segunda-feira, março 21, 2011

Literacia sobre os media

Plátano, Outra Presença, Legenda, Escrita Irrequieta, Encontro, Barquinho de Papel, Etc são títulos de jornal que provavelmente não dirão muito à maioria dos leitores. Mas são a expressão de um trabalho notável desenvolvido em escolas de todos os níveis de ensino não-superior, que foram premiadas no Concurso Nacional de Jornais Escolares, promovido pelo projecto “Público na Escola” em 2010.
Neles se procura colocar os alunos e as instituições educativas a pensar e a pôr em prática a comunicação – através do texto, da imagem, do multimédia (já que se contempla também jornais escolares online); a dar a palavra aos alunos e professores; a aprender a expressar-se e desejavelmente a escrever melhor; a seleccionar e organizar a informação. Neste exercício, realizado frequentemente, contra uma cultura do “não te rales”, descobrem-se talentos, forja-se a cidadania, promove-se a pesquisa e o trabalho de projecto, aprende-se a ler mais criticamente o papel dos próprios meios de comunicação social.
Quando muitos alunos e professores das dezenas de escolas premiadas se encontrarem nesta quarta-feira, no Salão Medieval da Universidade do Minho, para a cerimónia da entrega dos prémios, não é apenas o prémio que está em causa, mas o reconhecimento de um trabalho continuado, frequentemente sem grandes apoios, e uma aposta no valor educativo e cultural destes processos.
Dois dias depois, a mesma cidade de Braga acolhe o Congresso Nacional sobre “Literacia, Media e Cidadania”, promovido por meia dúzia de instituições públicas, numa parceria que traduz a preocupação de colocar a literacia para os media no centro das agendas públicas. Será a oportunidade para investigadores, formadores, investigadores, decisores políticos porem em comum o que se tem andado a fazer entre nós para “alfabetizar” os novos e menos novos no uso crítico e esclarecido dos media. Como é que a escola lida hoje com a experiência mediática dos seus alunos? Que impacto têm os media no âmbito da saúde? Como aprender a distinguir a informação válida do lixo, na Internet? Que pode fazer cada agente social nesta matéria?
É a qualidade do ambiente mediático e, certamente, a qualidade de vida, tout court, que estará sob o foco da atenção (mediática?), esta semana, em Braga.

Publicado na edição de 21.03 do diário digital Página 1

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