Um vídeo de Mike Wesch da Universidade do Kansas intitulado A Vision of Students fez um sucesso e teve um impacte extraordinários, há uns tempos atrás. Era um pouco a ideia de que a tecnologia, e em particular as ferramentas da web 2.0 possuem a virtude de salvar um processo caduco de ensino-aprendizagem.
Peter K. Fallon, da Roosevelt University de Chicago, decidiu fazer um vídeo de resposta e de crítica. Vale a pena comparar e ... comentar. Será necessário um terceiro ou um quarto vídeo?
(Via: In the dark - Mass ignorance in an 'age of information')
sexta-feira, junho 27, 2008
sexta-feira, junho 20, 2008
A educação e os rankings nas páginas do 'Público'
Benedita Portugal e Melo acaba de defender, de forma brilhante, a sua tese de doutoramento em Sociologia da Comunicação, da Cultura e da Educação, a qual incidiu sobre o modo como o jornal Público tratou a questão dos rankings escolares, entre 2001 e 2003 e as percepções sobre o mesmo assunto por parte de professores do 12º ano.
Apresentada ontem no ISCTE, a dissertação foi orientada pelo Prof. José Madureira Pinto, catedrático de Sociologia da Faculdade de Economia do Porto e pela Prof. Maria Manuel Vieira, Investigadora do Instituto de Ciências Sociais, de Lisboa.
No que ao Público diz respeito, a investigação realizada conclui que o jornal revelou um acentuado poder de agendamento (político-mediático) da matéria dos rankings, com particular incidência em 2001, ano em que 'forçou' o poder político a divulgar os dados dos exames nacionais. O diário contribuiu igualmente para lançar e alimentar o debate público sobre o assunto. Em contrapartida, a autora chegou à conclusão de que o debate se desenrolou em torno de um leque redutor de perspectivas ideológicas, muito marcado pela orientação do seu director e dando pouca expressão aos resultados da investigação científica sobre as questões da avaliação do ensino e da educação.
Benedita Portugal e Melo realizou um inquérito por questionário junto de 85 docentes do 12º ano do ensino secundário e analisou 1095 edições do Público, recolhendo e analisando as 2838 peças relacionadas com educação publicadas em 2001, 2002 e 2003, mais de mil das quais relacionadas com avaliação e rankings.
Enquanto se aguarda a publicação deste trabalho em livro, os interessados poderão ir lendo algumas conclusões preliminares AQUI.
Apresentada ontem no ISCTE, a dissertação foi orientada pelo Prof. José Madureira Pinto, catedrático de Sociologia da Faculdade de Economia do Porto e pela Prof. Maria Manuel Vieira, Investigadora do Instituto de Ciências Sociais, de Lisboa.
No que ao Público diz respeito, a investigação realizada conclui que o jornal revelou um acentuado poder de agendamento (político-mediático) da matéria dos rankings, com particular incidência em 2001, ano em que 'forçou' o poder político a divulgar os dados dos exames nacionais. O diário contribuiu igualmente para lançar e alimentar o debate público sobre o assunto. Em contrapartida, a autora chegou à conclusão de que o debate se desenrolou em torno de um leque redutor de perspectivas ideológicas, muito marcado pela orientação do seu director e dando pouca expressão aos resultados da investigação científica sobre as questões da avaliação do ensino e da educação.
Benedita Portugal e Melo realizou um inquérito por questionário junto de 85 docentes do 12º ano do ensino secundário e analisou 1095 edições do Público, recolhendo e analisando as 2838 peças relacionadas com educação publicadas em 2001, 2002 e 2003, mais de mil das quais relacionadas com avaliação e rankings.
Enquanto se aguarda a publicação deste trabalho em livro, os interessados poderão ir lendo algumas conclusões preliminares AQUI.
quarta-feira, junho 18, 2008
Quando as fotos mentem
Sob este título escreve hoje Manuel António Pina, no JN:
"Embora desaconselhada a pessoas sensíveis - principalmente às que, nas sondagens, põem o jornalismo no topo das profissões a que dão maior crédito - deveria ser obrigatória na formação para os media do Ensino Secundário (se é que isso existe) uma passagem pelo sítio www.zombietime.com/reuters_photo_fraud/.
