"Certas imagens que nos mostram na televisão ou nos jornais aproximam-se dos nossos pesadelos. Parecem sem razão, sem palavras. E, contudo, dizem-nos, surgem na actualidade, são testemunho da história do tempo presente. Apesar das precauções do costume ("hesitámos muito antes de vo-las mostrar", advertem-nos os apresentadores) (...) essas imagens ferem-nos (...) transtornam-nos (...) Emudecem-nos. É nesse silêncio que a ferida se instala, nesse lugar recalcado: nada posso dizer, a imagem é mais forte do que a minha razão, ela não tem sentido, surpreende-me sem defesa, sem cultura e, por vezes, sem moral.
É preciso, portanto, dotar-se de um pensamento sobre a imagem que só o ensino pode elaborar.
- Quem fez a imagem?
- Quem é aquele ou aquela que escolhe um quadro, um ângulo de visão, um assunto, uma comunicação?
- Quem decide difundir a imagem? Uma redacção, um governo, empresa, militantes?
- E sob que forma: cartaz colado numa parede qualquer, jornal televisivo, exposição no museu, site na Internet?
- Qual a intenção daquele que decide difundir uma imagem?
- Qual a sua autoridade na sociedade?
- Como é que quem fez a imagem e quem a difunde dão lugar ao espectador e respeitam as condições de recepção?(...)"
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