram-me com ainda mais questões.