Aí se fica a saber do crédito que merece certo jornalismo, no caso o jornalismo fotográfico da Reuters, uma das principais agências internacionais de informação. Talvez o leitor tenha visto em mais do que um jornal imagens chocantes do bombardeamento de Beirute pela Força Aérea israelita, há dois anos. Talvez fique ainda mais chocado descobrindo (eu só o descobri agora) que muitas dessas fotos terão sido digitalmente manipuladas ou pura e simplesmente forjadas pelos fotógrafos e editores da Reuters, de modo justamente a chocá-lo e aparentemente em consonância com os serviços de propaganda do Hezbollah. Sim, até as fotografias mentem. Basta haver um mentiroso atrás da câmara fotográfica. E uma mentira jornalística, no Líbano como por cá, pode ser mais letal que um bombardeamento.
"Embora desaconselhada a pessoas sensíveis - principalmente às que, nas sondagens, põem o jornalismo no topo das profissões a que dão maior crédito - deveria ser obrigatória na formação para os media do Ensino Secundário (se é que isso existe) uma passagem pelo sítio www.zombietime.com/reuters_photo_fraud/.
Aí se fica a saber do crédito que merece certo jornalismo, no caso o jornalismo fotográfico da Reuters, uma das principais agências internacionais de informação. Talvez o leitor tenha visto em mais do que um jornal imagens chocantes do bombardeamento de Beirute pela Força Aérea israelita, há dois anos. Talvez fique ainda mais chocado descobrindo (eu só o descobri agora) que muitas dessas fotos terão sido digitalmente manipuladas ou pura e simplesmente forjadas pelos fotógrafos e editores da Reuters, de modo justamente a chocá-lo e aparentemente em consonância com os serviços de propaganda do Hezbollah. Sim, até as fotografias mentem. Basta haver um mentiroso atrás da câmara fotográfica. E uma mentira jornalística, no Líbano como por cá, pode ser mais letal que um bombardeamento.
segunda-feira, junho 16, 2008
III Encuentro de Edublogs 2008
Uma referência ao III Encuentro de Edublogs 2008, que se realiza em Santiago de Compostela, durante os dias 3, 4 e 5 de Julho, e que terá lugar na Facultad de Ciencias de la Educación de la USC.
quinta-feira, junho 12, 2008
Literacia mediática: uma "pedra angular"
A académica e activista canadiana Liss Jeffrey, defendeu recentemente que “Media literacy is a cornerstone for effective citizenship in the 21st century.”
Numa cerimónia que assinalou o centenário da Escola de Jornalismo do Missouri e o centenário do National Press Club, foi a primeira a intervir e pode ser vista e ouvida aqui:
According to Jeffrey, media literacy classes are mandatory in Canada: “In Canada you don’t make the assumption that you do or CAN control the media environment. Why? Because we not only have Canadian channels but we have all the U.S. channels …. It’s just not a possibility. You don’t go to the FCC and say, ‘BAN those wardrobe malfunctions’…. That’s just not the way it works. … So the idea was: What we need to do is …train those students who are citizens-to-be in how to think critically about any environment that they may run across.”
Numa cerimónia que assinalou o centenário da Escola de Jornalismo do Missouri e o centenário do National Press Club, foi a primeira a intervir e pode ser vista e ouvida aqui:
According to Jeffrey, media literacy classes are mandatory in Canada: “In Canada you don’t make the assumption that you do or CAN control the media environment. Why? Because we not only have Canadian channels but we have all the U.S. channels …. It’s just not a possibility. You don’t go to the FCC and say, ‘BAN those wardrobe malfunctions’…. That’s just not the way it works. … So the idea was: What we need to do is …train those students who are citizens-to-be in how to think critically about any environment that they may run across.”
quinta-feira, junho 05, 2008
Revista
Com a finalidade de "proporcionar a todos quantos se interessam pela problemática da utilização educacional das tecnologias um espaço de debate especializado nesta temática", surge uma nova revista online, a eft, educação, formação & tecnologia, do IEP, Universidade do Minho, com direcção da prof. Maria João Gomes.
