domingo, maio 16, 2010

Educação para a Microsoft?

Regressados do congresso Euro-Iberoamericano "Alfabetización mediática y culturas digitales", que decorreu em Sevilha nos passados dias 13 e 14 de Maio e ao qual a Universidade do Minho levou um grupo, tenho a certeza que virão a caminho vários posts sobre o mesmo.

Eu próprio escreverei umas coisas acerca do que por lá foi discutido. Contudo, antes de o fazer, aproveito a deixa de Alfonso Gutiérrez Martin, professor na Universidade de Valladolid, que durante um dos painéis alertou para o risco de o tipo de Educação para os Media que se está a fazer actualmente poder ser, na realidade, apenas Educação com os Media e não para. E lançou a questão: "Quantos de nós neste congresso usam Powerpoint?"

Educação para os Media que rapidamente se torna em Educação para a Microsoft, como o mesmo disse.

Neste sentido, deixo aqui a ligação para um artigo recente do New York Times sobre o impacto do Powerpoint nas campanhas militares dos EUA: "We Have Met the Enemy and He Is PowerPoint". Alguns excertos particularmente interessantes:

"O Powerpoint faz-nos estúpidos", disse este mês numa conferência militar na Carolina do Norte o General James N. Mattis dos Fuzileiros (Falou sem Powerpoint). O Brigadeiro-General H. R. McMaster, que baniu as apresentações de Powerpoint quando comandou os esforços bem sucedidos para controlar a cidade iraquiana da Tal Afar em 2005, foi o seguinte na mesma conferência, comparando o Powerpoint a uma ameaça interna.

(...)

"É perigoso porque pode criar a ilusão da compreensão e do controlo", afirmou o General McMaster numa entrevista por telefone mais tarde. "Alguns dos problemas do mundo não são do tamanho de bullets."

(...)

No ano passado quando um site militar, Company Command, perguntou ao líder de um pelotão do Exército no Iraque, Tenente Sam Nuxoll, como é que passava a maior parte do tempo, ele respondeu: "A fazer slides de Powerpoint". Quando o entrevistador insistiu, ele afirmou que estava a falar a sério."

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