«... eu ainda não falei do Magalhães, e até me estou a sentir mal por isso, a senhora ministra até pode pensar que eu não gosto do Magalhães, que tenho qualquer coisa contra esta espécie de Tamagochi a que as crianças dão mais carinho do que aos velhotes lá de casa, o que até se percebe, no Magalhães está a salvação da pátria, e os velhotes só dão chatices, estão sempre a precisar de remédios, pingam do nariz, e não servem para nada.[Sugestão do texto de Sara Pereira]
«Pois hoje li num jornal (…) que as desigualdades educacionais se acentuavam cada vez mais porque nem todas as criancinhas tinham recebido os Magalhães a que tinham direito.
«O meu homem, que tem a mania de ler o que eu vou escrevendo, está para aqui a dizer que a educação não se mede em Magalhães, e que se os professores continuarem todos a ser obrigatoriamente transformados em burocratas, a preencher papelada e relatórios em vez de utilizarem esse tempo a ensinar os miúdos - não há Magalhães que valha a este país. E que se os miúdos não forem ensinados a raciocinar, a fazer uma pesquisa, a usar um texto como deve ser, a não se limitarem a copiar o que vêem no écran - o Magalhães não serve para nada.
«Não lhe dou ouvidos: se em tempos idos um Magalhães deu a volta ao Mundo, este vai dar a volta à cabeça de toda a gente. Que é exactamente o que se pretende.»
sexta-feira, agosto 28, 2009
«Em louvor do Magalhães»
Alice Vieira escreveu no JN, no início deste mês, um texto cheio de ironia a que deu o título de Em louvor do Magalhães, do qual se transcrevem de seguida algumas passagens:
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