sexta-feira, abril 23, 2010

Uma apresentação e várias incertezas sobre o papel do computador na sala de aula

Surgiu neste blogue, há alguns dias, um pequeno cartaz (que deve estar aqui à direita) a dar a conhecer um estudo que se encontra a decorrer na Universidade do Minho sobre a Educação para os Media em Portugal. Nele, é pedido a quem tenha ligações (ou conheça quem tenha) a projectos nesse campo para contactar Tiago Ferreira, pessoa responsável pela recolha de tais dados.

Assim sendo, eu, Tiago Ferreira, dou-me finalmente a conhecer ao público deste blogue, já com alguns dias de atraso. Espero poder contar com o máximo de colaborações possíveis aí desse lado, para que possamos ter um trabalho final o mais completo possível.

Apresentações feitas, passemos à minha primeira entrada propriamente dita.

Por entre o frenesim das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) brotam pelo meio universitário nos EUA vários casos de professores contra o uso de computadores nas aulas. Este artigo (The Blackboard Versus the Keyboard) da revista Slate dá vários exemplos de professores universitários que decidiram proibir a utilização de portáteis nas salas de aula.

Mais. Uma professora da Universidade do Colorado-Boulder chegou a levar a cabo um estudo não-científico com os seus próprios alunos e notou que os que usavam os portáteis durante as aulas tinham notas, em média, 11% mais baixas do que os restantes. Os hábitos mudaram rapidamente naquela turma.

Por entre justificações em princípio legítimas, como o uso do computador para tirar notas mais rapidamente ou para aceder à Internet de modo a verificar uma ou outra informação, o problema é que o mais habitual é que o portátil seja usado para distrair e não como ferramenta de aprendizagem, como descobriu uma professora da Universidade Winona State no Minnesota. Ao mesmo tempo, um estudo na Roménia mostrou que crianças de famílias de baixos níveis de rendimentos que receberam apoio do governo para comprar computadores melhoraram as suas capacidades técnicas, mas as notas na escola mantiveram-se baixas. O uso dado aos computadores focava-se nos jogos de vídeo e não nos trabalhos de casa.

A questão aqui situa-se nos efeitos das tecnologias sobre os processos de educação e é aplicável a programas de distribuição de computadores em geral. Como escreve um doutorando de Economia da Universidade de Oxford no seu blogue sobre ajuda ao desenvolvimento:

"Quando consideramos a introdução de tais tecnologias nas salas de aula, especialmente em países em vias de desenvolvimento, precisamos de compreender que os efeitos sobre a aprendizagem básica podem ser negativos".

1 comentário:

Sara Pereira disse...

Muito bem-vindo Tiago! Ao blogue, ao projecto, à equipa e a Braga!