"Leitor tem poder de cidadão":
Manuel Carlos Chaparro, no site "Reescrita":
"(...) Conceitos à parte, a verdade é que sem leitores não existe a difusão transformadora. Sem ela, o jornalismo fica reduzido a brincadeira entre grupinhos.
Ao longo dos anos, as “cartas dos leitores” ganharam até status de género jornalístico. Mas não garantem aos leitores poder discursivo, isto é, poder de ação e intervenção nos processos jornalísticos. A prova disso está, até, na existência do ombudsman. Por delegação do jornal, a serviço dele, e por tempo que só o jornal determina, o ombudsman assume a representação dos leitores nas pendengas com a redação.
Eis aí a manifestação de uma realidade de exclusão discursiva. Ora, quem precisa dos favores de alguém, para que falem de si e por si, padece, sem dúvida, de falta de capacidade discursiva própria. E quando o jornal investe na criação e manutenção de um provedor como ferramenta de marketing, a tática não é a de eliminar a exclusão discursiva dos leitores, mas a de acentuá-la – ainda que, pelo que posso imaginar, nem de perto isso passe pela cabeça dos profissionais na função de ombudsman.
Mas o leitor tem e pode exercitar um efetivo poder discursivo - o de cidadão. Basta que se assuma como tal.(...)
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