sexta-feira, dezembro 30, 2011
Carta aberta à Directora do 'Público':
Que se está a passar com o 'Público na escola'?
Senhora Directora do jornal Público,
Estimada Bárbara Reis,
Dirijo-me a si porque, melhor do que ninguém, me poderá responder: que se passa com o Projecto Público na Escola (PnE), uma imagem de marca do jornal que dirige, mas que não dá, há meses, qualquer sinal de vida?
Não sou só eu que pergunto. Vários outros docentes e interessados na educação para os media gostariam de saber o que aconteceu. Há dias alguém me dizia que, às tantas, perante as dificuldades económicas do jornal, o projecto já foi pela borda fora. Eu não quis acreditar, porque se isso fosse verdade, seria o próprio futuro do jornal que já não suscitava esperança. Apesar de tudo quero acreditar não ser (ainda) esse o caso.
Há certamente centenas de escolas que leram no jornal, no domingo dia 9 de Janeiro de 2011, uma pequena notícia em que se anunciava que as redes sociais eram o tema do concurso nacional de jornais escolares que o PnE voltava a lançar com o apoio de várias entidades, com destaque para o Ministério da Educação. O prazo terminava no início de Julho último, mas, vimos pelo blog do Projecto, Página 23, foi prorrogado até ao dia 20 desse mês. Acontece que o próprio blog estacionou no dia 31 de Julho e, a partir de então, não mais foi actualizado. O boletim informativo mensal, fonte sempre fecunda de recursos e espaço de relato de experiências, há largo tempo que não se publica.
O jornal, que eu tenha visto, não deu qualquer explicação. Ora é muita gente - muitas escolas, muitos docentes e muitas crianças e adolescentes por esse país fora - que aguarda com ansiedade alguma informação. Afinal, se o jornal não cuida de dar sobre si e sobre o que de si depende uma nota que seja que nos diga o que devemos ou podemos esperar, a quem havemos de recorrer?
Posso testemunhar o impacto que teve a apresentação desse projecto de educação crítica para os media e para a cidadania, que o seu coordenador pedagógico fez em Março passado, no congresso nacional sobre "Literacia, Media e Cidadania", realizado na Universidade do Minho. Escolas, clubes, turmas, bibliotecas escolares valorizavam e valorizam a pertença a essa rede que o Público na Escola foi constituindo ao longo do tempo.
Era bom termos uma informação sobre esta vertente da presença e acção do seu jornal. Como público, queremos e precisamos de saber.
Grato e ao dispor.
quinta-feira, dezembro 29, 2011
Cintra Torres analisa anúncio da Coca-cola
Na sua habitual coluna semanal de análise de anúnicos publicitários no Jornal de Negócios, Eduardo Cintra Torres toma como motivo de reflexão o anúncio televisivo da Coca-Cola, na campanha natalícia deste ano. Um excerto:
"A Coca-Cola, mãe do Pai Natal, estreou na noite da consoada mais um dos seus anúncios televisivos cheios de paz e amor, mas desta vez levou mais longe a mensagem com umas frases destinadas a construir "um mundo melhor".
Décadas atrás, os espectadores considerariam os publicitários e a marca loucos: o discurso do "mundo melhor" e das "razões para acreditar" nisso era monopólio de organizações políticas e publicistas; as marcas limitavam-se a promover alegria com os seus produtos. Não mais.
A versão portuguesa do reclame usa frases adaptadas à situação nacional de crise. As imagens têm menos importância do que as frases, mas chamo a atenção para estas: as "más notícias" no mundo são associadas a noticiários de TV ("uns dizem que tudo está perdido", lê-se na frase sobreposta num apresentador de telejornal; mais à frente, outra frase diz que "há mais vídeos divertidos na Internet... que más notícias em todas as televisões"); a crítica, valor essencial das sociedades democráticas há pelos menos três séculos, é mal vista pela Coca-Cola, que associa um indivíduo sinistro a preto e branco aos "muitos portugueses que criticam Portugal".
A explicação pelo director de marketing da Coca-Cola (Briefing, 27.12) usou duas vezes a ideia da "visão mais positiva" e do que há de "mais positivo", em que se incluem visualmente os vídeos giros ou patetas da Internet, concepção da comunicação com uma implícita visão negativa do jornalismo, associado a "más notícias". Recordo que diversos governos adversários da liberdade de expressão tentaram ou tentam controlar quantitativamente as "boas" e "más" notícias nos noticiários, governos como os da autocrática Federação Russa, da Hungria, da Roménia e de Sócrates em Portugal.
Nesta campanha, a Coca-Cola associa-se, assim, a uma visão política do jornalismo altamente condenável e adversa à liberdade de informar. (...)"
Para continuar a ler: Manto Diáfano.
