terça-feira, junho 28, 2005

Consumo de filmes: resultados de um estudo

Hábitos de consumo de filmes, importância e adequação da classificação etária das películas foi o tema de um estudo realizado pela Euroexpansão e recentemente publicado, que pode ser consultado aqui.

quinta-feira, junho 23, 2005

"Televisão e Cidadania" abre colecção na "Campo das Letras"

Associar os cidadãos ao debate e à participação no serviço público de televisão, desde a sua definição política, às formas que o concretizam e à avaliação do serviço prestado constitui a ideia central da obra colectiva "Televisão e Cidadania", que a Campo das Letras acaba de colocar à venda (declaração de interesse: coordenei o trabalho e sou autor de dois dos textos nele publicados).
Trata-se de um conjunto de estudos realizados no quadro do projecto de investigação Mediascópio, em que também participam Helena Sousa, Joaquim Fidalgo, Helena Gonçalves, Felisbela Lopes, Helena Pires e Luis António Santos e que teve por base o debate público desencadeado em Portugal em torno do serviço público de televisão, aquando da entrada do governo presidido por Durão Barroso, na Primavera de 2002.
Em rigor esta é uma obra que teve já, em 2003, uma edição caseira e restrita. Inclui um capítulo novo relativamente à anterior e marca o arranque de uma nova colecção da Campo das Letras, intitulada Comunicação e Sociedade, resultante de uma colaboração entre esta casa editora e o Departamento de Ciências da Comunicação da Universidade do Minho.
Outras obras se encontram já na calha, com destaque para um livro do especialista holandês de análise do discurso Teun van Dijk.
(Para consultar o índice: aqui; para ler o prefácio, da autoria de Moisés de Lemos Martins, director da nova colecção:aqui).
Youths opting for Web at expense of TV and radio

Netimperative:
Young people across Europe are spending less time watching TV and listening to the radio as a result of using the Internet, according to research.
The report from the European Interactive Advertising Association (EIAA) found that almost half of 15-24 year olds (46%) are watching less TV and 22% are listening to less radio as a result of their time on the Internet. Meanwhile, a third of those questioned are reading less books and newspapers, opting to consume information over the Internet. The study also found that young people are spending almost a quarter of their media time (24%) online, more than reading newspapers (10%) or magazines (8%). In comparison, the average European devotes 20% of their media activity to the Internet. Among 15-24 year olds, TV continues to represent the largest share of media time at 31% with radio just ahead of the Internet on 27%. The study revealed that music dominates online activity for this age group with the Internet providing a cheaper and more convenient means of purchasing and downloading tracks. A quarter of 15-24 year olds are now buying music online having previously purchased it in the shops. (...)

segunda-feira, junho 06, 2005

Leitura nas aulas estimula o interesse pelos jornais
Projecto escolar faz aumentar o número de jovens leitores de notícias impressas

Manuela Paixão, correspondente em Roma
Diário de Notícias, 6 de Junho, 2005

"Os jornais devem ter uma linguagem mais simples e mais atraente, ter mais fotos, mais cor e espaços dedicados aos mais novos, revela um estudo Os adolescentes italianos continuam a estar muito distantes dos assuntos abordados como primeiras notícias, como é o caso da política
Apesar de os jornais italianos continuarem a vender cada vez menos cópias - em 2004, menos de cem exemplares por cada mil habitantes, (274 na Alemanha, 297 na Grã--Bretanha, 547 na Noruega), - nos últimos quatro anos registou-se em Itália um aumento de 25 por cento de leitores jovens, entre os 14 e 17 anos, e a apetência pela leitura, subiu de 29 para 36 por cento.

Um resultado encorajador para um país de grandes escritores e poetas, mas que nos últimos dez anos desceu para um nível de leitura quase de Terceiro Mundo, em parte seduzido pelas novas formas de comunicação como as mensagens entre telemóveis, que substituíram as notícias da rádio, da televisão ou dos diários.

Na quarta edição de "Crescer entre as Linhas", iniciativa anual do burgo de Bagana, província de Sina, dedicado à relação entre o mundo dos adolescentes e a leitura de jornais - em que participaram mais de 500 pessoas, entre alunos de liceus, directores de todos os grandes diários italianos e do Le Monde, El País, Times, Frankfurter Allgemeine Zeitung, Los Angeles Times, USA Today e New York Post -, foi divulgada uma sondagem de opinião que revela que a leitura "guiada" nas aulas amplifica a esfera dos interesses dos jovens.

