Colóquio O Mau-Trato Infantil na Comunicação Social
Como já foi divulgado neste blog, realiza-se, no próximo dia 12 de Maio, no Auditório do Instituto de Estudos da Criança da Universidade do Minho, o Colóquio 'O Mau-trato Infantil na Comunicação Social'.
O evento reúne um conjunto de profissionais e especialistas que, convocando uma pluralidade de perspectivas e saberes, se propõem analisar a construção mediática do mau-trato a crianças em Portugal e debater as suas implicações.
A iniciativa é do Centro de Estudos da Criança (CESC) e do Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS) da Universidade do Minho.
Entrada livre.
PROGRAMA
9.00h - Abertura
- Ana Tomás de Almeida (Directora do Centro de Estudos da Criança)
- Moisés Martins (Director do Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade)
9.30h - Painel
O Mau-trato Infantil na Comunicação Social em Portugal: as notícias sobre crianças na imprensa e na televisão no último trimestre de 2005
- Sara Pereira (IEC - Universidade do Minho)
- Paula Cristina Martins (IEC - Universidade do Minho)
10h - Painel
A Criança na Comunicação Social
Moderador: Sara Pereira
- Lídia Maropo e Cristina Ponte (ICS - Universidade Nova de Lisboa)
- Helena Mendonça (Jornalista)
- Eduardo Sá (FPCE - Universidade de Coimbra)
Intervalo
11.45h - Painel
Os Maus-tratos a Crianças na Comunicação Social
Moderador: Paula Cristina Martins
- Alexandra Borges (TVI)
- Carlos Farinha (Polícia Judiciária)
- Francisco Maia Neto (Procuradoria-Geral da República)
13h - Almoço
14.30h - Painel O Papel dos Media na Protecção das Crianças
Moderador: Manuel Pinto (ICS - Universidade do Minho)
- Alfredo Maia (Sindicato dos Jornalistas)
- Hernâni Carvalho (Jornalista)
- Maria José Gamboa (Deputada)
15.45h - Intervalo
16.15h - Conferência de Encerramento
La influencia de los medios de comunicación social en las representaciones sociales sobre la infancia y sus problemas
- Ferran Casas (Universidade de Girona, Espanha)
quarta-feira, abril 05, 2006
"Morangos com açúcar": série potencialmente educativa?
"Quando esta novela acabar, Portugal vai ser uma tristeza".
Nem mais: a autora desta profundíssima análise política tem oito anos. Chama-se Rita e frequenta o 3º ano de escolaridade na Escola do 1º Ciclo de S. João do Souto, em Braga. O seu depoimento foi a peça que mais me interessou e interrogou, no mais recente número do boletim do projecto Publico na Escola (nº 160, relativo a Março). A frase citada não estaria deslocada se fosse escrita por José Gil em "Portugal, o Medo de Existir".
Há outros alunos, de níveis de ensino mais avançados, que também se pronunciam sobre os "Morangos" e a Prof. Sara Pereira, docente da Universidade do Minho e colaboradora deste blogue, que entende que é possível tornar esta novela num programa educativo, desde que se se faça dela um motivo de estudo e de reflexão. Muito interessante, igualmente, a reflexão da Prof. Isabel Margarida Duarte sobre a linguagem dos actores dos Morangos: "Não é só a pronúncia que é marcada geograficamente, mas também o vocabulário" ou "as conversas travadas entre estes adolescentes nada têm de natural [e contêm] diálogos de conteúdos paupérrimos e quase só relacionais (...) Tentam, com estes diálogos construídos pelo guionista, imitar uma língua de tribo".
Por tudo isto, vale a pena ler o Boletim - uma dos poucas propostas de abordagem dos Morangos com Açúcar que vai além dos discursos laudatórios ou apocalípticos. Só é pena que o jornal que promove e suporta o projecto não pegue em alguns destes textos e faça, nas páginas do diário, um destaque sobre o assunto.
"Quando esta novela acabar, Portugal vai ser uma tristeza".
Nem mais: a autora desta profundíssima análise política tem oito anos. Chama-se Rita e frequenta o 3º ano de escolaridade na Escola do 1º Ciclo de S. João do Souto, em Braga. O seu depoimento foi a peça que mais me interessou e interrogou, no mais recente número do boletim do projecto Publico na Escola (nº 160, relativo a Março). A frase citada não estaria deslocada se fosse escrita por José Gil em "Portugal, o Medo de Existir".
Há outros alunos, de níveis de ensino mais avançados, que também se pronunciam sobre os "Morangos" e a Prof. Sara Pereira, docente da Universidade do Minho e colaboradora deste blogue, que entende que é possível tornar esta novela num programa educativo, desde que se se faça dela um motivo de estudo e de reflexão. Muito interessante, igualmente, a reflexão da Prof. Isabel Margarida Duarte sobre a linguagem dos actores dos Morangos: "Não é só a pronúncia que é marcada geograficamente, mas também o vocabulário" ou "as conversas travadas entre estes adolescentes nada têm de natural [e contêm] diálogos de conteúdos paupérrimos e quase só relacionais (...) Tentam, com estes diálogos construídos pelo guionista, imitar uma língua de tribo".
Por tudo isto, vale a pena ler o Boletim - uma dos poucas propostas de abordagem dos Morangos com Açúcar que vai além dos discursos laudatórios ou apocalípticos. Só é pena que o jornal que promove e suporta o projecto não pegue em alguns destes textos e faça, nas páginas do diário, um destaque sobre o assunto.
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