Leitura

Educação para a Mídia como política pública - experiência inglesa e proposta brasileira, de Alexandra Bujokas de Siqueira.

Novas regras na publicidade aprovadas na UE

Os 27 estados-membros da União Europeia ratificaram na quinta-feira mudanças na directiva Televisão Sem Fronteiras, as quais passam a proibir a inserção de produtos e marcas (product placement) dentro dos blocos informativos, programas infantis ou documentários.

Mesmo em telenovelas e séries de ficção passa a ser obrigatório haver um símbolo de advertência ao telespectador, no início e fim de cada programa, para a existência desta técnica.
Passam igualmente a ser proibidos quaisquer tipo de anúncios de junk food dirigidos a crianças.

O acordo diz ainda que o tempo mínimo entre intervalos publicitários passa a ser de 30 minutos (até agora é de 20). Em relação à duração dos blocos publicitários, estes não podem exceder os 12 minutos, ou seja, 20% de cada hora de emissão.

No entanto, a orientação geral do novo documento legal (na prática, a revisão de uma directiva que remonta ao final dos anos 80) vai no sentido de facilitar aos operadores televisivos a inserção de publicidade nas grelhas.

Normas para presença das crianças na televisão

O Conselho Superior do Audiovisual de França (CSA) acaba de definir as condições em que as crianças podem participar em programas dos diferentes canais de televisão naquele país. Eis algumas dessas orientações:

• Le Conseil supérieur de l'audiovisuel encourage le développement des émissions au cours desquelles les enfants et les adolescents peuvent exprimer leur opinion sur des sujets qui les concernent ou au cours desquelles sont traitées des actions concrètes et positives qu'ils ont accomplies ou auxquelles ils ont participé.
• Toute participation d'un mineur à une émission de télévision est subordonnée à l'autorisation préalable de tous les titulaires de l'autorité parentale, ainsi qu'à l'accord du mineur lui-même dès lors qu'il est capable de discernement (art. 371-1 du code civil). Les parents et le mineur doivent être prévenus du thème de l'émission, de son titre et de son objet au moment de donner leur consentement.
• Afin de préserver l'épanouissement physique, mental, moral et affectif des enfants et des adolescents, les services de télévision, au-delà du respect de la dignité de la personne humaine, doivent éviter la dramatisation ou la dérision dans le traitement des témoignages de mineurs.
• Les services de télévision doivent s'abstenir de solliciter le témoignage d'un mineur placé dans une situation difficile dans sa vie privée lorsqu'il existe un risque de stigmatisation après la diffusion de l'émission, à moins d'assurer une protection totale de son identité (visage, voix, nom, adresse...) par un procédé technique approprié de nature à empêcher son identification.
• Comme pour la plupart des institutions (médicales, scolaires, périscolaires...) qui reçoivent des enfants, le Conseil supérieur de l'audiovisuel demande que la participation de mineurs à des émissions soit encadrée par une charte propre à chaque service de télévision. Cette charte doit s'appliquer à l'ensemble des programmes diffusés par la chaîne et accueillant des mineurs.

O 'core' da literacia mediática

A Alliance for a Media Literate America (AMLA) está a realizar um processo interno de ratificação de um documento intitulado Core Principles for Media Literacy Education, que servirá de guia para todos quantos se dedicam a promover a literacia mediática nas suas actividades educativas.
O texto, de seis páginas, foi redigido por um grupo de alguns dos mais conhecidos especialistas do campo, orientados pela ideia de que a educação para os media tem como propósito "ajudar os indivíduos de qualquer idade a desenvolver os hábitos de questionamento e as competências de expressão necessárias ao pensamento crítico, à comunicação efectiva e ao exercício de uma cidadania activa no mundo de hoje".
Os eixos desse documento (que aparecem desdobrados e desenvolvidos) são os seguintes:

1. Media Literacy Education requires active inquiry and critical thinking about the messages we receive and create.
2. Media Literacy Education expands the concept of literacy (i.e., reading and writing) to include all forms of media.
3. Media Literacy Education builds and reinforces skills for learners of all ages. Like literacy, those skills necessitate integrated, interactive, and repeated practice.
4. Media Literacy Education develops informed, reflective and engaged participants essential for a democratic society.
5. Media Literacy Education recognizes that media are a part of culture and function as agents of socialization.
6. Media Literacy Education affirms that people use their individual skills, beliefs and experiences to construct their own meanings from media messages.

