"Os presentes de Natal das televisões para as crianças" no DN
A jornalista Marina Almeida recolheu um conjunto de depoimentos sobre o tema em epígrafe e publica hoje o resultado do seu trabalho:
"Cerca de 200 mil crianças vêem todos os dias o canal Panda, de acordo com os seus responsáveis. Disponível no cabo, o Panda lidera as preferências dos mais pequenos quando se trata de ver televisão. "Muita companhia e carinho" é, para Isabel Mimoso, directora do canal, a melhor prenda que este pode dar às crianças. No entanto, os pais são também convocados devem acompanhar a "viagem" dos mais pequenos aos mundos de fantasia e até "tirá-los da frente da televisão", assume sem rodeios a directora do Panda. "São crianças antes do mais, devem estar mais tempo com os pais", sublinha.
Patrícia Bogalho, responsável pelo marketing do Disney Channel (canal codificado do cabo), diz que a prenda do canal passa pelo "reforço da animação, da alegria e da boa disposição". A responsável destaca ainda o proporcionar do "visionamento em família" de alguns clássicos da Disney que agradam a miúdos e graúdos.
Entre as televisões em sinal aberto, é a 2 que maior oferta tem de programação infantil. Teresa Paixão, responsável pelo departamento de programas infanto-juvenis da RTP, acredita que a melhor prenda que a 2: pode oferecer aos seus "meninos" são "programas que lhes dêem alguma esperança, que lhes mostrem que podem fazer um mundo melhor". Os conteúdos devem também levar a "fazer pensar, fazer fazer perguntas".
Lembrando um estudo da Marktest que mostra que as crianças dos quatro aos 14 anos vêem uma média de três horas diárias de televisão, Francisco Rui Cádima sublinha a importância de os pais não transformarem as televisões em babysitters electrónicos. O professor da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa põe nas mãos dos operadores a responsabilidade de alertar os pais para os perigos que o excesso de televisão pode trazer às crianças em fase de desenvolvimento. Além disso, sublinha a necessidade de fazer uma selecção criteriosa das séries infantis e de estender os cuidados aos intervalos e às promoções (por exemplo, de filmes violentos) que são feitas no horário infantil.
Manuel Pinto, docente da Universidade do Minho, a melhor prenda "seria uma programação diversificada e não imbecilizante". Para o investigador, autor do livro A Televisão no Quotidiano das Crianças, é importante que "as televisões não destruam o que outros (pais e escola) fazem". E lança uma reflexão "A história da televisão mostra que a diversidade pode cativar. E isso também é respeitar os direitos das crianças."
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