Faz cada vez mais falta promover a alfabetização mediática dos cidadãos. E faz falta para que não comam e calem o lixo televisivo, as meias verdades do jornalismo, as pseudo-notícias repetidas até à náusea, o parti-pris apresentado sob a capa do rigor e o silenciamento do que incomoda ou que dá trabalho averiguar.
A alfabetização mediática tem sido definida, nomeadamente pela União Europeia, como “a capacidade de procurar, compreender, avaliar com sentido crítico e criar conteúdos nos meios de comunicação”. É uma definição insuficiente, por sobrevalorizar os conteúdos, em detrimento dos contextos, recursos, valores e referenciais éticos. Mas constitui um ponto de partida importante, que urge trazer para os lugares cimeiros das preocupações educativas e culturais, em tempo de fortíssima mediatização.
No próximo dia 23, completam-se 40 anos sobre a publicação da “Communio et Progressio”, um documento desejado pelo Concílio Vaticano II, que continua a ser inspirador da acção pastoral, política e comunicativa. Nele se enfatiza o papel e a força que o público pode ter na melhoria da qualidade da comunicação social, sobretudo quando se organiza para fazer ouvir a sua
No próximo dia 23, completam-se 40 anos sobre a publicação da “Communio et Progressio”, um documento desejado pelo Concílio Vaticano II, que continua a ser inspirador da acção pastoral, política e comunicativa. Nele se enfatiza o papel e a força que o público pode ter na melhoria da qualidade da comunicação social, sobretudo quando se organiza para fazer ouvir a sua
voz. “O público - nota o ponto 82º - assume um papel activo no processo de comunicação social, sempre que criticamente julgar as notícias recebidas, tendo em conta a sua fonte e contexto; sempre que souber completar notícias parciais, com elementos colhidos noutras fontes; sempre que, enfim, não tiver medo de manifestar claramente as suas reservas, acordo ou completo desacordo com as comunicações recebidas”.
Como é, todavia, evidente, a credibilidade e eficácia da acção do público supõe a formação de utilizadores esclarecidos e críticos. É mais fácil vociferar contra os media do que reconhecer que eles estão aí, cativam e influenciam, sendo para muitos um factor crucial nas relações sociais e na abertura de horizontes ao quotidiano.
Como é, todavia, evidente, a credibilidade e eficácia da acção do público supõe a formação de utilizadores esclarecidos e críticos. É mais fácil vociferar contra os media do que reconhecer que eles estão aí, cativam e influenciam, sendo para muitos um factor crucial nas relações sociais e na abertura de horizontes ao quotidiano.
A presença da educação para a comunicação social faz falta nas escolas e noutros contextos formativos extra-escolares. Nisto a Igreja poderia ter um papel pioneiro se, através da formação dos seus agentes de pastoral e dos seus colégios, apostasse a fundo nesta dimensão, como determina, de resto, a “Communio et Progressio” (pontos 102 a 113). Porque este é um terreno estratégico e sensível do diálogo entre a fé e a razão, entre a Igreja e o mundo.
(Texto publicado na edição de hoje do jornal digital Página 1; Foto: crédito)
2 comentários:
Concordo totalmente! É cada vez mais importante a formação e alfabetização das pessoas! Só assim se poderá evoluir, em todos os aspectos da palavra.
Parabens pelo blog
Perfeito! Estou acompanhando o que os irmãos portugueses entendem por Educomunicação e estou adorando! Parabéns pelo blog
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