Educomunicação foi destaque
na Cúpula Mundial de Mídia para Crianças e Adolescentes
Ismar de Oliveira Soares
Coordenador Geral do NCE-USP
"No encerramento da Cúpula Mundial de Mídia para Crianças e Adolescentes, ocorrida na manhã do dia 23, no espaço da Escola Naval, no Rio de Janeiro, com a presença de 2000 representantes de 40 países, um fato inédito chamou a atenção dos observadores: adultos e jovens coincidiram num ponto: ninguém ou nenhum adulto ou meio de comunicação dirigido por profissionais da comunicação estava chamado a falar em nome das crianças e adolescentes. Os mais novos têm direito ao acesso direto aos meios e aos recursos da informação e têm direito de serem preparados para assumir seu papel na sociedade, como comunicadores de suas próprias idéias e perspectivas de vida.
Defendeu-se, também, que a expressão infanto-juvenil continue a ser objeto das valiosas experiências com grupos selecionados de adolescentes, no âmbito das ONGs, mas que, a partir de agora, passe também a ser concebida como política pública, envolvendo o Estado e os que definem os currículos escolares, em todo o mundo, permitindo, desta forma, a universalização do direito à comunicação.
O que foi proposto em várias das mesas redondas e painéis é uma verdadeira revolução, defendida, há muito, pelo Núcleo de Comunicação e Educação da Universidade de São Paulo (NCE-USP). Nesse sentido, estão certos o Projeto Vida, da Secretaria Municipal de Educação, assim como estão corretas as Secretarias de Educação Básica e de Educação a Distância do MEC em promover as práticas educomunicativas, através do Educom.rádio em 455 escolas da cidade de São Paulo e do Educomrádio.centro-oeste, em 70 escolas dos Estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás.
A educomunicação foi objeto de análise em, pelo menos, três mesas redondas ocorridas na Cúpula, tendo o NCE defendido sua tese de que um campo novo de intervenção social tem unido adultos e jovens em torno de práticas democráticas de comunicação, em todo o mundo. Por outro lado, o documento final do evento, tanto na versão dos adultos quanto dos jovens, apontou para questões defendidas pela educomunicação, especialmente ao ressaltar que a expressão comunicativa é um dos direitos universais das crianças e jovens a ser defendido pela sociedade e pelos governos.
O workshop de rádio, promovido pelo Fórum dos Adolescentes, foi certamente uma das atividades mais integradoras da Cúpula, tendo sido desenvolvido a partir do conceito de gestão participativa da comunicação, proposto pelo NCE, levando a uma verdadeira integração dos repórteres mirins com o congresso dos adultos. Uma documentação muito rica, em rádio e vídeo, foi produzida pelos próprios jovens, o que certamente facilitará a divulgação de propostas semelhantes às nossas, levadas à Cúpula por lideranças mundiais no campo da educomunicação".
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