quinta-feira, outubro 07, 2004

França quer incentivar jovens à leitura de jornais diários

"O Ministério francês da Cultura quer atacar a falta de leitura de jornais diários entre os jovens dos 15 aos 25 anos e pediu ao conselheiro de Estado Bernard Spitz para elaborar um relatório que incentive os jovens à leitura da imprensa diária.O documento foi entregue ontem ao Ministério francês da Cultura e Comunicação e inclui oito medidas, em que se destaca a oferta de uma assinatura por dois meses de um jornal de informação geral, à escolha, quando os jovens atinjam a idade de 18 anos.Um comunicado do ministério explica que o relatório Spitz propõe medidas que «não são baseadas numa lógica de subsídios, mas numa dinâmica de mercado e de concorrência» e que devem ser aplicadas a longo prazo. Renaud Donnedieu de Vabres, o ministro francês da Cultura, tem cerca de 3,5 milhões de euros disponíveis no Orçamento de Estado de 2005 para «ajudas à imprensa» e a verba deverá ser aplicada com as propostas do relatório Spitz, denominado «Os jovens e a leitura da imprensa diária de informação política e geral».Além da assinatura gratuita para jovens de 18 anos, que só em 2004, em França, representava um universo de 780 mil pessoas, Bernard Spitz sugere que a imprensa diária seja vendida nas escolas a preços mais reduzidos e que a lei do mecenato seja aplicada a iniciativas a favor da leitura de publicações nas escolas. O relatório defende ainda a utilização de «fundos de modernização em investimentos que pretendam aumentar a leitura da imprensa pelos jovens».No entanto, as propostas visam ainda o meio audiovisual. Bernard Spitz considera que se deve promover a «leitura da imprensa no audiovisual público», através de «formas de imprensa específicas ou de programas televisivos educativos ou com temáticas jornalísticas , em todos os géneros televisivos», segundo adianta a AFP. Os incentivos continuariam ainda com um «acesso facilitado aos diários e seus arquivos, através da Inetrnet, para todos os estudantes que façam a ligação a partir das universidades».O debate gaulês em torno da falta de leitura de jornais pelos jovens concluiu que as questões do preço, de distribuição e de conteúdos eram as que mais afastavam a imprensa da faixa etária entre os 15 e os 25 anos e sublinha que a queda na leitura de jornais pode «ser uma ameaça para a imprensa diária, que vê o seu público actual amputado, mas sobretudo os seus potenciais leitores», num fenómeno que pode também ser ligado a aspectos democráticos e de pluralismo".
(No "Diário de Notícias" de hoje).
Mais informações sobre o relatório AQUI.

1 comentário:

Anónimo disse...

Interessante o "relatório". Vou procurar o resultado dessa iniciativa agora, em 2008. Que terá acontecido? Gostaria de saber, mesmo tendo consciência de que meu país , o Brasil, vive outra realidade e não teria como implantar programa semelhante. Acredito, porém, que há medidas mais baratas e viáveis para fazer o jovem interessar-se por jornais.