Desta primeira edição, destaco dois textos:
- Para uma genealogia da cidadania digital - Tomás Patrocínio
- TICteando no Pré-escolar: contributos do blogue na emergência da literacia - Ádila Faria
Etiquetas:
Escola e Tecnologias,
Formação de Professores,
Revista
quarta-feira, junho 04, 2008
60% das crianças tem TV no quarto
O Público online divulga os resultados de um inquérito feito por investigadores do ISCTE sobre o uso dos media entre os 8 e os 18 anos, num trabalho de Isabel Leiria. Eis os primeiros parágrafos:
"60 por cento das crianças e jovens têm televisão no quarto
Isabel Leiria
Mais de 90 por cento das crianças e jovens têm pelo menos duas televisões em casa e seis em cada dez têm uma no quarto, tal como acontece com uma percentagem semelhante de pais. Os aparelhos estão na sala, mas também na cozinha e noutras divisões. Só que esta já não é a “lareira electrónica” à volta da qual se reúne a família.
“Há uma tendência para o uso independente dos aparelhos de televisão que se afasta do paradigma do seu uso familiar”, dizem os autores do estudo "E-Generation: Os Usos de Media pelas Crianças e Jovens em Portugal", de 2007. Os investigadores do ISCTE Rita Espanha e Tiago Lapa inquiriram uma amostra representativa de miúdos entre os 8 e os 18 anos e chegaram à conclusão que, apesar de continuar “omnipresente” (em mais de metade dos lares existem três ou mais aparelhos), a televisão perdeu o seu lugar central, com os jovens a dividirem o seu tempo e atenção com outros meios e tarefas, como o computador, o leitor de MP3 ou o telemóvel.
A televisão pode até estar sempre ligada, com 91 por cento dos inquiridos a dizer que assim é às horas das refeições. Metade admite até que o aparelho está a funcionar mesmo quando ninguém está a ver. O que acontece é que, também muitas vezes, cada elemento da família a utiliza no seu espaço, originando “novas formas de organização familiar e modos de organização geográfica das actividades familiares”.
E se a vida dos jovens se está “a deslocar do público para o privado”, por causa do “declínio da cultura de rua e do convívio familiar”, uma vez em casa é no quarto que os mais novos passam muito do seu tempo. Os autores do estudo falam mesmo na “emergência de uma cultura do ‘quarto de dormir’, onde os jovens tendem a concentrar no seu reduto mais privado os «media» que utilizam”.
“Esta forma de estar, o isolamento dos jovens no seu próprio quarto, já existia nas gerações anteriores. Mas agora os jovens têm ao seu dispor vários meios (televisão, telemóveis, internet) que lhes dão entretenimento e lhes permitem também prolongar as relações com outros jovens sem sair de casa”, comenta Rita Espanha.
Em relação ao que vêem na televisão, a TVI é o canal favorito para mais de metade (a RTP 1 tem a preferência de apenas 4,5 por cento) e gostam sobretudo de filmes. Mas são as telenovelas que mais tempo lhes roubam. Menos de metade assiste ao telejornal.
A Internet é outro dos "media" que tem ganho uma importância fundamental na vida dos jovens. Quase três em cada quatro assume-se como utilizador, com a maioria a iniciar-se aos 10,11 anos. A Web serve para enviar "mails", consultar enciclopédias e dicionários "online" ou procurar informação relacionada com os estudos. Navegar “sem objectivos concretos”, jogar ou participar em "chats", combinar saídas e contactar amigos quando se “está desanimado” são outras utilizações recorrentes.(...)
(Continuação: AQUI)
"60 por cento das crianças e jovens têm televisão no quarto
Isabel Leiria
Mais de 90 por cento das crianças e jovens têm pelo menos duas televisões em casa e seis em cada dez têm uma no quarto, tal como acontece com uma percentagem semelhante de pais. Os aparelhos estão na sala, mas também na cozinha e noutras divisões. Só que esta já não é a “lareira electrónica” à volta da qual se reúne a família.
