O Grupo Informal de parceiros que organizou em Braga, em Março passado, o Congresso Nacional sobre Literacia, Meia e Cidadania decidiu instituir um Observatório Nacional de Educação para os Media e atribuiu ao Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade da Universidade do Minho a incumbência de activar.
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sexta-feira, setembro 30, 2011
CECS: Seminário permanente de Educação para os Media
Um grupo de investigadores da linha de Media e Jornalismo do CECS decidiu criar um seminário permanente em torno das problemáticas da literacia e educação para os media, abordadas predominantemente de um ponto de vista comunicacional. A iniciativa que reúne investigadores que directa ou indirectamente trabalham vertentes desta área, e nomeadamente os doutorandos, constitui um espaço aberto a todos os investigadores do CECS ou exteriores a ele, que entendam que o seminário pode ser relevante para as respectivas pesquisas.
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CECS,
seminário educação para media
domingo, setembro 25, 2011
"O DN Jovem entre o Papel e a Net"
Aos colegas com os quais me tenho cruzado no exercício do jornalismo, fica o convite para o lançamento de "O DN Jovem entre o Papel e a Net - História e Memórias de uma Transição".
Arrisco apresentá-lo como uma "biografia" do suplemento juvenil do Diário de Notícias onde ensaiaram os primeiros passos tantos nomes hoje consagrados em diversas áreas: do jornalismo à literatura, do cartoon à fotografia, da pintura à banda desenhada.
Sei que alguns de vós estão entre os colaboradores do DNJ, que se extinguiu em 2007, ao fim de quase 25 anos de existência.
Os demais, certamente conhecem alguém que passou por aquelas páginas, pelo que conto convosco para o passa palavra.
O livro tem uma recém-criada página no Facebook (http://www.facebook.com/#!/pages/O-DN-Jovem-entre-o-Papel-e-a-Net/269370796414650) e a informação completa sobre o lançamento segue no convite já aqui abaixo.
Partindo da transição do DN Jovem do papel para a Internet, ocorrida em 1996, este livro é a primeira “biografia” daquele que foi, seguramente, o mais memorável suplemento de colaboração juvenil na imprensa do Portugal democrático.
Descrição
Todas as semanas, durante mais de uma dezena de anos, jovens criadores portugueses aguardavam as terças-feiras com ansiedade, contando as horas para verificar se os trabalhos enviados para o DN Jovem haviam sido seleccionados.
Mas em Maio de 1996 o suplemento juvenil migrou para a Internet – meio então inacessível à maioria dos portugueses. Levantaram-se vozes de protesto, circulou um manifesto e...Ver mais
ISBN
978-989-680-034-5
Editor
Esfera do Caos
Helena Freitas
sábado, setembro 24, 2011
O ovo e a galinha
1. Há dias, a Comissão Europeia publicou um relatório sobre a protecção das crianças no mundo digital: COM(2011) 556 final. Começa por constatar alterações muito rápidas nos ambientes digitais, em particular na utilização de aparelhos móveis, nos videojogos online e na presença cada vez mais generalizada das crianças nas redes sociais, sendo "provável que assistamos a outras mudanças difíceis de imaginar neste momento". É referida a falta de preparação de alguns pais para lidar com esta realidade e questiona o texto se "as políticas actuais continuam a ser as mais adequadas para garantir um elevado nível de protecção dos menores em toda a Europa".
A literacia mediática aparece como um contributo para ajudar nestas questões, considerando este documento que "os Estados-Membros estão empenhados" na sua promoção. Assinala ainda o presente relatório que "as iniciativas no domínio da literacia mediática e da sensibilização estão, em parte, integradas no ensino oficial", embora reconheça que "o ensino concreto dessas matérias é fragmentado e incoerente".
Termina o documento em tom negativo, ao referir a "falta de ambição e de coerência" das medidas dos vários Estados-Membros que originam uma "manta de retalhos na Europa", potencialmente capaz de "suscitar a confusão dos pais e professores que tentam identificar o que é aceitável e autorizado para proteger e dar autonomia às crianças que se ligam à Internet".