"Os dados mostram os resultados muito positivos da nossa iniciativa Diário na Aula, que há cinco anos envolve mais de um milhão de estudantes, 4200 escolas, 38 500 aulas e 32 226 professores em todo o país", declarou Andrea Ceccherini, presidente do Observatório Jovens/Editores.

A sondagem revelou ainda que os alunos que mais lêem (48 por cento), são aqueles que participam desde há mais anos no programa Diário na Aula, e que têm maior curiosidade pela vida política e social do país.

"Segundo a pesquisa da Eurisko, os adolescentes deste programa ainda continuam muito distantes dos assuntos tratados como primeiras notícias. Para eles os assuntos primordiais a ler são a vida a dois, os afectos, e em último lugar, a política. Surpreendentemente, as notícias sobre espectáculos estão em penúltimo lugar.

Valores próprios de adolescentes e uma questão de geracões, mas com um dado positivo a exposição à leitura do jornal amplifica e aumenta a esfera de interesses culturais e o sentimento de pertencer a um território, seja nacional ou de cidade (66,8 por cento contra 7,6 por cento dos outros adolescentes, não expostos à leitura do jornal), ou europeu (de 53,4 por cento contra 44,5 por cento).

"Se, em média, somente seis rapazes em cada cem se declaram interessados em política, depois de alguns anos desta leitura nas aulas a percentagem subiu para 18 por cento, e a vontade de votar passou de 55 por cento para 71 por cento. Uma vez adquirida, a vontade de ler o jornal aumenta, desde os iniciais 33,7 por cento até 71,8 por cento. Os resultados finais, observados este ano, mostram um aumento de apetência pela leitura e de mais nove por cento na compra pessoal de um diário", declarou Andrea Ceccherini.

Ainda segundo a sondagem da Eurisko, os jovens, mesmo com outros meios de comunicação, após quatro anos de leitura na aula, percebem que um diário é essencialmente um instrumento de crescimento cultural, e de aprofundamento dos problemas de modo a formar-se uma opinião própria.

Como já tinha acontecido em 2004, o jornal continua a ser um instrumento difícil de abordar, que os estudantes prefeririam com uma linguagem menos difícil e rebuscada, mais atraente, com mais fotos, e com novos espaços dedicados aos mais novos.

"Por estes motivos os nossos adolescentes reafirmam a necessidade de serem guiados na leitura de um jornal, e consideram que a escola é o mediador ideal", acrescentou Andrea Ceccherini.

"Para atrair novos leitores, os jornais devem mudar, como já estão a fazer no sector do grafismo, no uso da cor e na escolha dos assuntos", afirma Robert Thomson, director do The Times, de Londres".


Jovens não gostam da política

"As notícias impressas e as divulgadas pela Internet devem conviver lado a lado. A principal razão que afasta os jovens dos jornais é a política nacional e o modo arcaico como é abordada. Falam de uma política que não pode interessar aos jovens", declarou Pietro Calabrese, director da revista Panorama.

"Os poderosos falam e escrevem para um circuito muito restrito de ouvintes e leitores, os jovens preferem espectáculos televisivos e piadas ofensivas, que sejam ditas por uma personagem famosa. Mas, se os jovens estão a progredir no interesse pela leitura de jornais, é necessário que agora os jornais façam a sua parte, aproximando-se das exigências das novas gerações", afirma Andrea Ceccherini.

"É a política que abandona os jovens e não vice-versa", segundo Walter Veltroni, presidente da Câmara de Roma.

"O nosso desafio agora é a universidade, já que o momento natural para a compra de um jornal ocorre com o primeiro salário. Nós queremos acompanhar os estudantes até esse momento, com um diário na Universidade", refere Ceccherini. Na mesma linha, estão os acordos assinados com o Le Monde, El Mundo, The Times, Frankfurt Allgemeine Zeitung e Corriere della Sera, para levar o jornal do país de origem e o do país de residência para as aulas de escolas e institutos italianos".