UMA POSIÇÃO DIVERSA:
O Prof. Nelson Zagalo, da Universidade do Minho, exprime, no seu espaço no Facebook, uma posição bastante diversa da de Eduardo Cintra Torres:
Discordo do discurso que assaltou o espaço online acerca do spot da Coca-Cola. Primeiro porque é uma Publicidade, não é uma Notícia, nem Reportagem. Segundo, porque cumpre eficazmente o que se compromete, que é elevar a auto-estima e o optimismo de quem vê o anúncio, claro que o faz momentaneamente, mas alguém espera que um anúncio lhe resolva os problemas que tem em casa ou no seu país?
Fazer leituras políticas disto parece-me inapropiado, e sei que estou em minoria a contabilizar pelas dezenas de textos, comentários, e contra-anúncios que podemos encontrar no YouTube feitos em todos os países aonde a campanha foi lançada. Mas não posso deixar de enaltecer a capacidade criativa de quem desenhou o conceito, da forma eficaz como toca as pessoas, as emociona e com isso ganha o seu apreço, não para se conformarem ou se rebelarem, mas apenas e só para continuarem a comprar Coca-Cola. A publicidade é isso mesmo, nada mais.
Todo este discurso de desconfiança face à Coca-Cola tem por base apenas a crença de que as pessoas, "o povo", não possui literacia suficiente para desmontar as lógicas persuasivas. Mas se não tem porque não atacamos o problema na raiz que é a educação das pessoas, e não as educamos na arte de comprender e interpretar o discurso audiovisual, além do textual? Seremos um país mais feliz se impedirmos as marcas de se expressar, de comunicar?
quarta-feira, dezembro 28, 2011
O tempo da escola e a velocidade dos media
Raquel Goulart Barreto, in A Página da Educação, nº 195, 2011, p. 76
quarta-feira, dezembro 21, 2011
Protecção das crianças no mundo digital
segunda-feira, dezembro 19, 2011
Em primeira mão
Recomendação do CNE sobre Literacia Mediática
O facto merece especial realce no momento em que o Ministério da Educação acaba de pôr em debate público, até ao fim de Janeiro,uma proposta de revisão curricular dos ensinos básico e secundário.
Esta tomada de posição, que, se segue a diversas iniciativas que foram pontuando o percurso deste órgão, estende-se por 18 páginas, incluindo um ponto que preconiza as medidas seguintes,
"dada a importância que a comunicação mediática hoje tem e se antevê que cada vez mais tenha":
- 1. Que se promova a Literacia Mediática entendida como um conjunto de saberes e capacidades relativos às três dimensões de acesso, compreensão crítica e utilização criativa e responsável (Ver ponto 2. desta Recomendação - Conceito adoptado);
- 2. Que se garanta a formação (técnica e pedagógica) de professores, responsáveis de bibliotecas e centros de recursos e outros agentes educativos, estudando-se as possibilidades de prossecução das actividades de formação já iniciadas e programadas pelo Plano Tecnológico da Educação e de adaptação e divulgação do currículo proposto pela UNESCO para agentes educativos – entre outras medidas formativas indispensáveis;
- 3. Que se proceda à inserção organizacional e curricular da Educação para a Literacia Mediática na Educação para a Cidadania, através de aprendizagens transversais (competências processuais) em todas as disciplinas e de aprendizagens específicas, a trabalhar em disciplinas e nas Áreas Curriculares Não Disciplinares apropriadas (Formação Cívica); que essa inserção organizacional e curricular seja dinamizada por um professor coordenador;
- 4. Que se estude e avalie as necessidades de aprendizagem técnica dos alunos, tendo ainda em conta necessidades específicas de alguns alunos e do Ensino Especial, em articulação com a continuidade do esforço de equipamento das escolas, sua manutenção e actualização;
- 5. Que se fomentem as oportunidades de aprendizagem extra-curricular de Educação para a Literacia Mediática;
- 6. Que se estabeleçam parcerias nos planos local, nacional e internacional, entre entidades preocupadas com a educação para a literacia mediática, designadamente bibliotecas, e os próprios media, e se apoiem iniciativas relativas aos media promovidas por essas entidades (por exemplo com a criação de Um Dia Com Media nas escolas no dia 3 de Maio, consagrado internacionalmente à Liberdade de Imprensa);
- 7. Que se apoiem estudos e investigações relativos à Educação para a Literacia Mediática, articulando esforços com outros parceiros da área, designadamente, colaborando na criação de um Observatório sobre Educação para os Media;
- 8. Que se invista numa formação que abranja um público mais alargado, com prioridade para certos grupos-alvo como os idosos, pessoas com deficiência, pais, minorias e grupos desfavorecidos;
- 9. Que se continue a estudar a problemática da produção, validação e distribuição de conteúdos educativos digitais. Neste âmbito, recomenda-se desde já o aprofundamento do apoio à produção de conteúdos criados por utilizadores e a articulação com outros países da CPLP.
