Foto: Daniel Rocha/Público |
"As acções de formação de professores foram interrompidas em Dezembro e os filmes nunca chegaram aos alunos das 23 escolas em que este projecto ia ser testado, antes de ser generalizado ao país
Apresentado no início deste ano lectivo, o Plano Nacional de Cinema (PNC) chegou a arrancar em 23 escolas do país, envolvendo largas dezenas de professores e milhares de alunos do ensino básico e do secundário. Sete meses depois, no entanto, os docentes queixam-se de que o programa não existe, formalmente ou no terreno.
Previsto na Lei do Cinema e do Audiovisual, o PNC foi apresentado em Setembro pelos então secretários de Estado do Ensino e da Cultura, Isabel Leite e Francisco José Viegas, na Cinemateca, em Lisboa. O objectivo, disseram na altura, era promover a literacia para o cinema, impulsionando a criação de novos públicos. Como? Levando nomes como Chaplin, Tim Burton, Truffaut, Spielberg, Scorsese, Kiarostami, Oliveira, Fernando Lopes, Luís Filipe Rocha, Edgar Pêra ou João Salaviza a três mil estudantes dos 5.º, 7.º e 10.º anos de escolaridade de 23 escolas, este ano lectivo, alargando o projecto a outros alunos, mais tarde.
"Não foi difícil envolver os professores e entusiasmar os alunos, o programa era interessantíssimo e tudo parecia estar excepcionalmente bem estruturado", comenta Maria Antónia Pereira, da secundária de Évora. Estavam previstas três exibições por cada um dos níveis de ensino e por período (em Novembro, Fevereiro e Abril), todas elas precedidas por sessões de formação em que seriam fornecidos aos professores material e sugestões para exploração de diversos temas de cada um dos filmes.
Outros directores e coordenadores de escolas seleccionadas confirmaram que o PNC não só arrancou como previsto, como gerou entusiasmo. "As turmas foram escolhidas, os professores indicados e as actividades a desenvolver no âmbito do PCN inscritas nos respectivos planos curriculares e de actividades", enumera Paula Santos, do agrupamento de escolas Coimbra Oeste. Os relatos não variam muito de escola para escola.
O director do Agrupamento de Escolas de Maximinos, de Braga, António Silva Pereira, chegou a falar com os responsáveis autárquicos, para requisitar uma sala de cinema; a coordenadora do projecto de Évora pediu o apoio do cineclube da universidade local; Lurdes Ramalho, da Secundária do Restelo, em Lisboa, planeou fazer as projecções no Centro Cultural de Belém e Paula Santos, de Coimbra, optou pelo Exploratório de Ciência. Não formalizaram, contudo, qualquer contrato: havia a indicação de que o acordo seria firmado, mais tarde, pela estrutura coordenadora do PNC.
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