2. Para ajudar a compreender esta questão da protecção e de que forma a Literacia Mediática pode dar o seu contributo, sugere-se a consulta do site scoop.it/t/educommunication. Um espaço interessante não só pelos recursos que aí aparecem, mas também porque pode inspirar outras utilizações da ferramenta scoop.it. É este o sistema, de utilização simples, que está por detrás do referido site (da responsabilidade do autor deste blogue, Manuel Pinto).
3. Uma notícia do JN desta sexta-feira apresentava o seguinte título: «Exclusão digital não deve representar uma exclusão social». Rapidamente me surgiu a imagem do ovo e da galinha. Afinal, quem 'nasceu' primeiro, quem está na origem, é a exclusão digital que leva à exclusão social, ou é a social que está na origem da digital?
Inclino-me a pensar que uma inclusão digital que não tenha como base os aspectos contextuais, da comunidade, familiares, escolares, dificilmente contribuirá para um fim que é muitas vezes enunciado, a igualdade de oportunidades.
A literacia mediática aparece como um contributo para ajudar nestas questões, considerando este documento que "os Estados-Membros estão empenhados" na sua promoção. Assinala ainda o presente relatório que "as iniciativas no domínio da literacia mediática e da sensibilização estão, em parte, integradas no ensino oficial", embora reconheça que "o ensino concreto dessas matérias é fragmentado e incoerente".
Termina o documento em tom negativo, ao referir a "falta de ambição e de coerência" das medidas dos vários Estados-Membros que originam uma "manta de retalhos na Europa", potencialmente capaz de "suscitar a confusão dos pais e professores que tentam identificar o que é aceitável e autorizado para proteger e dar autonomia às crianças que se ligam à Internet".
2. Para ajudar a compreender esta questão da protecção e de que forma a Literacia Mediática pode dar o seu contributo, sugere-se a consulta do site scoop.it/t/educommunication. Um espaço interessante não só pelos recursos que aí aparecem, mas também porque pode inspirar outras utilizações da ferramenta scoop.it. É este o sistema, de utilização simples, que está por detrás do referido site (da responsabilidade do autor deste blogue, Manuel Pinto).
3. Uma notícia do JN desta sexta-feira apresentava o seguinte título: «Exclusão digital não deve representar uma exclusão social». Rapidamente me surgiu a imagem do ovo e da galinha. Afinal, quem 'nasceu' primeiro, quem está na origem, é a exclusão digital que leva à exclusão social, ou é a social que está na origem da digital?
Inclino-me a pensar que uma inclusão digital que não tenha como base os aspectos contextuais, da comunidade, familiares, escolares, dificilmente contribuirá para um fim que é muitas vezes enunciado, a igualdade de oportunidades.
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Literacia mediática
quarta-feira, setembro 21, 2011
"A ignorância que temos das outras culturas é abismal"
Miquel Rodrigo Alsina, da Universidade Pompeu Fabra, Barcelona, sobre o papel da educação (para os media) na procura e descoberta do outro, das outras culturas:
terça-feira, setembro 20, 2011
... e do terreno à teoria
É já amanhã a sessão pública de apresentação do livro “Educação e Media: da teoria ao terreno”, coordenado e editado pelo Doutor Vítor Tomé. Contém os principais resultados (aquilo que é possível descrever e reflectir) do projecto de Educação para os Media no Distrito de Castelo Branco, que esteve no terreno desde o ano lectivo de 2007-2008, com financiamento da FCT. A sessão será às 17h30, na Biblioteca Municipal de Castelo Branco.
(Reprodução da capa)
Serviço público de TV: os anéis e os dedos
Faz falta um serviço
público de televisão, mesmo, e talvez sobretudo, em tempos de crise. Não necessariamente
nos moldes em que existe – entendo que, sobre isso, há opções a tomar. Quando o
dinheiro é escasso, costuma dizer-se: que vão os anéis, mas fiquem os dedos.
Mas, neste caso, o que são os anéis e o que são os dedos? Se “nem só de pão vive
o Homem” (Mt 4,4), pode-se morrer também da falta daquilo que está para além do
pão: temos uma necessidade vital de cultura, de criatividade, de pensamento
crítico, de alargamento de horizontes, de espiritualidade. Sem isso não se vive
e a sociedade definha.
Considero inconsistente a
ideia de que os canais privados, podem perfeitamente fazer – e de forma mais
barata – aquilo que um operador público faz. A prática, aqui como lá fora, mostra
que não é assim e não são casos isolados ou pontuais – de um documentário, de
um filme, de uma reportagem – que justificam o argumento.
Sou dos que acham que a
informação deve ter um lugar proeminente em qualquer projecto de serviço público,
proporcionando visibilidade às diversidades geográfica e temática nacionais e
globais, incluindo dos grupos e minorias, e contribuindo, através das notícias
e do debate, para uma compreensão crítica do mundo e uma clarificação do lugar
e papel e de cada um nele. Mas não sigo, de todo, os que desqualificam
culturalmente o papel do entretenimento e do espectáculo, que, além de
intrínseco ao meio televisivo, tem um lugar incontornável na sociedade e na
cultura. O problema não é se sim ou não, mas o modo como se faz. E aí é
exigível que o serviço público seja inovador, experimental e criativo. Seja, em
suma, diferente.
Há dois grupos que merecem
cuidado especial, num projecto televisivo de serviço público: os mais pequenos
e os mais velhos. Dos canais privados podemos esperar séries cheias de aventura
e de suspense para as crianças e
programas que entretenham e confortem os seniores. Mas não lhes será exigível
que assumam um carácter formativo e que ampliem horizontes culturais, cívicos e
políticos.
Aquilo que, finalmente,
distingue um serviço público de TV é a capacidade de ajudar a ler criticamente
os próprios media, através de conteúdos orientados para a literacia mediática e
informativa e dos programas dos provedores.
Isso é exigido hoje no plano europeu, mas carece ainda de muito maior
investimento.
(Texto publicado na edição de 19.9.2011 do diário digital Página 1)
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RTP,
Serviço Público
sábado, setembro 17, 2011
Morangos sem açúcar
A propósito da nona temporada do programa televisivo ‘Morangos com Açúcar’, o crítico televisivo Nuno Azinheira defendia, há dias, uma posição que suscita perplexidade. No seu modo de ver, atiram completamente fora do alvo aqueles que criticam o programa por ser “um mau exemplo para a juventude”; por colocar “os nossos jovens” perante “tudo o que de mau a sociedade tem” e lhes franquear o “caminho da droga, do sexo fácil e da banalização do amor”; por os tornar “mais violentos na escola, enfim, um sem-número de pecados”, como ele escreve. Morangos com Açúcar, em vez de “um vício”, seria, para Azinheira, “uma oportunidade” para os pais explicarem aos jovens “o que é isso de crescer, de os preparar para as inquietudes e angústias que o seu desenvolvimento corporal e psicológico sempre desperta, e de os mentalizar para os perigos da vida fora do casulo dos primeiros anos de existência”. “Porque, entendamo-nos, não é a escola, muito menos a televisão, que tem de dar educação às nossas crianças”, esclarece ainda o jornalista. Para além do bom senso, é hoje farta a investigação a frisar esta ideia: tão ou mais importante do que aquilo que a TV faz aos mais novos e à sociedade é o que os mais novos e a sociedade fazem com a TV. Aparentemente haveria, assim, uma sintonia com Nuno Azinheira. E no entanto o desacordo não sendo total, é, eu diria, profundo. Certamente que a responsabilidade e papel dos pais é crucial. Dificilmente se pode negar isso e nunca se enfatizará suficientemente tal contributo decisivo. Mas remeter apenas para essa sede a tarefa educativa é escamotear completamente as condições reais em que ocorre, hoje, o quotidiano e a socialização das jovens gerações. Deixo de lado, por extravagante, a ideia de que à escola não cabe educar. No que respeita à televisão (e à Internet, aos videojogos…), se ela propõe situações, relações, experiências, valores e visões do mundo envolventes, isso não será relevante? Não a tornará um factor interveniente, com o seu grau de especificidade, no processo formativo? Dizer que tudo está do lado dos pais é irresponsabilizar a televisão e canonizar implicitamente tudo o que ela possa fazer. Será esse o papel de um crítico de televisão?
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