"Catástrofe ecológica"
O presidente da República Francesa, Jacques Chirac, defendeu, na sua recente viagem pelo Extremo-Oriente, a importância estratégica da aposta na diversidade cultural, nomeadamente face aos Estados Unidos da América.
Em Hanoi, onde se encontrou com um grupo de estudantes vietnamitas, repetiu que os bens culturais "não são bens como os outros" e que não podem ser trocados como a mercadoria de natureza industrial, comercial ou agrícola. A criação cultural tem de ser tratada à parte, com a sua especificidade própria, e contar com apoios do Estado, ao contráro do que pretendem os EUA, nas negociações em curso no quadro da Organização Mundial do Comércio, acrescentou Chirac. De outro modo, isto significaria que "todas as expressões culturais seriam esmagadas em benefício apenas da cultura americana".
Sobre a língua, o presidente francês defendeu que ela "é também a expressão de um pensamento", pelo que a invasão e o domínio de um único idioma - o inglês - "conduziria obrigatoriamente auma espécie de retraimento do pensamento".
Foi ainda mais longe na reflexão: "Se tivermos um mundo em que não haja senão uma língua, isso significa que não existirá senão uma cultura e que todas as outras desaparecerão. Isso constituiria uma catastrofe ecológica".
(Fonte: Libération)
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