segunda-feira, junho 09, 2003

No Jornal de Notícias de hoje:

Crianças alemãs vêem televisão em excesso

Ermelinda Pedrosa
correspondente na Alemanha

"Nas grandes cidades alemãs, um terço das crianças em idade pré-escolar pode ver televisão quando quer, pois dispõe de um aparelho próprio. A organização "Iniciativa criança" chegou a esta conclusão depois de ter recolhido os elementos de um inquérito
relacionado com o consumo de televisão das crianças. Esta associação de professores, pedagogos, psicólogos, teólogos e educadores adverte para as consequências de um tal consumo descontrolado, insistindo em que crianças de quatro e cinco anos de idade só devem
ver televisão quando acompanhadas por um adulto que lhes possa explicar o que elas vêem. Os especialistas alemães recomendam no máximo 30 minutos de televisão por dia, aconselhando ainda que, durante este tempo, elas não comam doces. A atenção para estes fenómenos não é recente, mas a preocupação com a violência e o consumo de televisão ou jogos electrónicos tem vindo a aumentar. Assustado com o célebre caso de Erfurt, quando, no ano passado, um aluno de liceu de 17 anos de idade matou 16 estudantes e professores, o
poder legislativo acaba de regulamentar a venda e aluguer de jogos vídeo. Desde Abril deste ano, que esses jogos estão sujeitos à classificação por idades, semelhante à que se faz para filmes, portanto a partir dos 6 anos de idade, dos 12, dos 16 e dos 18. O jovem que quiser comprar ou alugar um jogo vídeo, mesmo os clássicos como o "Tetris", que nunca estiveram sujeitos a controlo etário, tem de se identificar. Para a oposição conservadora alemã, as medidas não são suficientes; para outros, vão longe de mais. É o caso de alguns especialistas americanos que, num artigo publicado na revista britânica "Nature", chegaram à conclusão de que os jogos vídeo de acção são úteis, já que melhoram a apreensão visual dos jogadores. No entanto, esta equipa de especialistas não investigou as consequências desses jogos no comportamento desportivo e social dos jovens utentes, consequências essas que levaram outros investigadores a alertar a opinião pública".

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