“Há uma tendência para o uso independente dos aparelhos de televisão que se afasta do paradigma do seu uso familiar”, dizem os autores do estudo "E-Generation: Os Usos de Media pelas Crianças e Jovens em Portugal", de 2007. Os investigadores do ISCTE Rita Espanha e Tiago Lapa inquiriram uma amostra representativa de miúdos entre os 8 e os 18 anos e chegaram à conclusão que, apesar de continuar “omnipresente” (em mais de metade dos lares existem três ou mais aparelhos), a televisão perdeu o seu lugar central, com os jovens a dividirem o seu tempo e atenção com outros meios e tarefas, como o computador, o leitor de MP3 ou o telemóvel.
A televisão pode até estar sempre ligada, com 91 por cento dos inquiridos a dizer que assim é às horas das refeições. Metade admite até que o aparelho está a funcionar mesmo quando ninguém está a ver. O que acontece é que, também muitas vezes, cada elemento da família a utiliza no seu espaço, originando “novas formas de organização familiar e modos de organização geográfica das actividades familiares”.
E se a vida dos jovens se está “a deslocar do público para o privado”, por causa do “declínio da cultura de rua e do convívio familiar”, uma vez em casa é no quarto que os mais novos passam muito do seu tempo. Os autores do estudo falam mesmo na “emergência de uma cultura do ‘quarto de dormir’, onde os jovens tendem a concentrar no seu reduto mais privado os «media» que utilizam”.
“Esta forma de estar, o isolamento dos jovens no seu próprio quarto, já existia nas gerações anteriores. Mas agora os jovens têm ao seu dispor vários meios (televisão, telemóveis, internet) que lhes dão entretenimento e lhes permitem também prolongar as relações com outros jovens sem sair de casa”, comenta Rita Espanha.
Em relação ao que vêem na televisão, a TVI é o canal favorito para mais de metade (a RTP 1 tem a preferência de apenas 4,5 por cento) e gostam sobretudo de filmes. Mas são as telenovelas que mais tempo lhes roubam. Menos de metade assiste ao telejornal.
A Internet é outro dos "media" que tem ganho uma importância fundamental na vida dos jovens. Quase três em cada quatro assume-se como utilizador, com a maioria a iniciar-se aos 10,11 anos. A Web serve para enviar "mails", consultar enciclopédias e dicionários "online" ou procurar informação relacionada com os estudos. Navegar “sem objectivos concretos”, jogar ou participar em "chats", combinar saídas e contactar amigos quando se “está desanimado” são outras utilizações recorrentes.(...)
(Continuação: AQUI)
terça-feira, junho 03, 2008
Práticas e influências mediáticas
No artigo "Crianças influenciam 80% das marcas compradas pelos pais", hoje publicado pelo Diário de Notícias, com base num estudo da agência de meios Consumer Insight OMG, realizado em finais de 2007, são publicados dados relevantes sobre a realidade dos mais novos (7 - 12 anos) portugueses:
(No artigo não são dadas indicações sobre dimensão da amostra, margem de erro, etc)
- Quase metade (44%) dispõem de televisão no quarto, sendo que 55% afirmam gostar de ver publicidade.
- Uma em cada cinco crianças entre os 5 anos e os 12 anos de idade tem um telemóvel, com 70% a utilizá-lo para enviar SMS várias vezes ao dia.
- Quanto à internet, daqueles que a ela acedem, a grande maioria (73%) fá-lo a partir de casa, sendo que apenas 23% utiliza a internet na escola.
- No acesso à internet, existe um elevado grau de autonomia, uma vez que 71% fazem consultas sozinhos, sem a companhia dos pais, o que só se verifica em 24% dos casos.
- 56% das crianças entre os 7 e os 12 anos (escalão etário que representa 15% da população portuguesa) recebem dinheiro dos pais para gerir, a título de semanada ou mesada, rondando esse valor, em média, os 30 euros mensais, o equivalente a 360 euros anuais.
- As crianças portuguesas entre os 7 e os 12 anos gerem cerca de 5,6 milhões de euros por ano através de mesadas ou semanadas
- 80% das marcas adquiridas pelos pais são influenciadas pelas crianças (na compra de automóvel, por exemplo, elas chegam a ter uma influência em 67% das decisões).
(No artigo não são dadas indicações sobre dimensão da amostra, margem de erro, etc)
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Crianças e Media,
Crianças e Publicidade
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