Faleceu James D. Halloran

Faleceu James D. Halloran, uma figura da Universidade de Leicester, no Reino Unido, que marcou indelevelmente a investigação em comunicação de massas. Foi igualmente um investigador que dedicou enorme importância à educação para os media. Questionou as ideias, que tinha por primárias, de, na relação das pessoas com os media, e especialmente as crianças, colocar uma ênfase excessiva nos media, descurando os factores e dimensões do lado dos utilizadores.

“Identificar um objecto externo como causa dos males sociais - escreveu ele há mais de 20 anos - pode, entre outros efeitos, exonerar as pessoas do enfrentamento da real natureza desses problemas, inclusive o envolvimento e contributo que as pessoas possam ter dado para tais problemas, possíveis contradições inerentes ao modo de os formular e a aceitação das iniciativas necessárias à sua solução”

Halloran e Jones (1986: 14)

"Televisão e Educação das Crianças" em Colóquio

No próximo dia 21, pelas 15:00, a Universidade Católica Portuguesa promove um Colóquio, integrado no 41º Dia Mundial das Comunicações Sociais, sob o tema "Televisão e Educação das Crianças".
No colóquio, pretende-se saber a relação entre crianças e publicidade, os critérios de programação da televisão para crianças, quais os efeitos da programação infantil nos seus receptores, nomeadamente o impacto da violência e insegurança, o papel dos educadores na formação das crianças que vêem televisão, desenvolvimento das crianças na família e relação com a televisão, e a posição da Igreja Católica sobre os media e as crianças.
Estarão presentes Sara Pereira (docente da Universidade do Minho), Teresa Paixão (responsável pela programação infantil na RTP), Padre João Lavrador (Instituto Justiça e Paz), Joaquim Quintino Aires (psicólogo) e Carlos Liz (empresa de estudos de mercado APEME). O moderador do colóquio será o professor Horácio Araújo, do curso de Comunicação Social e Cultural da Universidade Católica Portuguesa.

Recorde-se que “As Crianças e os Meios de Comunicação Social” é o tema da Mensagem do Papa Bento XVI para o Dia Mundial das Comunicações Sociais que se assinala no próximo domingo.

Professores: de sabe-tudo a guias

Como serão cada vez mais as aulas no futuro, com a proliferação de portáteis ligados à rede? Para alguns, a simples pergunta remete para uma miragem. Para outros, que há anos andaram a esforçar-se por que cada aluno tivesse um laptop, o problema já é outro: que fazer para cativar a atenção dos alunos? Para reflectir sobre estas questões, vale a pena ler um texto ontem publicado no Christian Science Monitor, intitulado "Laptops in the classroom: Mend it, don't end it", da autoria de Justin Reich. O subtítulo , dirigido aos professores, encerra todo um programa: "Step down as the sage on the stage and learn to be the guide on the side".
Um excerto:

"(...) To productively use laptops in the classroom, teachers need to be willing to surrender their supremacy. Students no longer need us for the facts because facts are instantly available on the Internet. Instead, they need us to help them figure out what to do with all that data. It's ironic that law school professors are leading the laptop backlash, since their discipline saw this trend coming decades ago when they stopped trying to teach the law and focused instead on teaching legal reasoning.
Teachers must step down from being the sage on the stage and learn to be the guide on the side. That change hurts for those of us who love the limelight, but it hurts less than losing out to Minesweeper. So what does a classroom look like when laptops have been successfully integrated?
Students are working individually or in small teams to solve engaging problems or answer compelling questions. They are synthesizing their own experience, ideas from the professor, and sources that they can find on the Web. They are talking with classmates, but they are also collaborating with people outside the classroom walls by e-mailing experts, posting to blogs, or editing pages on wikis (websites that allow users to add, remove, or edit content). The teacher has come down from the lectern and is moving throughout the room, watching what students are doing, asking questions, posing challenges (...)".

INFOINCLUSÕES
- contributos para uma literacia mediática

A descoberta de mais um blogue com afinidades "estratégicas" com o Educomunicação, da autoria de Vítor Soares, um conhecido profissional e também estudioso da rádio. Cita, em epígrafe, um texto de Barbara Stripling que refere:
"(...) ser capaz de ler não define a literacia no complexo mundo de hoje. O conceito de literacia inclui a literacia informática, a líteracia do consumidor, a literacia da informação e a literacia visual. Por outras palavras, os adultos letrados devem ser capazes de obter e perceber a informação em diferentes suportes. Além do mais, compreender é a chave. Literacia significa ser capaz de perceber bem ideias novas para as usar quando necessárias. Literacia significa saber como aprender'.