No Museu Soares dos Reis
Uma viagem pelo cinema de animação português
E alinharia aprender a desenvolver você mesmo/a técnicas de animação?
Gostaria de tomar contacto com filmes de animação portugueses antigos?
Então leia esta notícia divulgada pela agência Lusa:
“Território Animação - Aprende como se faz Cinema de Animação” é uma exposição interactiva sobre animação, com atelier, que vai ser inaugurada na amanhã no Museu Nacional Soares dos Reis, no Porto, onde ficará até 15 de Abril.
“Esta exposição é especial, porque ensina as técnicas do cinema de animação através do espólio da Casa da Animação e dos filmes de animação que se fizerem em Portugal”, explicou à Lusa Miguel Ribeiro, director da Casa da Animação, entidade responsável pela organização do evento.
Animação de volumes, animação de areia, animação com recortes e pintura animada são algumas das técnicas do cinema de animação que vão ser ensinadas na exposição interactiva. Haverá também uma mostra de filmes de animação antigos portugueses.
“É uma viagem histórica e técnica pelo cinema de animação em Portugal” destinada a pessoas de todas as idades que o queiram conhecer, conclui Miguel Ribeiro.
A apresentação dos materiais de produção de filmes de animação portugueses vai ser organizada segundo uma lógica pedagógica e na sala de trabalho vão estar instalados equipamentos e postos de trabalho que vão permitir aos visitantes experimentar a produção dos seus próprios exercícios de animação.
Na sala do workshop pode observar-se também a exposição “Anatomia de um Filme”, que revela o processo de produção do último filme de Pedro Serrazina, “Os Olhos do Farol”.
“Território Animação - Aprende como se faz Cinema de Animação” ocupa duas salas de exposição temporária do Soares dos Reis, localizado no Palácio dos Carrancas, na Rua de D. Manuel II.
domingo, dezembro 18, 2011
sexta-feira, dezembro 16, 2011
VII Congresso SOPCOM - GT Comunicação e Educação
quarta-feira, dezembro 14, 2011
VII Congresso SOPCOM - GT Comunicação e Educação
15 Dezembro
14h30 -16h, Sala 631 - Piso 2 Edifício B
Coordenador: Sara Pereira
1. Em que degraus da “escada de oportunidades”? Actividades e competências digitais declaradas por crianças e jovens de meios desfavorecidos
Cristina Ponte, José Alberto Simões e Ana Jorge, Universidade Nova de Lisboa
2. A literacia Digital de Jovens de Meios Geográficos distintos: uma realidade diferente
Maria José Sousa Barbosa, Universidade do Minho
3. Internet “à la carte”, porque devemos deixar de incluir tudo no mesmo pacote
Maria José Brites, UNL e ULP e Cristina Ponte, Universidade Nova de Lisboa
4. Crianças e internet: Noções de oportunidade, risco e segurança
Ana Francisca Monteiro e António José Osório, Universidade do Minho
5. As Redes Sociais no “mundo dos jovens” de 2º e 3º Ciclos do Ensino Básico
Valentina Maria Valente e Manuel Pinto, Universidade do Minho
16h15 -17h45, Sala 305 - Piso 3 Edifício A
Coordenador: Sara Pereira2. A Educação para os media na formação inicial de professores
terça-feira, dezembro 13, 2011
Google lança YouTube para escolas
segunda-feira, dezembro 12, 2011
Parlamento Jovem 2011/2012: Redes Sociais
A iniciativa Parlamento dos Jovens de 2012 tem como tema as Redes Sociais. Para o Ensino Secundário, o enfoque é a participação e cidadania e, no caso dos alunos do Básico, centra-se no combate à discriminação.
Como justificação da escolha destas temáticas, a Comissão Parlamentar de Educação e Ciência "considera ser de particular interesse promover a reflexão dos jovens sobre as redes sociais e o papel que desempenham na sociedade, ao nível local e global, como factor de desenvolvimento do conhecimento pessoal e colectivo" (referência).
O processo já está em andamento, com umas centenas de escolas inscritas. Uma iniciativa a acompanhar.
quinta-feira, dezembro 01, 2011
"Jornalistas e públicos: educação recíproca"
Tendo ocorrido no dia 8 de Novembro, foi moderado por Evelyne Bévort, do CLEMI e participado por Jean-Marie Charon (Entretiens de l'Information), Benoit Califano (ESJ-Montpellier), Daniel Cornu(Edipresse Suisse) e Aude Baron (Le Nouvel Observateur).
Para consultar e ouvir os debates sobre uma série de outros temas, clicar AQUI.
Quando são os jornalistas o tema da notícia
Apenas duas perguntas, já que o vídeo fala por si:
- Como explicar o comportamento do poder político numa situação como a apresentada?
- Mesmo que em outra escala, que situações existem entre nós que podem ser filiadas num quadro análogo a este (ainda que nem de longe tão extremado)?
Informação complementar: