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«Apesar destas mudanças, aparentemente, a análise dos media continua a estar arredada do ensino. "Os meios de comunicação social e as tecnologias são vistos como um entretenimento e, por isso, considera-se que o lugar deles não é na escola", sintetiza Sara Pereira. Para questionar: "Mas se a escola não se abre à vida, nem a leva para aí para ser discutida, serve para quê, então?".
(...) O caso Carolina Michaelis funciona como um paradigma do actual estado da situação. Ponto um: está em causa a posse por um objecto tecnológico. Ponto dois: os intervenientes não são só actores e espectadores, são, eles próprios, produtores de acontecimentos. "As tecnologias deram a noção de poder", continua a investigadora. O poder de partilhar no Youtube, para uma comunidade vasta, um caso particular. Figuras anónimas catapultadas para o espectáculo mediático. "Tudo isto sem o respeito pela privacidade dos colegas, sem se ter a noção das consequências das acções", adverte Sara Pereira.
(...) Sara Pereira não deixa de insistir: "Faz falta uma reflexão sobre este tipo de cenários, faz falta contextualizar, qual o significado daqueles acontecimentos, a análise dos media é um exercício de cidadania".»
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