Descoberta de um novo blogue

Através do Jornalismo & Internet, acabei de descobrir um muito útil e interessante blogue sobre educação para os media. Trata-se de "Blog da mídia - educação - Alexandra Bujokas". A sua autora e editora é bolseira de pós-doutoramento na The Open University, Inglaterra, investigando "o modo como se desenvolve e se implementa uma política pública de educação para mídia".
Explica, no seu primeiro post, as motivações para nos proporcionar um blogue repleto de materiais científico-pedagógicos da maior utilidade:
"A produção do blog em si está conectada ao objetivo geral do meu projeto de pesquisa. Como a abordagem da media literacy implica na leitura e escrita de conteúdos em texto, áudio e vídeo, meu objetivo é gerar conteúdo nessas linguagens, porém usando os recursos mais simples: uma câmera fotográfica digital, uma webcam, um computador com Photoshop e Windows Movie Maker. Vou produzir tudo sozinha, improvisando ao máximo, em sintonia como o espírito da cultura da participação que já aflora na esfera digital".

Alexandra Bujokas de Siqueira concluiu o doutorado em Educação Escolar [Araraquara] pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho em 2005. Atualmente é professora assistente da Universidade do Sagrado Coração, nas áreas de comunicação e pedagogia. É líder do grupo de pesquisa "Mídia, educação e democracia", Fez estágio de doutoramento na Open Univesity em 2004, pesquisando critérios de qualidade para a produção de programas didáticos para a televisão. É bolsista de pós-doutorado do CNPq (2006-2007), e pesquisadora visitante na área de Media Studies na Open University, Milton Keynes, Inglaterra. Produziu programas de rádio educativos para a Veritas FM (102,7, Bauru, SP) e, atualmente, produz o "Blog da Mídia-educação".

Educação para os Media na UE

A Educação para os Média será o único tema a dominar a Presidência Portuguesa da União Europeia (UE) na área da Comunicação Social, segundo o ministro do sector, citado pelo Jornal de Notícias.
Segundo o mesmo jornal, "o governante explicou que a Educação para os Média pretende ajudar os cidadãos a tomarem consciência 'das várias formas de mensagens com que são diariamente confrontados' e que a aquisição dessas competências deve habilitá-los a 'um uso crítico, activo e esclarecido dos meios de comunicação social'".

Santos Silva adiantou ainda que a nova Lei da Televisão, em discussão na Assembleia da República, atribui de forma explícita ao operador público (RTP) a missão de promover a Educação para os Média.

Educação para os media e desenvolvimento local

Realiza-se amanhã, dia 7, pelas 16 horas, na Universidade do Minho, a prova de Mestrado em Ciências da Comunicação, área de especialização em Comunicação, Cidadania e Educação, do Licenciado Francisco José Neves Casanova. O candidato apresenta uma tese intitulada “Educar para os Media e para a Cidadania. A Casa da Juventude da Póvoa de Varzim como Alicerce Estratégico de Desenvolvimento Local”.
A prova, que contará como arguente com o prof. Vítor Reia-Batista, da Universidade do Algarve, terá lugar na Sala de Seminários do Instituto de Ciências Sociais, no Campus de Gualtar, em Braga, sendo a entrada livre.

A TV e os tempos livres das crianças

Acaba de sair, em Espanha, o livro de José A. Salgado, intitulado ' La presencia informativa de la televisión en los hábitos de ocio de los niños' (Iberautor Promociones Culturales. Madrid. 2007).
A editora apresenta o livro desta forma:
"El objetivo de esta obra es presentar el comportamiento de los niños en su tiempo libre y la incidencia en él de la televisión. Los comentarios y la información que se ofrecen se basan principalmente en encuestas de CIMEC Millward Brown, así como otros estudios sobre este tema realizados por diferentes organizaciones. Se propone como elemento de partida un análisis sobre la personalidad del niño en relación con el ocio, seguido de una descripción cuantificada de su empleo del tiempo en general y del tiempo libre en particular, tanto en casa como fuera de casa. Las diferentes preferencias sobre la forma de empleo del tiempo libre, permiten la construcción de una tipología de los niños que se explica detalladamente en el informe".

Os media e a promoção e protecção das crianças

A Comissão Nacional de Protecção das Crianças e Jovens em Risco promove nesta quinta-feira, dia 3, uma jornada sobre "O Sistema de Promoção e Protecção das Crianças e dos Jovens e a Comunicação Social". A iniciativa decorrerá na Faculdade de Psicologia e Ciências da Comunicação da Universidade do Porto (cf. programa).