quarta-feira, junho 22, 2011

Sobre o novo ministro da Educação

À expectativa e até entusiasmo com que o nome de Nuno Crato foi acolhido para superintender na pasta da Educação contrapõem-se opiniões muito críticas, tudo baseado nas ideias que se conhecem do novo ministro, alguém que, há muitos anos, intervém regularmente nos media.
O ProfBlog faz um sumário de reacções à indigitação de Nuno Crato nestes termos:
"A reação na blogosfera foi boa. Quase entusiástica.Nuno Crato é um homem que colhe simpatias à direita e à esquerda. Nos blogues de professores, a nomeação de Nuno Crato para ministro da educação é vista com alívio. A certeza de que a atual avaliação de desempenho foi definitivamente à vida e que o excesso de burocracia e a desautorização dos professores têm os dias contados. A convicção de que Nuno Crato vai ser capaz de fazer a rutura com as últimas três décadas de políticas educativas marcadas pela incapacidade de conciliar democratização do ensino com qualidade das aprendizagens. Os textos e as intervenções televisivas de Nuno Crato deixam transparecer a ideia de que ele é o homem certo. Vejamos porquê. O combate ideológico e cultural que Nuno Crato fez ao eduquês tornou-o uma figura muito popular entre os professores. Nuno Crato tem uma imagem que deixa passar para o público simultaneamente [de] firmeza e tolerância, vontade forte e docilidade. Faz passar a ideia de que nunca o ouviremos acusar os professores de serem os culpados dos maus resultados dos alunos. Não o veremos passar a mão pelas costas dos pais para os ter como aliados contra os docentes. Mas os professores não devem esperar facilidades de Nuno Crato. A nova avaliação de desempenho vai doer porque permitirá distinguir os docentes medíocres dos outros. E terá consequências (...)".
Em contraponto,hoje, no Público, Santana Castilho expressa uma opinião contundente e céptica, de que destaco este trecho:
"(...) Nuno Crato é um econometrista confesso, que repetidas e documentadas vezes confunde avaliação com classificação. Nuno Crato pensa que se mede a Educação como se pesam as batatas e que muda o sistema de ensino medindo e examinando. E não mudará. Ou muda ele ou não muda nada. Fico surpreendido como os professores deixam passar com bonomia a hipótese, admitida, de contratar uma empresa privada para fazer os exames ou a intenção, declarada, de classifi car os professores em função dos resultados. Estes dislates patenteiam pouco conhecimento sobre as limitações técnicas dos processos que advoga e uma visão pobremente parcial sobre o que é o ensino. Nuno Crato, que muitas vezes tem sido menos cauteloso ao apontar o indicador às ciências da Educação, tem agora o polegar da mesma mão virado para ele. Espero que não se entregue às ciências ocultas da Economia para redimir a Escola pública (...)".
Resta saber como é que esta figura moderadamente mediática vai valorizar a formação para um uso criterioso e crítico dos media.

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